Pode parecer
insistência
retomar alguns
temas básicos da
vivência
espírita, como o
ora abordado.
Mas não é. É
necessidade
mesmo.
Entre saber e
praticar, entre
ter noções e
vivenciar vai às
vezes longa
distância. Isto
é não nenhuma
crítica, é
simples
constatação. E
revela quanto
somos ainda
humanos,
demasiadamente
humanos, no
trato das
questões mais
profundas,
aquelas que
dizem respeito
ao Espírito
imortal que
somos...
O caso é que as
reuniões do
Evangelho no
Lar, nos lares
espíritas,
sofrem das
intermitências
do entusiasmo,
isto é,
alternam-se
períodos de bom
ânimo,
perseverança,
alegria, com
aqueles outros
de desânimo e
quase
indiferença,
quando, por
vezes, cumpre-se
apenas um dever
assumido (quando
ainda se age
assim, diga-se
de passagem,
ainda está
bem!). Por
vezes, em casos
extremos, e não
raros,
encerram-se
simplesmente as
reuniões, por
motivos
diversos, na
maioria das
vezes
injustificáveis.
Somos, então,
obrigados, a
fazer esta
reunião semanal?
Bem, se por bons
motivos pudermos
nos abster das
vantagens de se
realizar o nosso
Evangelho no
Lar, não há
nenhum problema!
Qual é a
família, no
entanto, que
pode dispensar(2):
1) A
oportunidade de
reunir-se para a
troca de ideias,
a discussão dos
problemas
pessoais e
familiares, a
comunhão de
pensamentos mais
elevados, sob a
inspiração da
Espiritualidade
Superior?
2) A
higienização do
lar com nossos
pensamentos e
sentimentos
elevados,
permitindo
facilitar o
auxílio dos
mensageiros do
bem?
3) A modificação
do padrão
vibratório dos
nossos
pensamentos e
sentimentos,
desanuviando as
nossas mentes
congestionadas
de criações
inferiores,
agentes da
enfermidade e
dos
desequilíbrios?
4) O estudo e a
meditação do
Evangelho, para
que suas lições
sejam mais bem
compreendidas,
sentidas e
exemplificadas?
5) Os momentos
de paz e de
compreensão que
ele nos oferece,
proporcionando-nos
uma vivência
mais tranquila?
O berço
doméstico é a
primeira escola
Em sã
consciência,
ninguém pode
alegar que tudo
isso seja
dispensável em
um lar. Ou que o
Evangelho no Lar
não possa ter
uma parcela de
contribuição em
nossa paz,
equilíbrio e
saúde!
As referências
históricas à
prática do
Evangelho do Lar
remontam à época
de Jesus,
conforme
relatado em
Jesus no Lar,
do autor
espiritual Neio
Lúcio. Lá é
narrada a
primeira dessas
reuniões, quando
o próprio
Mestre, em casa
de Simão Pedro,
demonstrou-lhes
a importância do
lar diante do
mundo:
"O berço
doméstico é a
primeira escola
e o primeiro
templo da alma.
A casa do homem
é a legítima
exportadora de
caracteres para
a vida comum. Se
o negociante
seleciona a
mercadoria, se o
marceneiro não
consegue fazer
um barco sem
afeiçoar a
madeira aos seus
propósitos, como
esperar uma
comunidade
segura e
tranquila sem
que o lar se
aperfeiçoe? A
paz do mundo
começa sob as
telhas a que nos
acolhemos. Se
não aprendemos a
viver em paz,
entre quatro
paredes, como
aguardar a
harmonia das
nações? Se nos
não habituarmos
a amar o irmão
mais próximo,
associado à
nossa luta de
cada dia, como
respeitar o
Eterno Pai que
nos parece
distante?"(3)
No romance
Renúncia, de
Emmanuel, o
autor ao traçar
o longo e penoso
"heroísmo e
martírio" da
personagem
Alcíone, que
vivera no século
XIV, nos informa
sobre o
Evangelho no Lar
realizado em
casa de seus
patrões. Eis as
palavras de
Alcíone:
"... não devemos
acreditar que o
Cristo só haja
trazido ao mundo
a palavra
revigoradora e
afetuosa, senão
também um
roteiro de
trabalho, que é
preciso conhecer
e seguir, em que
pesem as maiores
dificuldades.
Para isso, é
indispensável
tomar os nossos
sentimentos e
raciocínios como
campo de
observação e
experiência,
trabalhando
diariamente com
Jesus na
construção da
arca íntima da
nossa fé".
Como se vê, o
roteiro nos
indica o vasto
campo do lar
como local
privilegiado de
convivência e
aprendizado. E
Jesus, neste
contexto, deve
ser sempre o
Orientador Maior
de nossas vidas.
Para tanto,
contudo, é
preciso o nosso
esforço para
mantê-lo conosco
em casa.
Como fazer o
Evangelho no
Lar?
A título de
informação
complementar,
pode-se incluir
o roteiro
extraído do
informativo
publicado pelo
Centro de
Orientação
Espiritual
Amigos da Vida.
Como fazer?
Escolha um dia e
uma hora da
semana em que
seja possível a
presença de
todos os membros
da família ou da
maior parte
deles.
Observar
rigorosamente
esse dia e o
horário para
facilitar a
assistência
espiritual e
consolidar o
hábito da
reunião.
Iniciar a
reunião com uma
prece simples e
espontânea num
local da casa
menos exposto as
perturbações
exteriores.
Em seguida,
fazer a leitura
de um trecho de
"O Evangelho
segundo o
Espiritismo",
aberto ao acaso
ou previamente
programado para
estudo em
sequência.
Fazer
comentários
breves sobre o
trecho lido,
trocando
opiniões com o
grupo quanto à
aplicação dos
ensinamentos na
vida diária,
evitando
discussões,
críticas e
julgamento de
membros do grupo
ou de conhecidos
em função da
mensagem
evangélica.
A reunião deve
ser dirigida
pelo chefe do
lar ou pela
pessoa que tiver
mais
conhecimento
doutrinário, que
deverá estimular
a participação
de todos e
conduzir as
explicações ao
nível do
entendimento
prático dos
presentes.
Pode-se fazer
outras leituras
afins.
A duração deve
ser de até 30
minutos,
incluindo a
prece de
encerramento, em
que se
agradecerá a
assistência
espiritual,
lembrando a
próxima
reunião.
Bibliografia:
(1)
Messe de Amor,
de Joanna de
Ângelis,
psicografia de
Divaldo Pereira
Franco.
(2)
Orientações
extraídas dos
informativos
publicados pela
Confraria
Espírita, pelo
Centro de
Orientação
Espiritual
Amigos da Vida e
pelo Grupo
Espírita Bezerra
de Menezes.
(3)
Jesus no Lar,
de Neio Lúcio,
psicografia de
Francisco
Cândido Xavier.