Há alguns dias,
recebemos um e-mail com
o título “Entendendo a
morte”, que dizia assim:
Ninguém quer morrer, não
é mesmo? Até um suicida
ou doente terminal
deseja viver, porém, com
qualidade. Isso é o que
existe de mais
intrínseco em nosso
coração: o desejo de
vida. Já dizia o ditado
popular: "Se a morte é
descanso, prefiro viver
cansado". Mas o que
acontece na morte?
Existe vida além do
túmulo?
O Brasil é um terreno
fértil para crenças
baseadas na comunicação
com os espíritos e na
reencarnação. Pesquisas
indicam que 80% das
pessoas acreditam que o
espírito vai para algum
lugar após a morte e 69%
pensam que os mortos
"bons" estão num
paraíso, ao lado de
Deus. Agora, se as
pessoas não morrem como
dizem alguns, mas ficam
reencarnando e vão para
o paraíso, por que todos
têm medo de morrer? Por
que a morte causa tanto
temor?
A Bíblia ensina que
apenas Deus é imortal (1
Timóteo 6:14-16).
A crença na imortalidade
da alma surgiu da
primeira mentira na
Terra, dita pelo Diabo,
o pai da mentira (João
8:44). Ele usou a
serpente como médium e
disse a Eva: "Certamente
não morrereis" (Gênesis
3:4). Tal declaração foi
totalmente de encontro
com o que Deus disse:
"Certamente morrereis"
(Gênesis 2:17).
Como vimos nas perguntas
deste estudo, para
entender a morte
precisamos saber
primeiro o que é a vida.
Segundo Gênesis 2:7, a
vida é: PÓ DA TERRA +
FÔLEGO DE VIDA = ALMA
VIVENTE. A Bíblia diz
que, na morte, acontece
um processo inverso ao
da criação da vida
(Eclesiastes 12:7), a
alma morre, ou seja, o
ser humano morre
(Ezequiel 18:4). Então a
alma não é uma entidade
extracorpórea.
A palavra traduzida por
fôlego ou espírito, no
texto hebraico é ruach e
no grego é pneuma. Esses
termos podem significar
"vento", "sopro",
"fôlego",
"temperamento",
"coragem" ou
"respiração", inclusive
de animais. No que se
refere ao homem, jamais
na Bíblia as palavras
pneuma e ruach denotam
uma entidade
inteligente, com
existência fora de um
corpo físico.
A Bíblia não apoia a
ideia da reencarnação,
pois "aos homens está
ordenado morrer uma só
vez, vindo depois disso
o juízo" (Hebreus 9:27).
Em mais de 50
versículos, a Bíblia
compara a morte a um
sono (Salmos 88:10-12;
115:17; 146:3, 4; Isaías
38:18, 19). O próprio
Jesus disse que Lázaro
estava dormindo (João
11:11-14).
Alguns cristãos
interpretam erroneamente
Lucas 23:42,43, em que
Jesus diz ao ladrão na
cruz: "Em verdade te
digo que hoje estarás
comigo no Paraíso."
Segundo eles, o ladrão
foi para o céu naquele
dia, comprovando assim,
a vida após a morte. No
texto original, porém,
não existe a palavra
"que". Ela foi
adicionada pelo tradutor
para dar sentido ao
texto. No grego antigo,
não existia vírgula ou
pontuação. Por isso,
cabe ao tradutor
escolher em que lugar da
frase colocará a
vírgula. Sendo assim, o
melhor sentido do texto
é: "Em verdade te digo
hoje, estarás comigo no
paraíso". Isso porque o
texto de João 20:17 nos
mostra que Jesus e o
ladrão não foram para o
Céu naquele dia. Desse
modo, percebemos que o
texto não ensina que
recebemos a recompensa
imediatamente após a
morte, mas sim, na volta
de Jesus (Apocalipse
22:12).
(Texto do e-mail que nos
foi enviado no dia 11 de
junho de 2015, às 12:27
PM.)
Samuel e Elias
reapareceram vivos
depois de haverem
morrido
Bem, em relação à morte,
sabemos que além do
corpo físico temos um
Espírito imortal, e que
este, quando estamos no
corpo de carne, é
chamado de alma.
A ciência demonstra-nos
que aquilo o que
chamamos “morte” é
somente a cessação do
funcionamento de órgãos
vitais necessários à
manutenção da vida de
nosso envoltório
corporal.
No Velho Testamento, em
1Sm 28, 7-15, graças à
pitonisa de En-Dor (ou
Endor na versão
católica), Samuel, já
morto, aparece ao rei
Saul. É claro: é seu
Espírito que se faz
visível, demonstrando
assim que está vivo.
Já na Nova Aliança, mais
exatamente em Mt
17,1-13, Jesus e seus
discípulos Pedro, Tiago
e João, subindo o monte
Tabor, se deparam com
Moisés e Elias que já
tinham morrido. Diante
desse episódio bíblico,
fica comprovada a vida
após a morte.
Para a pergunta: "existe
vida além do túmulo?",
caso respondêssemos essa
indagação como espírita
que somos, diríamos que
SIM, e citaríamos as
colônias espirituais
narradas no livro "Nosso
Lar", que foi
psicografado pelo médium
mineiro Francisco
Cândido Xavier e ditado
pelo Espírito André
Luiz; todavia, para os
fundamentalistas, apenas
mencionaremos a Bíblia e
a parábola do "Rico e
Lázaro", que fora
contada por Jesus e está
em Lc 16,19-31, a qual
comprova
indubitavelmente a
sobrevivência após a
nossa passagem aqui por
este orbe.
Essa conversa de: “se
fizer o bem vai para o
Céu, o mau para o
Inferno”, para algumas
pessoas, atesta a vida
após a morte.
Entretanto, ao mesmo
tempo, vemos que esta é
uma historinha para pôr
medo em crianças. Quanto
ao argumento de que “o
Céu fica em cima e o
Inferno em baixo”, o
mesmo não é válido.
Sabemos que o nosso
planeta é redondo, e
através do movimento de
ROTAÇÃO, aquilo que está
em cima, 12 horas após
está em baixo. Por outro
lado, a Ciência já
esquadrinhou o subsolo e
comprovou que nele nada
foi encontrado.
O Céu não é um lugar,
mas um estado de
espírito
Dirão alguns: “Mas a
crença no Céu e no
Inferno é bíblica!”
Responderemos a esses:
Também lemos na Bíblia:
Lc 17,20-21: “Sendo
Jesus interrogado pelos
fariseus sobre quando
viria o reino de Deus,
respondeu-lhes: O reino
de Deus não vem com
aparência exterior; nem
dirão: Ei-lo aqui! ou:
Ei-lo ali! pois o reino
de Deus está dentro de
vós”. Bom, em algumas
Bíblias, ao invés de
lermos a palavra
"dentro", lê-se
"entre", mas em ambos os
casos vemos que "o
reino de Deus" ou,
como querem uns, “o
Céu”, realmente não é um
lugar circunscrito, e
sim um estado de
espírito. Bem, podemos
afirmar seguramente que,
como o céu, o Inferno
igualmente o é.
Em muitos casos, ouvimos
por aí o seguinte
diálogo: “Como está sua
vida?” “Uma maravilha!
Um mar de rosas! Um céu
esplendoroso!” Ou: “Como
está sua vida?” “Uma
droga! Não poderia estar
pior! Um verdadeiro
inferno!” Pois bem, isso
confirma os dizeres
acima.
Mais adiante, a Bíblia,
em Jo 6,63, mostra-nos
que a nossa carne, a
qual é a vestimenta do
Espírito, é sem valor,
portanto é nele que
devemos buscar a
importância de nossa
vida. Na mesma obra
literária o apóstolo
João fala-nos claramente
que Deus é Espírito (Jo
4,24). Eis aí nossa
semelhança com o
Criador, pois também
somos Espíritos e o
seremos sempre, seja
vivendo na carne ou fora
dela.
Ainda nesse livro é-nos
dito, em Lc 20,27-38,
que alguns saduceus,
falando sobre a situação
de uma mulher que teria
casado com sete irmãos,
perguntaram ao Divino
Rabi de qual deles ela
seria esposa quando
acontecesse a
ressurreição dos corpos.
Disse-lhes Jesus de
forma clara que somente
se casam aqueles que
ainda estão vinculados a
um corpo físico.
Entretanto, os que já se
encontram no Plano
Espiritual não se unem
maritalmente, por ser
essa junção algo que
acontece estritamente
entre seres jungidos à
matéria. Ademais, se
Deus é Deus de vivos (Lc
20,37-38), então todos
os que morreram
fisicamente continuam,
no outro lado da vida,
espiritualmente vivos.
Foi o que Jesus quis
dizer nessa passagem
citando Abraão, Isaac e
Jacó, que já haviam
morrido, como sendo
plenamente vivos. Isto
fica claro quando Jesus
fala-nos em Lc 20,38:
“Ora, Deus não é Deus de
mortos, mas de vivos;
porque para Ele vivem
todos”. Ou seja, todos
os encarnados e
desencarnados.
Estêvão rogou a Jesus
que recebesse seu
Espírito
No Gólgota, na conversa
que Jesus teve com o
“bom ladrão”, não nos
interessa se existia ou
deixaria de existir a
palavra “que”, não nos
cabe saber onde a
vírgula deve estar, nem
muito menos quando ele
foi para o Paraíso. O
que nos importa é que o
Sublime Mestre o levou
para o Paraíso. Não vem
ao caso se foi hoje,
amanhã, daqui a 5, 10,
15, 20, 50, 100, 200,
500 ou 1000 anos, o que
comprova que existe vida
após a morte é que Jesus
o levou.
Estevão, um dos mártires
do Cristianismo, no auge
da lapidação a que fora
condenado pelo Sinédrio,
“em preces” rogou ao
Divino Jardineiro que
recebesse seu Espírito
depois de seu passamento
que se aproximava célere
(At 7,59). Esse
petitório apenas se
justifica se o moribundo
vislumbrasse uma
continuação à vida.
Há igualmente aqueles
que se apoiam unicamente
nas Escrituras Sagradas
para afirmarem que a
IMORTALIDADE é somente
atribuída à Divindade
Maior (1Tm 6,14-16). Aos
mesmos, corroboramos
inapelavelmente que
esses indivíduos,
afirmando isso, estão
rebaixando o Criador à
estatura moral do homem.
“Como assim?” -
perguntarão alguns.
Explicamos: hoje, a
física quântica não
trabalha mais com a
hipótese de Universo,
mas sim de Multiverso.
Basta você ler autores
como Marcelo Gleiser(1).
De acordo com a Ciência,
o Universo tem um
formato cilíndrico e foi
formado há
aproximadamente 15
bilhões de anos. Essa
supõe que temos mais ou
menos 200 bilhões de
galáxias. Uma dessas é a
nossa, a “Via Láctea”, a
qual não é considerada
grande, porque possui
unicamente 100 bilhões
de estrelas, e o Sol,
que preside o nosso
sistema planetário, é
uma das menores. Ele, o
Sol, tem 8 ou 9 planetas
que giram em torno dele;
um deles, o planeta
Terra, é um dos que
possui menos massa, e é
nele que moramos.
Resumindo: a Terra é um
planetinha, que gira em
torno de uma estrelinha,
que integra um grupo de
100 bilhões de estrelas,
compondo uma galáxia,
entre cerca de 200
bilhões de galáxias num
dos Universos possíveis.
Vejam como nós somos
importantes! E há gente
que acha que Deus fez
tudo isso somente para
que nós existamos! Isso
que é um Deus
inteligente! Que entende
muito bem da relação de
“custo e benefício”! Faz
bilhões de estrelas,
galáxias, só para nós
existirmos!
Paulo declarou aos
filipenses que morrer é
um lucro
“E o que tem tudo isso a
ver com a Bíblia, mais
exatamente com 1Tm
6,14-16, ou seja, que
apenas o Altíssimo tem a
imortalidade?” -
indagarão muitos.
Bem, quando o “apóstolo
dos gentios” escreveu a
referida epístola a
Timóteo, a Ciência não
tinha o conhecimento do
Universo que tem
atualmente. Então,
quando formos
interpretar a Bíblia
temos que adaptar seus
escritos aos nossos
tempos. Caso contrário,
se seguirmos o lado
“cego da letra”,
estaremos, no mínimo,
rebaixando o Criador à
estatura do homem, e do
homem antigo.
Cremos que este fato
descrito em 1Tm 6,14-16,
ou seja, que apenas Deus
é imortal, não é
verídico; pois, se assim
fosse, porque então São
Paulo, em carta aos
Filipenses, no 1º
capítulo, no 21º
versículo, afirma que
“morrer seja um lucro”?
Outra coisa: falam que a
Bíblia não apoia a ideia
da reencarnação, e citam
Hb 9,27: "aos homens
está ordenado MORRER uma
só vez, vindo depois
disso o juízo". Mas é
claro! Numa determinada
existência o homem morre
somente uma vez; aí,
reencarna e morre
novamente; e assim
sucessivamente, até
atingir a categoria dos
Espíritos Puros. Seria
contrário à reencarnação
se Hb 9,27 falasse: "aos
homens está ordenado
VIVER uma só vez”. Mas
não é dessa forma!
Então, esse versículo
não fala contra as vidas
múltiplas e também não é
contrário à vida após a
morte, como querem os
antiespíritas.
Tudo nos leva a crer que
o Espírito seja imortal.
E que, já que fomos
agraciados com a
imortalidade, parece-nos
lógico evoluir vida após
vida. Dessa forma também
fica corroborada a
reencarnação.
Concluímos fazendo uma
pergunta ao autor do
e-mail mencionado no
preâmbulo deste texto.
Segundo ele, não existe
“vida após a morte” e
muito menos as
“existências múltiplas”.
Caso isso seja verdade,
indagamos: por qual
motivo temos de fazer o
bem?
(1)
Marcelo Gleiser (Rio de
Janeiro, 19 de março de
1959) é um físico,
astrônomo, professor,
escritor e roteirista.
Conhecido nos Estados
Unidos por seus
lecionamentos e
pesquisas científicas,
no Brasil é mais popular
por suas colunas de
divulgação científica na
Folha de S.Paulo,
que é um dos principais
jornais do país.
Escreveu sete livros e
publicou três coletâneas
de artigos. Já
participou de programas
de televisão no Brasil,
Estados Unidos e
Inglaterra. Em 2007, foi
eleito membro da
Academia Brasileira de
Filosofia. (Fonte:
Wikipédia.)