Encontro
programado
Vemos no
capítulo XIV,
Honrai a Vosso
Pai e Vossa Mãe,
d’ “O Evangelho
segundo o
Espiritismo”, no
último parágrafo
do item 9, de
Santo Agostinho,
que a semelhança
de gostos, a
identidade de
progresso moral
e a afeição
levam os
Espíritos a se
reunirem,
formando
famílias. Esses
mesmos
Espíritos, em
suas migrações
terrestres, se
procuram para se
agruparem, como
o fazem no
espaço, daí
nascendo as
famílias unidas
e homogêneas; e,
se em suas
peregrinações
estão
momentaneamente
separados,
reencontram-se
mais tarde,
felizes com os
novos
progressos.
Na questão 890
de “O Livro dos
Espíritos”, os
Espíritos dizem,
e, de fato,
todos os que
amam os filhos,
principalmente
as mães, o
sabem: o amor
materno persiste
por toda a vida
e comporta um
devotamento e
uma abnegação
que constituem
virtudes,
sobrevivendo
mesmo à própria
morte, e
acompanhando o
filho além da
tumba.
Recordamos uma
história que nos
foi contada, há
poucos dias, por
uma jovem
senhora de 32
anos, que estava
indo de viagem
para a Bahia.
Essa história é
digna de roteiro
de filme,
difícil de
acreditar que
ainda aconteça
na atualidade,
mas aconteceu, o
que denota as
dificuldades
morais ainda
vividas no
planeta. Ela nos
disse que estava
indo para
conhecer a mãe
biológica que
morava lá. Fora
criada aqui no
Paraná por seu
pai, que a
trouxe aos
quatro anos de
idade,
juntamente com o
irmão mais
velho, com seis
anos nessa
época. Seu pai,
que vivera com
sua mãe alguns
anos, sem um
casamento
oficial,
casou-se aqui. A
madrasta, sua
grande e querida
amiga, a criou
desde então e a
seu irmão.
Cresceram
ouvindo do pai
que sua mãe os
abandonara, não
os quisera e,
por isso, ele
deixou a Bahia e
veio para o
Paraná. Há
poucos dias, no
entanto, a
madrasta lhe
passou o
telefone da mãe,
que ela
descobrira. A
jovem ligou para
a Bahia e pediu
para chamarem
aquela que seria
sua mãe
biológica. Suas
pernas foram
“amolecendo”,
enquanto
esperava. Ao
ouvir a voz do
outro lado:
“Quem fala?”,
teve forças de
reagir e
perguntou por
sua vez:
– “A
senhora sabe
quem está
falando aqui?”.
Ouviu:
– “Sei.
É minha filha.
Esperei esse
telefonema a
vida toda”. Ela
perguntou à mãe
por que os
abandonara, não
os quisera... A
mãe lhe disse
que sempre os
amara de todo o
coração. Nunca
os abandonara. O
pai e ela se
desentenderam
certo dia e ele
ameaçou-a
dizendo que
nunca mais iria
ver as crianças.
Ela não
acreditou,
pensou que era
uma ameaça de um
momento de raiva
e que aquilo
passaria. Mas
ele sumiu com os
filhos. Ela foi
à polícia,
procurou por
eles em todas as
cidades em volta
e não os
encontrou. Desde
então orava e
aguardava,
pedindo a Deus
que os reunisse
de novo. E Deus
atendeu suas
preces. Ali
estava ela, ao
telefone.
Esta jovem
senhora
perguntou ao pai
sobre a verdade,
agora que ela
sabia de tudo.
Ele confirmou a
versão da mãe
biológica. O bom
de tudo é que a
jovem senhora e
o irmão, sabendo
disso, não
guardaram mágoa
do pai,
continuaram a
amá-lo e, pela
madrasta, a
grande amiga,
tinham profunda
gratidão. A
emoção deve
estar sendo
grande, pois
agora ela está
lá. Sua avó
materna guardara
as fotografias
dela e do irmão,
daquela época
–
seus dois
primeiros netos.
Ela levou
consigo a
filhinha de 2
meses e o marido
para conhecerem
a família de lá.
O irmão irá
depois.
Os Espíritos que
se amam se
buscam, se
procuram e, a
despeito dos
erros humanos, o
grande amor de
Deus une sempre.
A
espiritualidade
superior deve
ter trabalhado
muito,
influenciando a
madrasta a
esclarecer a
história, que
ela conhecia há
anos, mas temia
contar a verdade
com medo de
perder os filhos
que criara com
tanto amor. O
amor, no
entanto, vence
sempre, e seus
filhos do
coração a
compreenderam e
amam. A mãe
biológica orou
por toda a vida,
numa provação
difícil,
separada dos
filhos que
amava. Agora a
provação
terminou. Tudo
dá certo sob a
proteção de
Deus. O amparo
divino é
permanente, e o
pai poderá
quitar seu
débito enquanto
ainda encarnado,
pois a mãe
biológica é um
Espírito que já
o perdoou. Como
ele confessou
seu erro, isso
denota um
arrependimento,
que abrirá
caminho para a
sua redenção.
Terá que
trabalhar por
isso, como
Espírito, com a
chance ainda
aqui, antes de
desencarnar.
Deus é Pai de
infinito amor e
o amor vence uma
multidão de
pecados, como
dizia o apóstolo
Pedro.