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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 426 - 9 de Agosto de 2015

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 


Ampliando o conhecimento

 
 

A busca desenfreada pelo prazer, poder e acúmulo de bens materiais, que permeiam os desejos de boa parte da humanidade atualmente reencarnada, revela não apenas preferência pelo transitório e incerto, mas também elevada carência de sabedoria. De fato, seguir uma trajetória de vida autodestrutiva, vazia ou destituída de significados e interesses mais profundos tem ainda sido a opção consciente de muitos que vivem nesse mundo. Nesse sentido, é triste observar a decadência moral de almas que renasceram com todas as condições propícias ao seu êxito espiritual, mas que tombam dramaticamente sob o peso de suas próprias fraquezas e aspirações doentias.

Notem que a aceitação do fenômeno da espiritualidade ou “revolução espiritual”, conforme propõem certos pensadores, tem permeado intensamente o contexto humano hodierno. Ou seja, o tema espiritualidade deixou de ser um tabu para se tornar um assunto sério em vários domínios do saber. Não é por outra razão que a literatura mundial – inclusive científica – tem prescrito inúmeros benefícios às criaturas humanas abarcando o comportamento individual, coletivo e até mesmo das instituições ligadas a essa temática.

Em suma, o elemento espiritual não é uma quimera, mas algo vital e, em decorrência disso, inerente às nossas existências. Como tal, pensadores de vários matizes passam gradualmente a reconhecer e valorizar a sua importância. Nesse sentido, o Espírito André Luiz argumentou que “O conhecimento é primeiro degrau da sabedoria”.

A propósito, o desenvolvimento da sabedoria não é – pelo menos por ora – uma disciplina amplamente observável nas variadas escolas da Terra. No entanto, como bem sugere o mentor espiritual, trata-se de um imperativo. Assim sendo, entender as minudências e particularidades desse campo é obrigação de todos nós se, de fato, pretendemos desfrutar de uma vida com experiências mais enriquecedoras para o nosso Espírito imortal. Afinal de contas, tal conhecimento pode nos ajudar a errar menos, a fazer escolhas melhores e a atribuir relevância ao que realmente importa.

Portanto, aprendê-la implica em considerável e sistemático esforço individual, praticamente como um exercício diário. Embora o seu conteúdo esteja espalhado por variadas fontes – nem sempre se circunscreve aos livros e revistas –, não raro, a meditação, o cultivo da prece em busca do aclaramento das ideias e solução para os problemas que nos afligem, a ampliação do senso de observação da vida e dos seus elementos constitutivos ou o ato de assistir a uma palestra sobre tema edificante, por exemplo, podem auxiliar o indivíduo a desenvolvê-la. De qualquer modo, a sabedoria está fundamentalmente estribada no conhecimento.

Posto isto, convém recordar que o Espiritismo – como sublime fonte de sabedoria – tem ajudado de maneira extraordinária os seres humanos a compreenderem a sua missão e o papel que lhes cabem nesse mundo através do conhecimento disseminado pelos Espíritos de escol. O conhecimento, aliás, é a chave não apenas para as expressivas conquistas tecnológicas ou dos inúmeros campos do saber, mas igualmente para a elucidação das almas. No terreno da fé, que nos interessa examinar mais de perto, o conhecimento proporcionado pelos Espíritos nos dá argumentos plausíveis e eloquentes para os delicados fenômenos da vida nos quais estamos inseridos.    

Em outras palavras, a partir do conhecimento trazido a lume pelos Espíritos, os indivíduos passaram a entender as sagradas finalidades de suas existências e o roteiro para que a felicidade permanente possa ser alcançada. Allan Kardec, por sua vez, foi extremamente feliz ao nos concitar ao trabalho de nos instruirmos. Com efeito, o codificador do Espiritismo antevia com precisão que sem o nosso empenho – através da leitura, entendimento e assimilação do conhecimento – não poderíamos galgar os píncaros da sabedoria universal.

É verdade que desfrutamos, de certo modo, um momento desfavorável à aquisição de conhecimento. De fato, os preços dos livros, a inflação, o custo de vida e os vícios tecnológicos, entre outras distrações perniciosas, constituem expressivos complicadores ao cultivo do saudável hábito da leitura instrutiva e libertadora. Mas essas dificuldades também não podem servir de desculpas para o desinteresse crônico que geralmente assalta as pessoas quando se trata de aprender as coisas sérias e esclarecedoras.


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita