Reconciliar com
os
adversários
Ensinou-nos
Jesus:
“Reconciliai-vos
o mais cedo
possível com o
vosso
adversário,
enquanto estais
no caminho com
eles (...)”.
Este precioso
ensinamento que
temos aprendido,
de longa data
tem sido
entendido como a
reconciliação
com os
adversários
conquistados
durante a nossa
presente
existência na
Terra.
Kardec, o
codificador do
Espiritismo,
também assim
entendeu, além
de que tenha
também advertido
do mal que será
para o ofensor
se o adversário
levar para o
mundo espiritual
a sua amargura.
Em O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
livro de sua
autoria, no
Capitulo X, em
certo trecho do
item 6, afirma:
“Quando Jesus
recomenda que
nos
reconciliemos
com o nosso
adversário o
mais breve
possível, não é
tendo em vista
somente acabar
com as
discórdias
durante a
existência
atual, mas
evitar que elas
se perpetuem nas
existências
futuras. Não
saireis de lá
enquanto não
houverdes pago
até o ultimo
centavo, isto é,
satisfeita
completamente a
justiça de
Deus”.
É justo que
assim seja. Que
aproveitemos o
fato de nos
encontrarmos
aqui e podermos,
enquanto juntos,
fazer a nossa
reconciliação,
evitando ter que
sofrer mais
tarde, depois
dele
desencarnado, a
sua perseguição
e aí, então,
será bem mais
doloroso o
entendimento
mútuo, ou termos
que enfrentá-lo
em existência
futura.
No entanto,
atualmente, os
estudiosos da
psicologia,
especialmente os
psicólogos
espíritas,
encarnados e
desencarnados,
têm interpretado
o ensinamento de
Jesus também
relacionado com
outros
“adversários”,
aqueles que se
encontram dentro
de cada criatura
humana. São
todos os
problemas que
portamos de
longa data, que
foram
conquistados
pelas nossas
primárias
atitudes em
muitas e
variadas
existências.
O Espírito
Hammed, pela
psicografia de
Francisco do
Espírito Santo
Neto, em seu
livro “As Dores
da Alma”,
relaciona vinte
e um adversários
ferrenhos com os
quais precisamos
nos reconciliar
o mais depressa
possível, para
deles nos
libertarmos e
conquistar assim
o ideal luminoso
do homem novo,
lúcido e
integral.
Essa
reconciliação
não deve ser no
sentido de
“matar o homem
velho”,
“extinguir
sombras”,
“vencer o
passado” –
expressões que
comumente são
usadas para
processo da
mudança
interior, como
assevera Ermance
Dufaux em seu
magnífico livro
REFORMA ÍNTIMA
SEM MARTÍRIO.
A reforma íntima
segundo José
Herculano Pires
deve ser
entendida como
transformação
íntima, pois
não é possível
reformar as
nossas
conquistas que
nos foram muito
úteis no passado
distante, mas
transformá-las
para melhor. Não
se trata de
eliminar o que
fomos um dia,
mas, segundo
Ermance, “... as
expressões que
melhor
significado
apresentam para
a tarefa íntima
de melhoria
serão ‘harmonia
com a sombra’ e
‘conquistar o
passado’, que
redunda em uma
das mais belas e
sublimes
palavras dos
dicionários
humanos:
EDUCAÇÃO”.
Continua Ernance
em outro trecho
do capítulo 6 do
livro já citado:
“Interiorização
é aprender a
convivência
pacífica e
amável com as
nossas mazelas.
É aprender a
conviver consigo
mesmo através de
incursões
educativas ao
mundo íntimo,
treinando o
autoamor,
aprendendo a
gostar de si
próprio para
amar tudo o que
existe em torno
de nossos
passos”.
“Enquanto
usarmos de
crueldade com o
passado de
erros, não o
conquistaremos
em definitivo. A
adoção de
comportamentos
radicais de
violentação
desenvolve o
superficialismo
dos estereótipos
e angústia da
melhora –
estados
interiores
improdutivos
para a aquisição
no
autoconhecimento
e no autotriunfo”.
Verificamos,
assim, que é
necessário
enfrentarmos
sérios desafios
na luta sem
trégua para a
plena
reconciliação
com ambos os
adversários, os
externos e os
internos, com os
quais temos
convivido. O
conhecimento do
Espiritismo nos
ajudará sem
dúvida, mas a
decisão final é
de cada um.