Grande conta
Alonga a memória
para além do
minuto em que
apareceste na
Terra e
reconhecerás que
as concessões do
Senhor te
revestem todos
os passos e te
assinalam todos
os lances da
rota.
Não possuías
senão a nudez da
própria alma e
não trazias
senão a própria
herança que o
passado te
imprimira no
ser...
Entretanto,
senhoreaste o
vaso orgânico
que te vestiria
em nova forma de
carne...
Sugaste o leite
materno...
Ocupaste os
panos do
berço...
Exigiste
permanente
atenção...
Reclamaste
alimento e
remédio...
Solicitaste
alheio apoio
para que te
retirasses da
infância...
Absorveste o
tempo da
escola...
Pediste o
concurso da
natureza.
Aprisionaste
animais,
criaturas também
de Deus, para
que te ofertem
suor e sangue...
Em cada instante
na Terra
equilibras-te,
em verdade,
sobre o
sacrifício de
milhões de
braços que se
entrelaçam para
servir-te,
levantando-te o
ninho doméstico,
tecendo-te a
indumentária,
garantindo-te a
higiene,
assegurando-te o
bem-estar e
temperando-te o
pão...
És o depositário
do favor de
vasta multidão
em cada senda
que pisas, em
cada edifício
que transpões,
em cada veículo
que te acolhe,
em cada refeição
que te
reajusta...
Acreditas, não
raro, que o
dinheiro, também
haurido por tuas
mãos em penhor
de empréstimo da
Providência
Divina, te
resgata a
conduta na Lei,
perante a qual
todos nós somos
devedores por
enquanto
insolventes.
Todavia, não
desdenhes
estender o amor
infatigável,
através da
renúncia ao teu
próprio
conforto,
ajudando e
servindo, hoje,
agora e amanhã,
porque a morte
virá, por
meirinho seguro,
mostrar-te a
Grande Conta, a
fim de que te
informes que
nasceste no
mundo somente
para o Bem, e
que somente o
Bem é capaz de
elevar-te, em
santa plenitude
de quitação com
a vida para a
glória da luz
sublimada e sem
fim.
Do livro Marcas
do Caminho,
obra
mediúnica
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido
Xavier.
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