Além da morte
Os Espíritos não
vacilam quando
se referem às
mudanças de um
plano a outro,
através da
morte. Contudo,
há os que ainda
acreditam na
transformação,
nesse instante
especial dos que
passam para o
outro lado, em
figura
angelical; em
anjo, na
verdade.
Essa é a mudança
esperada, a
mudança que
gostariam que
acontecesse e
que fica no
coração daqueles
que sentem a
partida do ente
querido,
considerando-o,
sempre, como
figura
benfazeja,
bondosa, de
sentimento
generoso,
merecedor do
maior respeito.
E é verdade! Se
foram bons,
continuarão bons
e a desenvolver
o que está
latente na alma.
Lá, serão
recepcionados
igualmente pelos
bons; se
perversos, é
natural que os
que se
identifiquem com
eles façam a
recepção. A
mudança de
ambiente não
promoverá as
alterações
imaginadas, da
mesma maneira
que a
transferência de
uma cidade ou de
um país para
outro não trará
mudanças na
personalidade do
indivíduo.
Haverá variação,
sim, e muita, no
aspecto
ambiental. Mas,
quanto ao
comportamento,
este sofrerá as
alterações de
acordo com o
interesse
demonstrado, da
mesma maneira
como aqui na
Terra. Sem a
presença da boa
vontade, não
mudaremos nada.
Através da
psicografia de
Chico Xavier,
seu mentor
Emmanuel ilustra
o que representa
a passagem deste
lado para o
outro:
“O reino da
vida, além da
morte, não é
domicílio do
milagre.
Passa o corpo,
em trânsito para
a natureza
inferior que lhe
atrai os
componentes,
entretanto, a
alma continua na
posição
evolutiva em que
se encontra.
Cada
inteligência
apenas consegue
alcançar a
periferia do
círculo de
valores e
imagens dos
quais se faz o
centro gerador.
Ninguém pode
viver em
situação que
ainda não
concebe.
Dentro da nossa
capacidade de
reconhecimento,
erguem-se os
nossos limites.
Em suma, cada
ser apenas
atinge a vida,
até onde possa
chegar a onda do
pensamento que
lhe é próprio.
A mente
primitivista de
um primata, de
um gorila, por
exemplo,
transposto o
limiar da morte,
continua presa
aos interesses
da furna que lhe
consolidou os
hábitos
instintivos.
O índio
desencarnado
dificilmente
ultrapassa o
âmbito da
floresta que lhe
acariciou a
existência.
Assim também, na
vastíssima fauna
social das
nações, cada
criatura dita
civilizada, além
do sepulcro,
circunscreve-se
ao círculo das
concepções que,
mentalmente,
pode abranger.
A residência da
alma permanece
situada no
manancial de
seus próprios
pensamentos.
Estamos
naturalmente
ligados às
nossas criações.
Demoramo-nos
onde supomos o
centro de nossos
interesses.
Facilmente
explicável,
assim, a
continuidade dos
nossos hábitos e
tendências, além
da morte.
A escravidão ou
a liberdade
residem no
íntimo de nosso
próprio ser.
Corre a fonte,
sob a emanação
de vapores da
sua própria
corrente.
Vive a árvore
rodeada pelos
fluidos sutis
que ela mesma
exterioriza,
através das
folhas e das
resinas que lhe
pendem dos
galhos e do
tronco.
Permanece o
charco debaixo
da atmosfera
carregada de
impurezas que
ele mesmo
alimenta, e
brilha o jardim,
sob as vagas do
perfume que
produz.
Assim também a
Terra, com o seu
corpo em
constante
transformação,
arrasta consigo,
na infinita
paisagem
cósmica, o
ambiente
espiritual de
seus filhos”.
Não resta dúvida
alguma sobre a
importância do
nosso
comportamento no
curso da vida.
Chico Xavier já
lembrava, e com
muita
propriedade, que
não havia
necessidade
alguma de se
recorrer ao
processo chamado
"TVP" - Terapia
de Vidas
Passadas - ao
qual não se
dizia favorável,
para conhecer os
motivos
determinantes
que culminam no
cumprimento da
Grande Lei,
trazendo para os
dias atuais
sofrimentos
muitas vezes não
compreendidos,
como convém.
Basta, isso sim,
que olhemos para
nosso próprio
interior para
avaliar os
gostos que
temos,
pensamentos que
nos ocupam,
palavras ou
frases que
dizemos, pontos
de vista que
colocamos,
reações e
decisões
dominantes e
comportamento
social
rotineiro,
especialmente no
ambiente do lar.
Por aí já se
terá uma imagem,
senão precisa,
pelo menos
delineada o
suficiente para
avaliar o que
fomos e o que
fizemos.
O que não pode e
nem deve ser
esquecido é que
sempre haverá um
dia determinante
para a nossa
transformação. E
como nada impede
que esse
importante marco
divisor de
nossas águas
entre o ontem e
o hoje seja o
momento de
agora, por que
vacilar?
Reflitamos, com
Emmanuel: “A
bendita
renovação da
alma pertence
àqueles que
ouviram os
ensinamentos do
Mestre Divino,
exercitando-lhes
a prática”; com
André Luiz: “A
morte física não
significa
renovação para
quem não
procurou
renovar-se”, e
com Miguel
Couto: “A vida
pede a nossa
renovação
permanente para
chegarmos ao
Sólio Divino,
que lhe é meta
fulgurante”. O
que estamos
esperando?