O investimento
de Deus
Quando criança
costumava ver
meu pai arrumar
tudo que estava
quebrado em
nossa casa. Seu
apelido era
professor
Pardal, alusão
ao inventor,
personagem de
Walt Disney. Meu
velho recuperava
liquidificador,
arrumava máquina
fotográfica ou,
mesmo,
consertava uma
porta que estava
empenada.
Recordo-me de
que dava muito
trabalho, muito
mesmo... E lá se
ia o seu sábado,
tão sagrado,
embora.
Entretanto,
lembro-me,
também, de seu
semblante de
felicidade
quando obtinha
sucesso. Para
cada porta
arrumada e
máquina de lavar
funcionando
novamente, um
sorriso de
imensa
satisfação.
Essa ingênua
recordação
infantil fez-me
pensar nos
tempos atuais:
vivemos em um
mundo
descartável
demais, em que
tudo é jogado
fora quando
apresenta algum
“problema”.
O pai, já
velhinho,
enguiçou?
Interna em
clínica de
repouso.
O relacionamento
emperrou? Troca,
pois como se
diz, a fila
anda.
O amigo nos
ofendeu?
Descarta, não
serve mais,
mesmo que sua
folha de
serviços
prestados seja
intensa e
extensa.
São os tempos
modernos.
Ainda bem que o
Criador não
pensa assim.
Imagine se o Pai
fosse nos
descartar a cada
“mancada”nossa.
Valha-me Deus!
Não existiríamos
mais.
Penso sempre no
diálogo de Jesus
com Deus:
- “Senhor”, diz
o mestre,
“fulano errou de
novo!”
E Deus responde
com sua infinita
sabedoria:
- “Vai lá, meu
filho, conserta
teu irmão! Dá a
ele as
ferramentas
necessárias para
que aprenda a
relacionar-se
consigo mesmo e
com o Universo”.
Deus está sempre
nos consertando,
reciclando,
aproveitando. A
reencarnação é a
maior prova
disso, pois é o
investimento de
Deus em nós.
Mesmo quebrados,
detonados pelas
nossas próprias
escolhas
equivocadas,
Deus não nos
abandona, não
nos descarta.
O Pai tem
paciência e, por
isso, investe em
seus Filhos, a
fim de
recuperá-los.
Desenvolver em
nós a
consciência da
imortalidade da
alma proporciona
ter uma visão
mais abrangente
das coisas e
situações.
Sabendo que a
vida se prolonga
além deste
hemisfério
terreno, iremos
recuperar mais e
descartar
menos...
Investir mais
nas pessoas, nas
relações, nas
amizades,
buscando um
aprofundamento
que a cultura do
descarte não
atinge.
Quantas coisas
boas perdemos,
quantos
relacionamentos,
quantas
amizades,
quantas
oportunidades de
progresso,
porque deixamos
de aprofundar,
porque não
tivemos a
paciência e a
vontade
necessária para
insistir e
investir.
De fato, num
mundo
descartável dá
mais trabalho
investir.
Resgatar
pessoas,
recuperar
relações, trazer
de volta um
cliente, reatar
uma amizade com
o perdão, tudo
isso dá muito
trabalho.
Insistir – não
desistir, não
jogar fora –dá
muito mais
trabalho,
entretanto, o
sabor de vitoria
é muito mais
intenso.
Deus investe em
nós.
E nós,
investimos no
próximo?
Pensemos nisso!