WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 420 - 28 de Junho de 2015

ELENI FRANGATOS
eleni.moreira@uol.com.br
Vinhedo, SP (Brasil)

 


O passarinho


Marina nasceu na África e veio para o Brasil na época da chamada guerra colonial. Aqui reiniciou a sua vida. A família, já com três netinhos, que são seu “ai, Jesus!”, mora fora do Brasil. Assim, Marina mora sozinha com todo conforto numa linda casinha branca com flores vermelhas nas janelas. Durante algum tempo quase enlouqueceu com a solidão e o silêncio, mas, como tudo na vida é um aprendizado, aprendeu que é no silêncio que se escuta a voz de Deus! 

A casa de Marina tem uma sala de vidro que é a continuação da cozinha, e abre para uma piscina, emoldurada por um jardim lindo. Cada planta, cada árvore, é tratada com carinho, desvelo, respeito. Um dia, ao preparar sua refeição, ela ouviu uma pancada no vidro. Olhou, procurando, e no chão um passarinho estrebuchava. Batera no vidro transparente e a pancada fora muito forte. Ele agonizava. 

Marina correu e pegou a avezinha e segurou-a na palma da mão. Os olhinhos do passarinho rolavam nas órbitas sem controle, um filete de sangue escorria pelo biquinho entreaberto, as patinhas se fechavam fortemente. Marina cobriu o passarinho com a outra mão, e soprou levemente – o sopro de Vida – e sentiu a força da energia passando pelo seu corpo e se concentrando na avezinha, e pedia: “Deus, Pai, é um ser tão pequenino, tão frágil, puro, permite que ele continue voando por aí”. E lágrimas escorriam pelo seu rosto. Abriu as mãos e o passarinho estava ali aninhado, agora já calmo. Segurou-o em cima de seu coração por alguns minutos. 

Olhou a avezinha e com a ponta do dedo acariciou sua plumagem acinzentada, abriu suas patinhas. E ali ficaram os dois se olhando, um amor puro e intenso fluindo entre os dois, ela dizendo mentalmente: “Eu te amo! Agora, está na hora de você voar de novo”. Ergueu a mão e deu um ligeiro arremesso e o passarinho voou para cima de uma palmeira imperial e ali ficou. Marina entrou em casa. Porém, preocupada, foi olhar várias vezes para ver se o passarinho ainda estava no mesmo lugar, e lá estava ele. Até que foi olhar de novo, e ele havia sumido. Ela procurou embaixo da palmeira, nos canteiros, para ver se ele havia caído por ali, não fosse o gato preto da vizinha pular o muro, e comê-lo. Não encontrou o passarinho. Em pensamento lhe desejou boa sorte: “Voa, voa, meu querido. Queria poder voar como tu e ver a Terra lá de cima. Só a vejo quando sonho que estou voando pelo Universo, mas poder fazê-lo sempre deve ser maravilhoso”. 

No dia seguinte, bem cedo, Marina estava preparando o seu café, como sempre, quando ouviu um chilrear na sala de vidro. Olhou e, para seu espanto, ali estava o passarinho, chilreando, saltitando no chão, como que chamando sua atenção. E, pasmem..., do lado, um outro passarinho bem novinho, quase que recém-saído do ninho. Quieto, pequenino, ali do lado como que observando tudo.

Ela se aproximou e falou feliz, como que revendo um parente, um amigo querido, um filho, um neto: “Passarinho, é você? Você voltou? Estou feliz por ver você”. E nem a avezinha e nem o filhotinho mostravam qualquer sinal de medo. E aí ela percebeu todo o encanto daquele momento divino. O passarinho havia trazido o filhotinho como que para agradecer, ou mostrar aquela mulher, meio desajeitada, de expressivos olhos azuis... e ela chorou, e a sua solidão pareceu um pouco menor.

O passarinho cantando alegremente levantou voo, acompanhado do pequenote atrás, fizeram um semicírculo rasante em cima das roseiras, e voaram para longe na direção do sol. 

Ao olharmos e convivermos com os animais, com as aves, saibamos dentro de nós que há mais do que podemos imaginar nestes seres divinos. Aprendamos com eles o que há de bom, de puro, de amor, de solidariedade, de lealdade. Mais e mais lemos hoje relatos de animais ferozes, que se aproximam amorosamente de outros animais, antes considerados inimigos, o predador aceitando o perseguido amorosamente, cuidando dele, aproximando-se até de seres humanos! Aprendamos com eles.

Lembre-se sempre, caro(a) leitor(a), de que o AMOR flui e é único, não existe em compartimentos estanques, selados, diferenciados. É AMOR! Se nós humanos estamos em processo de evolução, acreditemos que os animais também o estão. Eles não falam, mas dizem mais do que muitos seres humanos que conhecemos. Respeite e ame os animais, eles o merecem! Ah... já ia me esquecendo: Não se considere superior a eles, porque, se prestar atenção, se olhar para eles com “olhos de ver”, vai aprender muito com eles, pode crer!


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita