O
que temos para
agora?...
Perfeição!
Perseguida
encarniçadamente
por tantos! Mas
será que ela
existe?...
Mesmo os Mestres
da Luz que
estiveram entre
os homens nalgum
momento, em
alguma época
distante,
enfrentaram os
nossos mesmos
desafios e
dilemas! Não
nasceram
prontos, assim
como continuam
não prontos!
Saibam! Apenas
com outros
rostos, e em
diversificados
contextos
evolutivos, mas
o fato é que,
hoje, esses
Seres existem em
situação de
perfeição
relativa - tanto
em relação a nós
mesmos, quanto a
muitos que os
antecederam na
caminhada
evolutiva. Como
estudantes da
cadeira
universitária
que já deixaram
para trás, de há
muito tempo, os
exercícios,
algum dia
difíceis, dos
bancos do ensino
fundamental, mas
que ainda não
atingiram as
excelências
inimagináveis do
porvir das
culminâncias
intelectuais!
E assim acontece
com nossos
próprios níveis
primários de
existência e de
compreensão da
vida, quanto aos
acontecimentos
que encontramos
a todo momento,
como
consequências
naturais dos
jogos
individuais do
livre-arbítrio
individual e
coletivo.
Portanto, é
fácil entender
que trata-se de
ilusão o
conceito de
perfeição
perseguido por
muitos, e
responsável,
talvez, por mais
de noventa por
cento de nossa
carga diária de
preocupações e
de estresse.
Como, portanto,
lidar com a
imensa cota
inevitável de
frustração
inconsciente,
envolvida neste
processo
ininterrupto de
se perseguir um
desempenho
satisfatório,
tanto nas coisas
que nos dizem
respeito
exclusivo,
quanto no que
pretendemos
atingir a conta
de metas
pessoais,
profissionais e
de
interatividade
com o próximo?
Comuns, nos dias
atuais, os
comentários a
respeito da
sensação de que
o tempo - aquele
percentual
convencional das
vinte e quatro
horas diárias -
encolheu, em
contrapartida à
multiplicidade
de realizações
pretendidas, que
se expande a
olhos vistos, em
era de
interatividade e
atividade
intensa num
mundo
globalizado.
Assim, faz-se
necessário o bom
senso de se
minimizar a
perspectiva de
urgência do
nosso universo
de realizações,
para que caibam
no raio do nosso
alcance!
O que temos,
portanto, para
este minuto?
Para a próxima
meia hora? Para
esta tarde, e
para hoje?
Imprescindível o
exercício
constante de
subdivisão dos
nossos
objetivos, como
em gavetas
compartimentadas
de tempo, para
que melhor
focalizemos
neste minuto, e
no do porvir,
daqui a uma ou
duas horas - de
forma a que
alcancemos a
capacidade de
nos mantermos no
agora!
Para que, de
fato, possamos
lidar com o que
temos para este
instante, do
melhor modo
possível,
porque, um dia,
perceberemos,
com bastante
clareza, que
este instante é
tudo o que
temos, desde
sempre, e para
sempre! E que
neste instante é
que nos compete
o que possamos
fazer de melhor
dele, em favor
de nós mesmos, e
daquilo e de
quem se nos
apresente. Pois
de nossas
reações a este
momento pequeno,
e a um só tempo
eterno - desde
que este
instante, sendo
tudo o que
temos, contenha
nada menos que a
eternidade -,
dependerá a
qualidade do
contexto do
nosso incessante
porvir!
E isso nada tem
a ver com
perfeição, ou
com a paranoia
nutrida
diariamente nos
cenários humanos
atuais, na fata
morgana inerente
ao jargão "nunca
nada nem ninguém
é bom o
suficiente, e
sempre se pode
ser ou fazer
melhor"! Pois,
no contexto em
que via de regra
é utilizado - o
de se
menosprezar e
minimizar a
capacidade
alheia em
proveito próprio
-, trata-se,
essa assertiva,
de falácia,
geradora de
lastimável
neurose
coletiva, que
não permite a
ninguém relaxar
em si mesmo, no
seu próprio
tempo, no seu
ritmo pessoal e
na certeza da
riqueza fecunda
existente em sua
individualidade
única! Engodo,
criado apenas
para se atender
a metas doentias
de produtividade
nos padrões
consumistas, de
um mundo viciado
em encarar a
vida humana sem
valor em si,
para além de
mera peça de uma
engrenagem que
deve funcionar a
todo custo, e
segundo
exigências
implacáveis, no
mais das vezes,
voltadas apenas
aos resultados
do lucro!
Fatalmente,
amigo leitor,
mais à frente se
constatará o
imenso vazio
existencial
próprio de um
tal parâmetro
predador da
vitalidade
humana! Porque a
tal perfeição,
perseguida de
maneira
obsessiva em
qualquer setor
existencial, se
revelará,
simplesmente,
impraticável!
Sem margem a
dúvidas, sempre
haverá mais a se
fazer,
transformar,
revisar, mudar,
arrumar; mais a
se resolver
quando se finda
aqui, ali, e
mais adiante; a
se criar e
reformar em nós
mesmos, e nos
ambientes que
nos cercam, ao
sabor das
circunstâncias!
Sempre se
incorrerá em
enganos, que são
meras chaves de
aprendizado, e
jamais daquela
culpa original
pela qual,
segundo algumas
teorias
equivocadas,
devemos nos
autopunir
eternamente!
Sempre uma
releitura! Um
novo olhar sobre
velhas
situações! Um
retoque em como
se reagir a
tempos
renovados!
Sempre, para
todos nós, o se
estar em xeque,
imersos em
desafios,
dilemas, e
conflitos; sob o
toque da pedra
de burilamento
pela qual nos
refinamos e
melhoramos, em
regime de
relatividade de
contextos e de
épocas!
Portanto,
cuidemos de
nossos lares e
companhias
diárias, de
objetos,
lazeres; de
nossas
necessidades de
descanso e de
atividade, e da
criatividade,
com maior soma
de desapego e de
descontração...
De auxiliar, e
de recorrermos a
auxílio, de nos
empenharmos em
conquistar e em
prosperar - mas
mantendo viva a
lembrança de que
a chave será, a
qualquer tempo,
o nos atermos ao
que temos para
hoje - para
agora!
Desapegarmo-nos
de metas
perfeccionistas
e de
preocupações a
longo prazo,
que, em
absolutamente
nada, nos
auxiliarão a
melhorar o que
temos para
agora! Para
hoje! Para este
único instante,
que, em verdade,
é tudo o que
temos, e o que
determinará como
será a qualidade
dos nossos
agoras de
depois!