O
céu e o inferno:
150 anos do
lançamento por
Kardec – 140
anos de
lançamento no
Brasil
Allan Kardec
lançou a obra O
Céu e o Inferno
em Paris no dia
01/08/1865. A
versão
considerada
final – 4ª.
edição – surgiu
em 1869 e sem o
prefácio de
Kardec.
No Brasil, dr.
Joaquim Carlos
Travassos mantém
correspondência
com
Pierre-Gaétan
Leymarie,
dirigente da
Sociedade citada
e redator de
“Revue Spirite”,
com o objetivo
de traduzir as
obras de Kardec.
E lança em 1875,
pela Editora
B. L. Garnier,
O Céu e o
Inferno,
traduzido da 4ª
edição francesa,
sem o nome do
tradutor.
Em nosso país,
com exceção da
tradução
pioneira e da
realizada por
Manoel Quintão,
em 1904 (FEB), a
maioria contém o
Prefácio de
Kardec,
inclusive a mais
recente
tradução, de
Evandro Noleto
Bezerra.
Com as obras da
Codificação,
surge uma
maneira de
racionalismo
espírita, com
destaque para as
colocações em “O
Evangelho
segundo o
Espiritismo”, de
que “Fé
inabalável é
somente aquela
que pode encarar
a razão face a
face, em todas
as etapas da
humanidade”.
Herculano Pires
comenta que
coube a Allan
Kardec, a
serviço do
Consolador,
libertar da
letra que mata o
espírito que
vivifica. Ou
seja, a religião
dedutiva faz
Deus baixar à
Terra e
materializar-se
em ritos e
objetos; a
religião
indutiva faz o
homem subir ao
céu e
desmaterializar-se,
em razão e amor,
para encontrar
Deus.
No Prefácio,
ausente na 4ª.
edição francesa
(1869) e em
muitas
traduções,
Kardec
comenta:“O
título desta
obra indica
claramente o seu
objetivo. Nela
reunimos todos
os elementos
destinados a
esclarecer o
homem quanto ao
seu destino.
Como em nossas
publicações
anteriores sobre
a Doutrina
Espírita, nada
colocamos neste
livro que seja
produto de um
sistema
preconcebido ou
de concepção
pessoal, que,
aliás, não teria
nenhuma
autoridade. Tudo
foi deduzido da
observação e da
concordância dos
fatos”.
Em outro trecho,
esclarece:“As
mesmas razões
que nos fizeram
omitir os nomes
dos médiuns em
O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
levaram-nos a
omiti-los também
nesta obra,
tendo em vista
mais o futuro do
que o presente”.
A 1ª. parte
trata de
Doutrina, em 12
capítulos,
contém o exame
comparado das
diversas crenças
sobre: O porvir
e o nada; Temor
da morte; O céu;
O inferno; O
purgatório; As
penas futuras
segundo o
Espiritismo; Os
anjos; Os
demônios;
Intervenção dos
demônios nas
modernas
manifestações.
Com as penas
eternas na visão
espírita caem
naturalmente as
consequências
que se
acreditavam
tirar de tal
doutrina. Como
as penitências,
indulgências, e
complexos de
culpa.
Na 2ª. Parte, o
Codificador
analisou
“Exemplos” e há
numerosos casos
que sustentam a
teoria. A
autoridade deles
se baseia na
diversidade dos
tempos e dos
lugares onde
foram obtidos,
porquanto, se
emanassem de uma
fonte única,
poderiam ser
produto de uma
mesma
influência.De
início Kardec
esclarece como
se desenvolve o
processo da
desencarnação.
Detalha algumas
circunstâncias,
lembrando que “A
certeza da vida
futura não
exclui as
apreensões
quanto à
passagem desta
para a outra
vida”.Em
seguida,
realizou um
trabalho
pioneiro de
estudo das
manifestações
espirituais,
cotejando-as com
dados sobre a
existência do
manifestante,
enquanto
encarnado.
Trata-se,
portanto, do
primeiro estudo
de casos, de
análise das
manifestações
espirituais, e
de estudo de
sobrevivência.
Sem pieguismo e
adotando método
de estudo, como
em seus
trabalhos em
geral, analisa
as manifestações
dentro de uma
classificação
que estabeleceu
de: Espíritos
felizes;
Espíritos em
condições
medianas;
Espíritos
sofredores;
Suicidas;
Criminosos
arrependidos;
Espíritos
endurecidos;
Expiações
terrestres.
Torna-se muito
importante a
compreensão
dessas distintas
situações de
Espíritos
desencarnados.
Esta
classificação
genérica
formulada por
Kardec chama
atenção para
essa relação
entre a vida e
morte corpórea e
seus
desdobramentos.
O importante é o
estado de alma e
o nível e
profundidade de
como “a lei
divina se
encontra escrita
na consciência”
de cada um.
Por ocasião do
centenário de
O Céu e o
Inferno, o
Espírito
Emmanuel, pela
psicografia de
Chico Xavier,
homenageou esta
obra do
Codificador,
escrevendo
Justiça divina,
“com o propósito
sincero de
reafirmar-lhes
os conceitos,
[...] no serviço
interpretativo
da palavra
libertadora de
Allan Kardec”.
Com base nos
itens do livro
agora
sesquicentenário,
Emmanuel tece
considerações de
orientação para
a vida
cotidiana. Entre
outras, afirma:
“[...]
prevenindo-nos
para compreender
as realidades da
Natureza, no
grande porvir,
ensinou-nos
Jesus,
claramente: O
Reino de Deus
está dentro de
vós”.
O Espiritismo
responde às
dúvidas
existenciais
mais frequentes.
E à pergunta
insistente que
brota na alma
humana: “para
onde vou após a
morte?”. O livro
O Céu e o
Inferno –
que completa 150
anos de
lançamento – é a
resposta clara e
fundamentada!
Fontes:
Kardec, Allan.
O Céu e o
Inferno.
Trad. Bezerra,
Evandro Noleto.
1.ed. Rio de
Janeiro: FEB.
2010.
Pires, Herculano.
O espírito e o
tempo.
Introdução
histórica ao
Espiritismo.
1.ed. São Paulo:
Ed.Pensamento,
1964.
Xavier,
Francisco
Cândido.
Justiça divina.
13. ed. Pelo
Espírito
Emmanuel. Rio de
Janeiro: FEB.
2008.
Wantuil, Zêus.
Grandes
espíritas do
Brasil.
1.ed. Rio de
Janeiro: FEB.
1969.