Mais uma vez
Pois é! Mais uma vez nas
páginas amarelas da
revista VEJA,
edição 2433 de 8 de
julho de 2015,
encontramos a opinião de
um cientista
questionando a
existência de Deus como
a maioria das religiões
O concebe. Dessa vez
trata-se do astro físico
Neil de Grasse Tyson.
Vamos abordar alguns
trechos da reportagem.
Em um deles o cientista
afirma: A religião de
cada um tira conclusões
precipitadas sobre o
funcionamento do
universo. A ciência, no
entanto, realiza
medições capazes de
mostrar que essas
impressões são falsas.
Como querermos que um
cientista que tem provas
concretas sobre os
milhões de anos que
levaram para que a Terra
fosse formada acredite
em Deus, se a maioria
das religiões defende
que tudo não levou mais
do que sete dias?! E um
desses dias ainda tirado
para descanso!
Mais adiante o mesmo
senhor assim se
manifesta: Deus então
fez as leis da física,
como já definia o
filósofo Baruch Espinosa
no século XVII. Só que
isso quer dizer que Ele
ouve suas preces? Ou que
ajuda religiosos a
vencerem guerras contra
outros religiosos? Ou
que Ele tem barba? Foi
esse Deus que falou com
Moisés? Se tudo isso for
tomado como verdade,
então podemos dizer que
Deus deixa pessoas
inocentes serem
atropeladas na rua. Ele
permite, portanto, que
uma criança morra de
leucemia. Ou ainda faz
vista grossa diante de
furacões e vulcões que
matam milhões, incluindo
jovens e humanitários.
Para acreditar em Deus,
é preciso levar tudo em
conta. Se Ele está por
trás de tudo, é muito
bom em matanças. Afinal,
mais de 99% das espécies
de seres vivos que
passaram pela Terra
foram extintas. Isso é o
acaso da natureza? Ou é
Deus?
Não posso crer que o
cientista desconheça que
o interior do planeta
seja uma massa líquida
de 6.000 graus Celsius!
Nessa temperatura todos
os metais se fundem.
Estamos instalados em
cima de uma crosta com
espessura de até 70
quilômetros que forma
uma placa tectônica
móvel, o que ocasiona
muitos dos fenômenos da
natureza que provocam
cataclismos que nada têm
a ver com a vontade de
Deus, mas sim com o
cumprimento de leis
explicáveis pela
endeusada ciência dos
homens.
Se 99% das espécies de
seres vivos foram
extintas como afirma o
cientista, ele
compromete a sua
inteligência ao não
levar em conta o
evolucionismo e não o
criacionismo, porque a
vida nunca cessou de
existir, apenas tendo
mudado em sua forma de
manifestação.
Quando a maldade do ser
humano se manifesta
contra o seu semelhante,
isso não é culpa de
Deus, mas o exercício do
livre-arbítrio de cada
um dentro da lei que
determina ser a
semeadura livre, mas a
colheita obrigatória.
Deus não tem nada a ver
com o mau emprego da
liberdade de ninguém
provocando o sofrimento
de outrem.
Será que o cientista
modificaria o seu
pensamento se ele
recebesse sobre Deus a
seguinte explicação de
Joanna de Ângelis: Há
um sol transcendente,
que é o Arquétipo
Primacial – a Divindade
– que se irradia como
fonte de vida, de calor,
de energia, Eixo central
do Universo e Gerador do
Cosmos, que atrai na Sua
direção todas as
expressões que O
manifestam na Criação. A
vida, portanto,
desenvolve-se no rumo
desse Fulcro, que é a
Causalidade absoluta, da
qual ninguém ou coisa
alguma se pode evadir.
É essa força incoercível
da evolução que propele
o ser humano ao
crescimento, a um
objetivo de natureza
eterna, ao invés da
transitoriedade que se
consome no
aniquilamento, ou,
melhor dizendo, na
transformação dos
implementos moleculares
da sua constituição
orgânica.
Se o cientista fosse
esclarecido de que o
Deus verdadeiro que nos
criou não fica sentado
em um trono rodeado de
anjos e despejando
relâmpagos em direção a
determinados seres
humanos e benesses
gratuitas em favor de
outros, ele continuaria
a duvidar como duvida?
Se esse cientista que
aceita a lei de ação e
reação soubesse que
somos regidos por essa
mesma lei a quem a
Doutrina Espírita
denomina causa e efeito
e que faz com que cada
um seja herdeiro de si
mesmo e não de um Deus
que se simpatiza com uns
e se indispõe com
outros, continuaria a
duvidar?
Será que esse cientista
continuaria em sua
descrença caso soubesse
que aceitamos o Deus
evolucionista e não o
Deus criacionista do
dogmatismo religioso
pelo fato de não ter
criado seres
privilegiados e outros
esquecidos pela Sua
magnanimidade, dando a
cada um tantas
oportunidades quantas
forem necessárias para
que cresçam em direção à
perfeição para a qual a
todos criou um dia? Eu
disse a todos os seres,
como afirma a questão de
número 540 de O Livro
dos Espíritos: É
assim que tudo serve,
tudo se coordena na
Natureza, desde o átomo
primitivo até o arcanjo
que, ele mesmo, começou
pelo átomo.
Será que esse cientista
e tantos outros
continuariam a duvidar
da existência de Deus se
lessem a primeira
pergunta do mesmo livro
citado, onde Kardec
pergunta que é Deus,
ao invés de indagar
quem é Deus? Ou
seja, retirou o deus
humano criado pelos
homens e colocou em seu
lugar a Inteligência
suprema, Causa incausada
de todas as coisas.
São compreensíveis esses
questionamentos do
cientista porque ele só
foi apresentado ao deus
que o homem criou à sua
imagem e semelhança e
não ao Deus que a tudo e
a todos criou. O
cientista tem o direito
de duvidar porque: como
pretender, no atual
estágio de nossa
evolução, que o homem
finito e imperfeito
compreenda o Ser
infinito e perfeito? É
querer que o conteúdo
englobe o continente.
Deus extrapola tanto o
nosso limitadíssimo
raciocínio atual que não
conseguimos entender que
a sua onisciência e a
sua onipotência não
violam o livre-arbítrio
que Ele conferiu ao
homem, dando-lhe total
liberdade em seus atos
para que seja
responsável pelas suas
consequências. Ocorre
que, em nosso comodismo,
quando a colheita é boa,
ela é obra dos homens;
quando é má, o autor é o
Criador. Até esse
direito Ele nos deu.
Inclusive o de duvidar
que possa haver um Ser
tão perfeito e completo,
autor de tudo e de
todos.