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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 421 - 5 de Julho de 2015

ELSA ROSSI
elsarossikardec@gmail.com

Londres, Inglaterra

 


Atendimentos espirituais coletivos


Nos idos do ano de 1991 tivemos a alegria de poder ir a um evento no Teatro Guaíra. À época, o Teatro Guaíra, na cidade de Curitiba, mantido pelo Governo do Estado do Paraná, era o maior da América Latina. Sua capacidade extraordinária, unindo os 4 auditórios, é em torno de 3.000 pessoas. O maior deles – o auditório Bento Munhoz da Rocha Netto, conhecido como Guairão – acomoda 2.173 participantes.

O leitor deve estar pensando: por que Elsa está escrevendo sobre o Teatro Guaíra? Simplesmente para lhes dizer que o ano citado – 1991 – foi um ano que marcou a minha vida por dois grandes fatos: a partida para o plano espiritual de meu esposo amado, Luiz Nelson Rossi, e o fato de eu ter podido participar de um evento memorável no Teatro Guaíra, onde pude ouvir o orador espírita Divaldo Pereira Franco.

Até aí, nada de especial, não é? O teatro superlotado, ultrapassando longe o número de pessoas, muito mais do que a sua capacidade. O evento transcorreu iluminando nossos corações todo o tempo. Minha amiga ao lado, médium vidente, na qual eu sempre tive confiança, pela discrição de suas palavras, falou-me que estavam ali centenas de tarefeiros espirituais, dando atendimento a todos. Em particular mencionou atendimentos de maior seriedade. Fiquei feliz com a informação e a imitei, cerrando os olhos algumas vezes e orando, para assim ajudarmos mais ainda o trabalho deles, os amigos espirituais.

Ao final da palestra, formou-se uma fila interminável para saudar Divaldo. As pessoas, felizes, sem se preocuparem com o tempo que despenderiam na fila até poderem apertar a mão do querido orador. Decidi por não entrar na fila, já que tinha compromisso com minha adolescente em casa, que não fora ao evento. Até para sair, a paciência era nossa protetora. Em cada degrau em que parávamos, da escadaria para a porta de saída do teatro, uma conversa, outra, e mais pessoas informando sobre a beleza do atendimento que os benfeitores deram a muitos, aproveitando as mentes conectadas com o bem, com o belo, com o religioso...

Senti-me ainda mais feliz. Pude “respirar” as benesses no ar. Não vi nada em destaque, espiritualmente falando. Mas, com certeza, a conexão com o bem resultou em beneficio para muitos. 

Estou lembrando esse fato, porque no mês de outubro de 2014, aqui em Londres, num evento singelo, com participação de umas 100 pessoas, aconteceu algo similar. Um evento organizado pela BUSS, coordenado por Dra. Marlene Nobre, então presidente da Associação Médico-Espírita Internacional e da AME Brasil, a qual desencarnou no dia 5 de janeiro de 2015.

Já fiz menção desse acontecimento em uma crônica anterior publicada no jornal “O Imortal”. Como alguns podem não ter lido, faço uma rápida descrição: Dra. Marlene iniciou o Seminário. Após 20 minutos, ela notou em sua visão psíquica a entrada no recinto do Espírito de Charles Chaplin. Como não era a primeira vez que Charles Chaplin comparecia a eventos assim, ela não ficou em si totalmente surpresa. Em seguida, Chaplin, fazendo suas piruetas, atraiu atrás de si uma quantidade enorme de Espíritos em estado de decadência, vestes rotas, em penúria. Foram acompanhando Chaplin e, em seguida, os Benfeitores Espirituais colocaram um cordão de luz em volta de todos aqueles Espíritos e os levaram em um “magote”, como ela mencionou, para serem atendidos.

O que me ocorre pensar agora é que temos tido tantos eventos doutrinários, cuidadosamente organizados, nos quais participam muitos dirigentes dos grupos espíritas de Londres. Com isso temos a certeza de oferecermos muita ajuda a irmãos nossos desencarnados.

Em face disso, preparemo-nos para ser colaboradores neste trabalho que não nos pertence, já que quando “partirmos” nada levaremos de material, mas, sim, as virtudes que conquistarmos com o nosso esforço e com o bem que pudermos fazer em benefício do próximo.


Elsa Rossi, escritora e palestrante espírita brasileira radicada em Londres, é membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional (CEI). 

 
 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita