O espantalho
Hilário Silva
O astuto
comandante de
entidades das
trevas reuniu a
pequena
expedição de
companheiros que
voltavam da
esfera física,
aonde haviam ido
em combate aos
espíritas, e
lhes tomava
conta.
- Eu, - dizia um
dos
perseguidores
sarcástico, -
torturei a
cabeça de
fervoroso
pregador de
Kardec,
impedindo-lhe o
acesso à tribuna
por mais de dois
meses...
- Ótimo! - falou
o chefe -
entretanto, isso
terá trazido
muitos
benfeitores ao
socorro
preciso...
- Eu, -
chacoteou um
deles - consegui
provocar a queda
de uma criança
anulando o
concurso de
operosa médium
passista por
duas semanas...
- Excelente! -
concordou o
diretor das
sombras - mas
não resolve
porque muita
gente do plano
superior terá
vindo...
Outros
relacionaram
atividades
inferiores
diversas sem que
o mentor cruel
demonstrasse
encantamento
maior.
Um deles
informou, porém:
- Eu encontrei
um grupo de
espíritas
convictos e
devotados, mas
passei a
frequentar-lhes
o pensamento,
dizendo-lhes que
eles eram
imperfeitos,
imperfeitos e
imperfeitos, até
que todos
acreditaram não
valer mais
nada... Então aí
todos cruzaram
os braços e
começaram a
dormir em
desânimo e
abatimento...
O tenebroso
dirigente das
trevas deu
enorme
gargalhada e
recomendou a
turma sombria a
levantar, com
urgência, em
cada sementeira
do Espiritismo,
o espantalho da
imperfeição...
Do livro
Ideal Espírita,
obra mediúnica
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.