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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 426 - 9 de Agosto de 2015

RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)

 

 
Fugindo para bem longe


A imprensa televisionada e escrita anunciou enfaticamente a chegada ao planeta anão denominado Plutão, de uma sonda enviada pela NASA em 2006 tendo alcançado o seu objetivo somente agora no ano de 2015, portanto, nove anos depois, após viajar 5 bilhões de quilômetros a uma velocidade de 75.000 quilômetros por hora! Como sabemos, Plutão é o menor dos planetas do nosso sistema solar e o mais distante. Quanto se gastou em inteligência e em valor financeiro para concretizar esse objetivo?

O astrofísico Neil deGrasse Tyson fez uma afirmativa interessante sobre a exploração cósmica: “o ato de explorar vale por si, pois se expandimos fronteiras aumentamos o conhecimento, o que inevitavelmente leva a descobertas científicas e tecnológicas”.

Na questão de número 919 de O Livro Dos Espíritos nos é recomendado uma viagem bem mais perto do que essa para Plutão, com menos gasto financeiro, muito menor tempo, com equipamentos que não requerem alta tecnologia, mas que impõe uma condição que o ser humano reluta em aceitar: ter a coragem e honestidade suficientes para conhecer a si mesmo. Segundo a resposta mencionada, esse é o meio mais prático e mais eficaz para se melhorar nesta vida e resistir aos arrastamentos do mal. Mas dessa viagem para o nosso interior vivemos longe, muito longe, fugindo sempre. E Jesus já a propunha quando curava alguém ao orientar: vá e não peques mais para que não te suceda o pior. Como não pecar mais, ou seja, não reincidir no mesmo erro sem uma corajosa autoanálise? É a viagem onde passamos a conhecer a nós mesmos! Mas continuamos a preferir correr atrás de Plutão, Marte e Vênus. É, sem dúvida, em nosso julgamento infantil espiritualmente falando, muito mais fácil viajar para fora por mais longe que seja do que explorar o interior tão próximo e temido. Somos corajosos em explorar o exterior, mas somos covardes para penetrar em nosso íntimo com o objetivo de conhecermo-nos. Então, como é mais difícil, fugimos para bem longe Universo afora.

Ensina Joanna de Ângelis que a autoanálise trabalhada pela insistência de preservação dos ideais superiores da vida é o recurso preventivo para a manutenção do bem-estar e da saúde nas suas várias expressões. Não é isso que buscamos ardentemente? Bem-estar e saúde? Quantas pessoas não se aproximam da Doutrina Espírita buscando essas condições de vida? Buscam a Doutrina, mas fogem da medicação recomendada.

Continua ensinando Joanna que a autoavaliação é a medida mais eficaz para que se evite o agravamento dos distúrbios psicológicos através de um exame pessoal constante das nossas atitudes em relação ao grupo social no qual se encontra. E o que fazemos? Partimos em busca de Marte, Vênus e Plutão numa viagem bem mais longa, bem mais longe, mas que, mesmo assim, é mais fácil de ser realizada do que a viagem para nosso interior.

Santo Agostinho nos dá o roteiro para essa viagem da qual tanto fugimos: interrogar a própria consciência; analisar o que se fez e perguntar-se se não faltamos com algum dever e se ninguém tem nada a se lamentar de nós.

Já habitaríamos um planeta de evolução superior se fizéssemos essa viagem para dentro de nós mesmos ao final de cada dia.

O mesmo santo afirma nessa sua orientação que fazer algum mal contra o próximo é fazer um mal contra si mesmo. Não seria essa uma medicação infalível contra os mais diversos tipos de crimes que desfilam pelos noticiários do mundo? Não seria uma arma infalível contra a corrupção e a impunidade que desafiam a confiança nas leis que regem uma sociedade?

Para isso não teríamos que atravessar o cosmo, mas adentrar na intimidade dos nossos atos pela nave da consciência movida pelo combustível da coragem e da honestidade que ainda não pode ser produzido por nenhuma usina fora do ser humano.

Ao identificarmos essa dificuldade, preferimos embarcar no veículo espacial que viajou cerca de 5 bilhões de quilômetros durante nove anos em direção ao planeta anão denominado Plutão.

Mas dia virá, mais cedo ou mais tarde, que seremos convocados a embarcar em uma outra nave na qual temos um lugar reservado gratuitamente e que se chama desencarnação. Assim que ela nos deixar no outro lado da fronteira da Vida, seremos obrigados à viagem interior da qual fugimos tanto hoje mergulhados no esconderijo do corpo físico.

Boa viagem para todos nós na nave da consciência!


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita