Adeuses de saudade
F. Mangabeira (Francisco
Cavalcanti Mangabeira)
Olhando a Terra envolta
em sombra escura,
Fico a cismar sozinho na
saudade...
O’ Galera da Vida, que
procura
O teu giro na luz da
imensidade?
Vejo o assomar de cenas
vis e insontes
Do palco de mim mesmo
ressurgidas.
Nos brilhos festivais
dos horizontes
Decifram-se mistérios de
outras vidas.
Recordo os dias tristes
e risonhos...
No presente, o passado
entre em conflito...
Na teia luminosa de mil
sonhos,
O meu pensar desmaia no
Infinito...
Doces notas ecoam
delicadas...
Há lira oculta além dos
promontórios
Das nuvens de outras
terras, espalhadas
Por alfombras varando
espaços flóreos.
Vastos campos de dores e
prazeres
Entreabrem-se ao mundo e
aos corações.
A carícia da fé embala
os seres,
E as almas são repuxos
de orações.
Em toda a parte o amor
vibra e esplendora...
A vida – movimento de
beleza –
Revela o eterno bem
estrada afora
Em cada pulsação da
Natureza.
Quais belos focos de
esperança,
Almas libertas tomam
novo alento.
Do Amor Sem Fim
derrama-se a bonança...
Em tudo há melodia e
encantamento...
Terra! Galera ao sol,
luta e porfia!
Guarda contigo a Grande
Humanidade!
Homens! Canta a festa da
alegria,
Enquanto choro adeuses
de saudade!...
Do livro Antologia
dos Imortais, obra
mediúnica psicografada
pelos médiuns Waldo
Vieira e Francisco
Cândido Xavier.
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