Quando a maldade
predomina
734 – Em seu estado
atual, o homem tem um
direito ilimitado de
destruição sobre os
animais? "Esse direito é
regulado pela
necessidade de prover à
sua nutrição e à sua
segurança. O abuso
jamais foi um direito.”
(L.E., 734.)
Fato como esse divulgado
pela imprensa escrita e
televisionada do mundo
todo que noticiou a
morte de um leão
retirado
premeditadamente para
fora da reserva da área
de proteção ambiental do
Hwange National Park, no
Zimbábue, pelo simples
prazer de matar, é uma
pequena amostra do mal
que ainda reside em
muitos seres humanos
(humanos?). Um dentista
americano cujo nome não
merece sequer menção,
atraiu o animal para
fora da área de proteção
amarrando uma carcaça de
um outro animal na
traseira de um jipe que
foi seguido pelo leão
sacrificado. Quando o
“corajoso” dentista teve
o animal ao seu alcance,
atingiu-o com uma flecha
disparada de um arco
apropriado para matar
grandes mamíferos. O
ferimento produzido não
sendo suficiente para
matar o leão, fez com
que ele se arrastasse
por cerca de quarenta
horas, quase dois dias,
sentindo dores e,
provavelmente,
pressentindo a agonia da
morte, sendo perseguido
pelo covarde que o
flechou. Ao ter o animal
indefeso exposto à sua
sanha, fuzilou-o com um
tiro, decapitou o mesmo
e arrancou-lhe a pele
que transformou em um
valoroso troféu para
demonstrar como esse
covarde é “corajoso”.
Os Espíritos respondem a
Allan Kardec na questão
de número 735 d’O
Livro dos Espíritos
que a caça, quando tem
por objetivo o prazer de
destruir sem utilidade,
como ocorreu no fato
divulgado, ocorre pela
predominância da
bestialidade sobre a
natureza espiritual. E o
mais grave do que isso:
toda destruição que
ultrapasse os limites da
necessidade, é uma
violação da lei de Deus.
E o que traz o consolo a
quem se sensibiliza com
crueldade tamanha como
essa que foi cometida:
prestarão contas do
abuso da liberdade que
lhe foi concedida,
porque é aos maus
instintos que ele cede.
Perfeito! Embora os que
tratam os animais com
crueldade não creiam,
sequer cogitem de que
ferem as Leis de Deus,
prestarão, no devido
tempo e ocasião, contas
do mal cometido.
Em reportagem contida da
revista VEJA,
edição 2437, é informado
que o covarde dentista
teria pago o equivalente
a 170.000 reais para
poder satisfazer a sua
sanha interior. Depois
de esconder-se (por que,
se nada fez de errado?),
o “grande” e “corajoso”
caçador escreveu um
bilhete no qual dizia
não fazer ideia de que o
leão era tão amado. Ora!
Que criatura de Deus não
é amada por Ele? Não são
amadas por indivíduos
trogloditas,
espiritualmente falando,
que se julgam senhores
absolutos daquilo que
não criaram e que são
incapazes de criar,
apenas de maltratar para
satisfazer o mundo
interior agitado pela
maldade que ainda
conservam dentro de si
mesmos.
Infelizmente,
determinados países
permitem a caça aos
animais transformando-os
em troféus pelo método
da taxidermia (técnica
de manutenção da pele,
planos e tamanho
original dos animais
abatidos), que são
“recibos” da maldade e
da covardia do ser
humano, e que são
transportados para
diversas partes do
mundo. Mas o melhor
lugar onde serão
registrados por muito
tempo é na consciência
dos covardes autores de
tanta maldade.
Albert Schweitzer, que
se dedicou a tratar
gratuitamente de
leprosos na localidade
de Lambarené, na África,
dizia que não importava
saber se um animal podia
raciocinar, mas que era
capaz de sofrer, e, por
isso, o considerava seu
próximo. Também esse
grande Espírito, que era
incapaz de pisar sobre
uma simples flor do
campo, afirmava
categoricamente que
quando o homem aprender
a respeitar até o menor
ser da criação, seja
animal ou vegetal,
ninguém precisará
ensiná-lo a amar seus
semelhantes.
Pisoteamos flores,
poluímos rios e o
próprio ar que
respiramos, devastamos
florestas, matamos por
simples crueldade
animais inocentes e
ferimos brutalmente
nossos semelhantes.
Ainda permanece alguma
dúvida sobre as
afirmativas de Albert
Schweitzer? Ou será que
o covarde caçador de
leões e outros animais é
quem está certo?
Talvez também tenha
incidido em erro São
Francisco de Assis
quando considerava a
tudo e a todos da obra
da criação divina como
sua irmã ou seu irmão.
Enquanto julgarmos estar
certos, tenhamos a
certeza de que o planeta
de regeneração manterá a
distância necessária
para que a dor nos faça
mudar de ponto de vista
e de atitude. Só então
nos tornaremos dignos de
um mundo melhor.