Iniciamos nesta edição o
estudo metódico e
sequencial do livro
Médiuns e Mediunidade,
de autoria de
Cairbar Schutel,
publicado originalmente
em 1923 pela Casa
Editora O Clarim, de
Matão (SP). O estudo
basear-se-á na 7ª edição
da obra, publicada em
1977 e será dividido em
14 partes.
Questões preliminares
A. De que trata a obra
cujo estudo iniciamos?
Esta obra é, em verdade,
um resumo de "O Livro
dos Médiuns", de Allan
Kardec. Nela, Cairbar
Schutel enfatiza a
necessidade de
estudarmos os fenômenos
mediúnicos e enumera os
diversos tipos de
mediunidade, bem como os
instrumentos
indispensáveis ao
processo de
desenvolvimento do
médium. (Médiuns e
Mediunidade. Exposição
Preliminar.)
B. A crise que a
doutrina cristã teria de
enfrentar ao longo dos
séculos foi prevista por
Jesus?
Sim. Jesus sabia o que
ocorreria com sua
doutrina e foi
exatamente por isso que
prometeu o advento de um
novo Consolador, que
"ficaria conosco para
sempre, e nos faria
lembrar todas as suas
palavras, assim como
ensinaria aquilo que os
homens de então não
poderiam compreender",
como está registrado no
Evangelho segundo João,
cap. XIV, versículo 26.
É este o ensino que
tivemos a felicidade de
receber: o ensino
espírita, ou seja, dos
Espíritos. É chegado o
tempo de se levantar,
para todos, o véu que
cobre o rosto da
deusa, para que
todos se iniciem na
trilha da sabedoria que
vem do Alto. (Médiuns
e Mediunidade, cap. I.)
C. Qual é, segundo
Cairbar Schutel, a
finalidade do
Espiritismo?
O Espiritismo – que é o
Espírito da Verdade
prometido por Jesus –
tem por finalidade fazer
reviver a Palavra do
Cristo e esclarecer os
homens sobre o outro
mundo, a imortalidade da
alma, a sobrevivência
humana. (Médiuns e
Mediunidade, cap. II –
Médium.)
Texto para leitura
1. A obra cujo estudo
iniciamos é, em verdade,
um resumo de "O Livro
dos Médiuns", de Allan
Kardec. Nela, Cairbar
Schutel enfatiza a
necessidade de
estudarmos os fenômenos
mediúnicos e enumera os
diversos tipos de
mediunidade, bem como os
instrumentos
indispensáveis ao
processo de
desenvolvimento do
médium. (Introdução.)
2. Reconhecendo que sua
tarefa, ao escrever esta
obra, se limita à
divulgação da obra
kardequiana, Cairbar diz
que este livro outro
escopo não tem senão o
de orientar a todos
aqueles que de boa
vontade procuram a
Verdade, para iniciá-los
no Grande Templo do
Espírito erigido por
Allan Kardec. Em vez de
ser, pois, uma
explanação, com larga
dissertação de “O Livro
dos Médiuns”, esta obra
é dele um resumo.
(Médiuns e Mediunidade.
Exposição Preliminar.)
3. Embora escrito no
longínquo ano de 1923,
portanto 92 anos atrás,
Cairbar entendia que já
não era época de
publicar grossos
volumes, que, as mais
das vezes, são entregues
aos vermes das
bibliotecas em vez de
serem assimilados pelo
espírito. Segundo ele,
“o século em que
vivemos, o mundo novo
que acaba de despontar
com melhoramentos que
chegam a confundir a
gente, não permite o
sossego e a calma
indispensáveis à
meditação e ao
raciocínio que exigem as
grandes obras”. “Por
outro lado, a
Humanidade, pouco
preparada para o estudo
de problemas que em
geral julga insolúveis,
pouca atenção dispensa
às obras de fôlego.”
(Médiuns e Mediunidade.
Exposição Preliminar.)
4. Nos itens a seguir,
reproduzimos de forma
mais ou menos sintética
o que Cairbar Schutel
apresenta no livro que
ora examinamos. A
redação é nossa, mas a
autoria é inteira do
autor de “Médiuns e
Mediunidade”.
(Médiuns e Mediunidade.
Exposição Preliminar.)
5. O Espiritismo,
exposto aos leitores em
síntese, tal como o
fazemos, proporciona
duas vantagens bem
nítidas: primeira, a de
dar àqueles que nos leem
a expressão nítida,
clara, racional da sua
doutrina, que abrange as
esferas religiosa,
filosófica e científica;
segunda, a de guiá-los a
mais altos
empreendimentos,
infundindo-lhes nas
almas o desejo de
aprofundar a Revelação
Nova, que veio iniciar
uma nova era no
progresso dos povos.
(Médiuns e Mediunidade.
Exposição Preliminar.)
6. Antigamente a
sabedoria, encerrada nos
santuários, só era
concedida àqueles que
pediam iniciação nos
sagrados mistérios e se
submetiam a provas
indispensáveis à
aprendizagem.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. I.)
7. Só depois da vinda de
Jesus Cristo é que a
doutrina secreta foi
anunciada abertamente
aos homens e lhes foi
mostrado o dever de
estudar e de trabalhar
pelo seu próprio
aperfeiçoamento
espiritual. (Médiuns
e Mediunidade, cap. I.)
8. A Era Cristã é a
aurora da Verdade e da
Liberdade irradiando-se
pelo mundo todo.
Infelizmente, os
preconceitos, arraigados
nos povos, constituem-se
em hábitos que sufocam a
Palavra do Mestre.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. I.)
9. Jesus previra essa
crise por que tinha de
passar a sua doutrina,
que foi deturpada e
esquecida pelos homens,
mas prometeu um
Consolador, que "ficaria
conosco para sempre, e
nos faria lembrar todas
as suas palavras, assim
como ensinaria aquilo
que os homens de então
não poderiam
compreender" (João, XIV,
26). (Médiuns e
Mediunidade, cap. I.)
10. É este o ensino que
tivemos a felicidade de
receber: o ensino
espírita, ou seja, dos
Espíritos. É chegado o
tempo de se levantar,
para todos, o véu que
cobre o rosto da
deusa, para que
todos se iniciem na
trilha da sabedoria que
vem do Alto. (Médiuns
e Mediunidade, cap. I.)
11. No sentido expresso
da palavra, médium quer
dizer intermediário,
agente, instrumento.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. II – Médium.)
12. O Espiritismo – que
é o Espírito da Verdade
prometido por Jesus –
tem por finalidade fazer
reviver a Palavra do
Cristo e esclarecer os
homens sobre o outro
mundo, a imortalidade da
alma, a sobrevivência
humana; não poderia
deixar, portanto, de se
submeter aos métodos e
processos exigidos pela
ciência positiva, para o
estudo dos seus
fenômenos. (Médiuns e
Mediunidade, cap. II –
Médium.)
13. Da mesma forma que a
Física, a Química, a
Botânica, a Astronomia
têm os seus aparelhos
apropriados, segundo a
necessidade dos seus
estudos, o Espiritismo
tem um aparelho, um
instrumento, o médium,
com o qual estuda a alma
e suas manifestações.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. II – Médium.)
14. É com este auxiliar
indispensável que
penetra no labirinto da
Psicologia e da
Parapsicologia para a
descoberta do Novo Mundo
e o estreitamento de
relações com os seus
habitantes. (Médiuns
e Mediunidade, cap. II
– Médium.)
15. O homem material,
atrasado como é, só
percebe vibrações
grosseiras e muito
acentuadas capazes de
lhe ferir quaisquer dos
cinco sentidos; sem
isso, as sensações
recebidas não se
convertem em percepções.
(Médiuns e
Mediunidade, cap. II –
Médium.)
16. Na Terra somos
incapazes de nos
entender com outros
povos cujos idiomas são
por nós ignorados, sem o
auxílio de um
intérprete, de um
médium. Se não houvesse
intérpretes, que seria
das relações entre
países cujos habitantes
não se entendem?!
(Médiuns e Mediunidade,
cap. II – Médium.)
17. Ora, se isto
acontece com homens da
mesma constituição
física, será de
estranhar a necessidade
indispensável de um
médium para nos
entendermos com um homem
invisível, de
constituição muito
diferente da do homem
visível? (Médiuns e
Mediunidade, cap. II –
Médium.)
18. Não se compreende
que exista efeito
inteligente sem uma
causa inteligente; assim
também é impossível
conceder uma
manifestação, seja qual
for, física ou
intelectual, sem um
agente que favoreça sua
causa principal.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. II – Médium.)
19. Os seres corporais
só percebem o invisível
por meio de vibrações e
com o auxílio de
intermediários. O Belo e
o Bem, a Ciência e a
Arte, tanto quanto a
Caridade, só podem ser
percebidos e
compreendidos por
imagens, por figuras que
afetam os nossos
sentidos acanhados, sem
o que a nossa alma não
os concebe. (Médiuns
e Mediunidade, cap. II
– Médium.)
20. Na Terra tudo é
relativo, porque tudo
está sujeito aos
agentes, aos
intermediários; só
podemos ter noções da
Suprema Lei pela
manifestação
materializada do
invisível. (Médiuns e
Mediunidade, cap. II –
Médium.)
(Continua no próximo
número.)
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