A fé e a razão
Jesus nos
ensinou: “Pois
em verdade vos
digo, se
tivésseis fé do
tamanho de um
grão de
mostarda,
diríeis a esta
montanha:
Transplanta-te
daí para ali e
ela se
transportaria, e
nada vos seria
impossível”.
Mateus, cap.
XVI, vv. 11 a
20.
Comentando o
tema sobre a fé,
Kardec conclui
que a fé se
manifesta no
homem sobre dois
aspectos: a fé
humana, que é a
confiança nas
próprias forças,
e a fé divina, a
confiança no
poder e na
proteção de Deus
através da sua
justiça perfeita
e do seu amor a
todos os seus
filhos.
Exaltando a
qualidade da fé,
ele ensina: “Fé
inabalável só é
a que pode
encarar de
frente a razão
em todas as
épocas da
Humanidade”.
O Espiritismo
nos mostra
através do seu
tríplice aspecto
que a Fé, como
graça especial,
concedida por
Deus, não
existe. A Fé é
uma qualidade
inerente a toda
criatura humana,
é uma doação de
Deus e sempre
universal.
Podemos afirmar
que a Fé é um
dom dado por
Deus, Pai de
infinita
misericórdia e
amor, a todos os
filhos, dom esse
colocado no
íntimo de cada
um como gérmen à
semelhança do
amor que todos
trazemos dentro
de nós e que uma
vez existente é
necessário ser
cultivado, à luz
da Razão e da
Lógica
universal.
Portanto,
podemos comparar
a fé como uma
semente que
plantada no solo
precisa ser
cultivada e
desenvolvida. É
uma conquista de
cada ser humano.
A Fé não pode
ser vendida, nem
doada e muito
menos
emprestada. A
cada um de nós
cabem as ações
conscientes no
sentido de
desenvolvê-la
com esforço
próprio. É uma
faculdade da
alma.
Não é assim que
aprendemos na
parábola das
Virgens Néscias
e Prudentes,
contada por
Jesus?
Conforme Ele
ensina na
parábola,
entendemos que o
azeite
armazenado pelas
Virgens
Prudentes
representa as
conquistas
adquiridas pelo
Espírito através
do esforço no
trabalho
construtivo,
munido da boa
vontade em
estudar, para
conhecer e
colocar em
prática os
sublimes
princípios
trazidos pela
doutrina
espírita.
Esta é a maneira
pela qual
faremos o
armazenamento em
nossas candeias,
nosso íntimo, do
azeite
indispensável,
com o qual
iluminaremos
nossos caminhos,
pela força do
querer e
disposições para
mudanças na
busca do bem.
Só assim, quando
convidados para
as bodas; quando
o “noivo”
chegar, que na
alusão de Jesus
interpretamos
como sendo o
momento em que
necessitamos
vencer
dificuldades e
obstáculos,
seremos
merecedores de
contar com o
nosso consórcio
com o mundo
espiritual, de
onde receberemos
o apoio
indispensável na
jornada terrena.
É dessa forma
que a Fé se
alicerça em
nosso ser
espiritual e com
ela nos será
possível
transportar as
montanhas das
nossas mazelas,
dificuldades e
incertezas que
ainda carregamos
conosco.
Portanto, tal
conquista está
na nossa
dependência,
pois segundo
aprendemos com
Kardec, a Fé
para ser
inabalável
precisa ser
racional. Não é
possível
conquistá-la
apenas por ouvir
dizer; é preciso
saber para ter
certeza; é
preciso
compreender,
pois aquele que
não compreende é
o mesmo que o
ateu. A fé
alicerçada à luz
da Razão é
semelhante à luz
do sol, fará
germinar e
crescer o seu
poder em seu
coração.