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O 8o
Congresso da ABRAME
discute a visão espírita
e a
visão materialista da
vida
O evento será realizado
em setembro na cidade de
Florianópolis
O
8o
Congresso da Associação
Brasileira de
Magistrados Espíritas
(ABRAME) acontece entre
os dias 25 a 27 de
setembro, em
Florianópolis (SC).
Entre os expositores
estarão o juiz de
direito Pablo Stolze
Gagliano, o jurista René
Ariel Dotti, o psicólogo
Rossandro Klinjey e o
médico Ricardo Di
Bernardi. “A visão
materialista e a visão
espírita em torno da
vida”, “Perdão e
conciliação”, “A
criminologia e a
Doutrina Espírita – O
debate atual entre
determinismo e
livre-arbítrio” e “O
exercício da
magistratura na dimensão
extrafísica – Colônias
espirituais e Umbral”
são alguns dos temas que
serão abordados no
Congresso.
Confira, em seguida, uma
breve entrevista com o
atual presidente da
ABRAME, Dr. Kéops
Vasconcelos (foto), que nos
falou sobre a temática e
os objetivos do
importante evento:
O tema do próximo
congresso é A
visão materialista e a
visão espírita em torno
da vida. Por
que este assunto estará
sendo abordado?
A ABRAME tem pautado
suas atividades, ao
longo dos seus 15 anos
de existência, às
demandas que
surgem na nossa
sociedade, em
|
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especial naquilo
que pertine ao
enquadramento do
conhecimento
jurídico ao
conhecimento
doutrinário. O
tema central do
8o
Congresso da
ABRAME, “A Visão
Materialista e a
Visão Espírita
em Torno da
Vida”, foi-nos
sugerido pelo
tribuno Divaldo
Pereira Franco,
que inicialmente
estava escalado
para proferir a
conferência de
abertura do
evento, mas que,
lamentavelmente,
teve que
cancelar sua
participação em
razão dos
problemas de
saúde que vem
enfrentando. É
um tema bastante
pertinente, pois
vivemos em uma
sociedade que
tem se mostrado
cada vez mais
materialista,
sem se aperceber
das
consequências
espirituais de
seus atos,
notadamente no
que diz respeito
ao direito à
vida,
posicionando-se
muitas vezes de
modo equivocado
em relação a
temas como
aborto,
anencefalia,
eutanásia, pena
de morte,
legalização do
uso de
entorpecentes ou
redução da
maioridade
penal. |
Quais outros assuntos
que serão proferidos
durante o congresso?
Inserido nessa temática
central, diversas
palestras serão
desenvolvidas no
Congresso da ABRAME,
tais como “Perdão e
Conciliação”, com o juiz
Pablo Stolze Gagliano;
“A criminologia e a
Doutrina Espírita: O
debate atual entre
determinismo e
livre-arbítrio”, com o
jurista René Ariel
Dotti; “O exercício da
magistratura na dimensão
extrafísica – Colônias
espirituais e Umbral”,
com o médico Ricardo Di
Bernardi e a advogada
Giovana Rosa; “Em busca
da caridade perdida –
Fundamentos da
verdadeira caridade”, a
cargo do juiz Pedro
Aujor Furtado Júnior; e
“A sociedade que nós
temos e a sociedade que
nós queremos”, com o
psicólogo Rossandro
Klinjey.
Quem é o público-alvo e
quantas pessoas são
esperadas durante o
evento?
O 8o
Congresso
da ABRAME será aberto ao
público em geral, não
sendo restrito a
magistrados ou a
associados. O foco,
porém, está nos
operadores do Direito em
geral, tais como
magistrados, membros do
Ministério Público,
advogados, bem como nos
trabalhadores da área de
saúde, como médicos,
enfermeiros, psicólogos,
terapeutas, além de
acadêmicos de todas
essas áreas. Estimamos
que o evento reúna um
público de cerca de 300
pessoas, voltadas para a
ampliação do
conhecimento
jurídico-doutrinário e
para a partilha da
psicosfera de paz e
fraternidade que sempre
reina nesses ambientes.
Haverá outras atividades
paralelas ao congresso?
Na programação do
congresso teremos o
ensejo e a satisfação de
promover o lançamento de
obras de nossos
associados, em especial
o primeiro livro
publicado pela própria
ABRAME, reunindo uma
coletânea de artigos de
diversos magistrados que
foram inicialmente
publicados nas edições
da Revista da ABRAME,
mas que guardam ainda a
atualidade e o brilho,
por serem atemporais.
Será a primeira
contribuição da ABRAME
ao mercado editorial
espírita, mas já temos
projetos de outros
lançamentos para os
próximos anos.
Quais as próximas
atividades da ABRAME? Há
cursos ou seminários,
além desse
8o
Congresso?
A ABRAME realiza
bienalmente o seu
congresso. O
8o
Congresso
será realizado no Costão
do Santinho Resort, em
Florianópolis (SC), nos
dias 25 a 27 de
setembro. Ainda não
estão definidas as sedes
dos congressos
seguintes, porém é
bastante provável que no
ano de 2017 a sede seja
a cidade do Rio de
Janeiro. A estruturação
da ABRAME se dá por meio
de delegacias seccionais
em cada Estado da
Federação, nas quais ao
longo do ano costumam
ser realizadas com certa
frequência atividades
doutrinárias, tais como
palestras, grupos de
estudo, seminários, a
exemplo do que ocorre em
Minas Gerais, Paraíba e
Rio Grande do Sul.
É possível
espiritualizar as leis
humanas?
O universo é regido,
dentre outras leis
morais, pela Lei de
Progresso. As leis
humanas vão sendo
aperfeiçoadas, ao longo
do tempo, aproximando-se
cada vez mais das leis
naturais, à medida que
os homens evoluem
intelectual e
moralmente. Assim, nesse
lento e gradual processo
de depuração, a
legislação humana vai se
espiritualizando. A
ABRAME tem papel
relevante, no cenário
legislativo brasileiro,
buscando atuar no
esclarecimento da
sociedade e também dos
legisladores quanto ao
acerto ou desacerto de
projetos de lei em
tramitação, evitando-se
que leis com conteúdo de
desvalor à vida sejam
aprovadas, como seria o
caso do aborto, da pena
de morte ou da
eutanásia. No momento
presente, há um esforço
da ABRAME, em parceria
com diversas outras
entidades, pela
aprovação do Estatuto do
Nascituro, que
representará um enorme
avanço na legislação
brasileira no tocante à
garantia da
inviolabilidade da vida
humana.
Como o magistrado
espírita vê a questão do
julgar e punir?
A missão de julgar os
atos das outras pessoas
não é fácil, como se
pode presumir. Exige do
magistrado um elevado
grau de discernimento e
de humanismo, para
mergulhar nos meandros
da alma humana e extrair
da lei a aplicação ao
caso concreto. É
evidente que não se pode
interpretar a lição de
Jesus: “Não julgueis,
para não serdes
julgados” (Mt, 7:1) como
um obstáculo ao
julgamento das demandas
judiciais, pois o
contexto em que ela se
insere nos indica que a
lição do Mestre se
refere às nossas mazelas
morais, à maledicência,
à intolerância, ao
orgulho, que não podemos
apontar nos outros sem
examinar a nossa própria
fraqueza.
No estágio evolutivo em
que nos encontramos
ainda se faz necessária
a atuação do Poder
Estatal para coibir
condutas, restringir
liberdades, como um meio
imprescindível à
pacificação social. Ao
juiz espírita cabe,
apenas, julgar com o
máximo de
prudência, agindo com a
firmeza necessária,
porém com a compreensão
das limitações humanas,
aplicando as penas não
como uma retribuição, um
castigo, mas como uma
oportunidade de
reeducação do
delinquente. Devemos
julgar os outros da
forma que gostaríamos
que o outro nos
julgasse, se
estivéssemos em polos
opostos.
Nota da autora:
As inscrições para o
8o
Congresso
da ABRAME podem ser
feitas por meio do site
http://www.amc.org.br
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