Sobre palestras
espíritas
- “E então?
Tem dado muitas
palestras?!”
Ouvi esta
pergunta cerca
de onze anos
atrás, na
ocasião em que
tinha a alegria
de lançar meu
primeiro romance
mediúnico, O
Pretoriano,
pela Mundo Maior
editora;mas,
mesmo naquela
época, mais
inexperiente nos
meios espíritas,
a considerei
meio cretina.
Ora. Apesar de
guardar origens
em família
espírita, e
desde os
dezesseis anos
ler
ininterruptamente,
pode-se dizer,
aprofundando
estudos na
temática
fascinante do
que os Espíritos
nos ensinam
através de
livros
doutrinários ou
romanceados,
dentre outras
correntes
relacionadas ao
assunto, eu
apenas
principiava,
naquele tempo, a
minha
participação
literária mais
efetiva! Comecei
com artigos,
escrevendo para
revistas
eletrônicas e
sites pessoais,
em endereços
virtuais que
ainda mantenho.
Mas os livros,
esses, possuía
uns dois
engavetados em
manuscrito; e só
então, chegado
aquele momento,
em que tanto a
família, quanto
mentores e a
espiritualidade
assistente me
compeliram a
oferecer ao
público o que
começávamos a
realizar, venci
a inibição da
iniciativa, para
sair em busca da
ampliação devida
de horizontes
neste sentido!
Não obstante,
hoje compreendo
com maior
clareza a razão
do mal-estar que
aquela pergunta
provocou.
Porque, de cima
das experiências
adquiridas
depois, vejo que
“dar
palestras”,
para um autor
espírita,
possui, ainda
agora, para
muitos, como já
possuía naquela
época, um
sentido de
“ferramenta”;de
recurso
obrigatório,
exigido para se
obter
popularidade e,
por conseguinte,
ter conhecidos e
vendidos os
nossos livros!
Para mim, no
entanto, a venda
dos livros, ao
sabor do gosto
do leitor, e
respectiva
popularidade do
médium/autor,
são, como
deveriam ser
sempre,
consequências
naturais! Não a
finalidade
principal - mas
possíveis
consequências do
verdadeiro móbil
de se ministrar
palestras, que
deveria ser
sintonizado ao
mesmo que leva a
Espiritualidade
protetora e
assistente da
humanidade a nos
tutorar e
inspirar,
durante os
períodos de
reencarnação:
comunicar as
realidades do
mundo
espiritual, que
a todos nós diz
respeito!
Esclarecer!
Auxiliar!
Amparar e
orientar um
mundo ainda
quase totalmente
perdido no
desconhecimento
das leis divinas
maiores, no
entrechoque
cármico difícil
que, inúmeras
vezes, nos
desnorteia nos
pequenos e
grandes desafios
do dia a dia!
Passar a noção
de uma ótica
mais verdadeira
a respeito das
nossas
responsabilidades
pessoais, e
relacionadas ao
nosso próximo!
Dar palestras,
independente do
palestrante ter
ou não livros
publicados,
deveria ter como
motivação maior
a transmissão,
em parceria com
nossos mentores
do invisível,
desses
esclarecimentos
luminosos, que
de fato auxiliam
nossos ouvintes
nos minutos
rápidos do
cotidiano!
Rotineiramente!
O amor à
dedicação de se
explicar, de
maneira
vibrante, sobre
causa e efeito,
lei do retorno,
resgates
cármicos,
reencarnação -
tudo isso à luz
dos ensinamentos
dos Espíritos
contidos no
Pentateuco e
noutras tantas
obras
respeitáveis, e
nos exemplos de
tantos adeptos e
simpatizantes
desses assuntos,
muitas vezes
anônimos, que
andam por aí,
espalhando sua
cota de luz, sua
contribuição
verdadeiramente
cristã para um
mundo melhor!
“Dar palestras”
não deveria,
jamais, ser
citado, quase
imposto, a
qualquer autor
ou espírita
iniciante, ou
mais experiente
nos meios do
Movimento, como
ferramenta
obrigatória de
marketing
pessoal, caros
amigos! É, no
mínimo,
antiético
mediante a
essência daquilo
que defendemos -
embora
utilitário, não
se nega, às
necessidades
editoriais que,
sim, residem nos
critérios de
lucros de um
mundo material!
E foi isso o que
me soou mal à
sensibilidade de
médium
psicógrafa de
romances,
naqueles tempos,
ainda iniciante,
embora
entusiasta -
como continua me
soando agora!
Não! Eu não
tinha dado uma
única palestra
então, como,
ainda hoje, só o
fiz na minha
página pessoal
de palestras no
Facebook, e,
mais
recentemente,
nos lançamentos
do meu último
livro, falando
brevemente ao
público presente
na livraria FNAC
Barra da Tijuca,
e na
Fraternidade
Espírita Irmãos
de Cascais, a
respeito do
nosso novo
trabalho! Nos
primeiros
tempos, todavia,
poderia alegar
que a timidez
fosse um fator
complicador
desta
iniciativa,
embora hoje não
mais. Mas, se
palestras tiver
que oferecer
atualmente sobre
Espiritismo,
caro leitor,
duas explicações
são necessárias,
ao menos no que
diz respeito ao
nosso trabalho
em particular.
Primeiro, é que
não sei, de
índole, e nem
conseguiria agir
no meio espírita
à moda do que
acontece muito
nos meios
burocráticos
laicos do país,
exibindo e
exaltando
comportamentos
não condizentes
com o meu modo
de ser –
forçando
amizades,
distribuindo
sorrisos
artificiais,
bajulando
dirigentes de
Centros e seus
coligados em
busca de uma
oportunidade de
aparecer mais,
ou de receber
convites;aumentando
geometricamente
a importância e
a popularidade
do que
realizamos;
falando sem
parar, em tom
eletrizante
calculado, sobre
o que fazemos, e
o tanto que é
maravilhoso o
dom mediúnico e
todas as
minúcias de como
os meus mentores
e autores dos
meus livros
fazem notar a
sua presença,
como qualquer
funcionário
burocrata que
visa se destacar
para ganhar uma
promoção! Porque
tal atitude, nem
seria digna de
um médium
seriamente
imbuído do
verdadeiro
sentido de seu
trabalho,
quanto, também,
despertaria
dúvidas nos mais
sensatos sobre
que espécie de
assistência
espiritual
endossaria essa
grande mostra de
vaidade vulgar,
de postura
incompatível
para com o que
preconiza a
própria essência
dos ensinamentos
Espíritas!
Em segundo, toda
palestra que
faço em vídeo,
ou que venha a
proferir
pessoalmente
diante de
pessoas
sinceramente
interessadas,
pode até ter,
como
consequência
bem-vinda,
espontânea, da
parte dos
interessados, a
venda de nossos
romances, que de
fato transmitem
lindas
revelações de
seus autores
sobre como
funciona a vida
da ótica
espiritual, e
nas esferas
invisíveis – mas
o móbil maior
será, sempre, o
assunto, em si!
O prazer
inesgotável de
se falar, de
esclarecer, de
trocar
impressões, e,
mesmo,de
aprender e
crescer em
conjunto,
compartilhando
temas que
elevam, não
apenas o
ouvinte, mas
também o
palestrante!
Pois é inegável
que ele, o
palestrante, em
primeiro
lugar, é o
que deve e pode
aprender com
aquilo que
transmite nas
tribunas de
Centros e Casas
espíritas!