WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Um minuto com Chico Xavier

Ano 9 - N° 427 - 16 de Agosto de 2015

JOSÉ ANTÔNIO VIEIRA DE PAULA
depaulajoseantonio@gmail.com
Cambé, Paraná (Brasil)
 

 
 
Caso interessante relata R. A. Ranieri, delegado de polícia e espírita, sobre um encontro seu com o famoso poeta, prosador, humorista, Cornélio Pires, que após a desencarnação passa a nos deixar belíssimos trechos de poesias do cotidiano caipira através da mediunidade de Chico Xavier. (Este fato está registrado no livro “Chico Xavier e os Grandes Gênios”, editado pela Lake.)

Ranieri morava na época em Águas da Prata, onde exercia sua profissão. Morava em um Hotel.

Conta Ranieri:

Sabem quem vem aí hoje? - Perguntou-nos o dono do hotel.

Quem? – interrogamos.

O Cornélio Pires!

Cornélio Pires? O escritor?

Sim. Cornélio Pires. Vai fazer uma conferência à noite. O Sr. está convidado.

Irei.

Pensava que a conferência seria no salão de cinema do hotel. Morava lá. Não me falou. À noite procurei o local, mas iam passar um filme. Fui saber onde era a conferência.

Na Praça em frente ao hotel, disse o porteiro.

Fui para a praça e não vi ninguém a não ser um homem debaixo do poste central, mal iluminado.

Praça deserta.

Era Cornélio Pires.

Boa noite. O senhor vai bem?

Bem, obrigado. Sou o delegado.

Eu sei. O Sr. Andrada já me disse.

Como vão as coisas, “Seu” Cornélio?

Vão bem. Agora, vou fazer a conferência e depois, amanhã, vou para São Paulo. Estou vindo de Minas...

Pedi licença, meio sem graça, me afastei um pouco e fui ver as águas do pequeno rio que rolava ali mesmo, iluminado frouxamente à luz da lua.

As pequenas ondas saltavam. Um soldado me acompanhava.

Pode ser que haja conferência hoje, disse eu ao soldado. Esse Cornélio Pires aí na rua... Sem ninguém... Será que o homem é doido?

O soldado não disse nada, encolheu os ombros, mas olhou de esguelha o homem despreocupado que lia jornal à luz frouxa do poste de iluminação pública. Praça deserta...

De repente, passou um caboclo.

Passou pelo Cornélio, distraidamente, depois, parece surpreendido, deu pela coisa e voltou alegre.

Oh, seu Cornélio! O senhor aqui? Há quanto tempo não via o senhor... E o homem abriu um grande sorriso de satisfação.

Trocaram algumas palavras e o Cornélio falou-lhe:

Lembra-se daquela?

E começou a contar para o caipira uma piada muito antiga. No entanto, nos lábios de Cornélio Pires a piada ganhava nova expressão, vestia-se de colorido e de graça e o caipira ria a bandeiras despregadas.

Nós também rimos, meio sem jeito, e passamos a observá-lo de longe.

Logo apareceu o guarda-chaves da Estação e disse:

Soube ali agora que o senhor estava aqui e vim.

E dessa forma, pouco a pouco o grupo foi aumentando, e o Cornélio Pires ia contando as suas histórias, as suas anedotas, fazendo as suas graças, de modo que às oito horas, horário marcado para a conferência, já havia uma enorme multidão na pequena praça.

Bem, disse o escritor, agora já podemos começar a nossa conferência.

Olhei o povo verdadeiramente assombrado e vi que realmente aquele homem, que chegara de repente, não anunciara durante o dia conferência alguma e que apenas se limitara a ir para o meio da rua ler jornal, já podia iniciar a sua conferência porque com um sorriso nos lábios e algumas piadas organizara em pouco tempo o mais simpático auditório do mundo!

Fiquei pasmado. Nós também éramos oradores e fazíamos conferências pelo Brasil. Nunca havíamos visto uma coisa dessas em nossa vida...

Aquele era o Cornélio Pires.

Fez a conferência, contando piadas entremeadas com ensinamentos espíritas. Ele era espírita.

Reencarnação, imortalidade da alma, mediunidade, tudo ia desfilando maravilhosamente através de sua palavra mágica que prendia e arrastava as multidões.

Terminada a conferência, conversamos.

Suas palavras ao povo abriram as portas da intimidade pra nós e nos tornamos amigos em poucos minutos. Ali, naquela noite. Encontrei-o depois muitas vezes. Falou-me do médium Vicente e do aparelho que pretendia construir, espécie de televisão espiritual para que os homens através dessa televisão pudessem ver os espíritos. Gastava muito dinheiro com o aparelho e algumas peças mandara vir dos Estados Unidos.

Não pôde, no entanto, realizar esse sonho porque morreu.

No mundo espiritual, porém, Cornélio Pires encontrou a imortalidade e passou a enviar poemas pelo Chico, especialmente sonetos.

(Observação do colunista: Nos últimos momentos de sua vida, quando Chico já não recebia mensagens de seus guias para publicação, era Cornélio Pires quem deixava alegres mensagens do além-túmulo.)



 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita