CHRISTINA NUNES
meridius@superig.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
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Conde J. W.
Rochester
Escrever ou
falar a respeito
de John Wilmot,
segundo Conde de
Rochester, autor
espiritual de
inúmeros
romances
psicografados
pela médium
russa Wera
Krijanowskaia,
e, mais
recentemente,
por mais duas
médiuns
psicógrafas
brasileiras, me
provoca sempre
esquisita e
intensa emoção,
não sei
exatamente
porquê. Mas
penso que,
talvez, pelo
fato de que a
minha formação
espírita tenha
se dado, desde o
seu início, com
forte influência
dos livros
carregados de
conteúdo
dramático, da
autoria deste
Espírito
invulgar,
enérgico.
Efetivamente,
junto com os
romances de
Emmanuel,
trazidos pela
mediunidade de
Chico Xavier,
foram, as obras
do Conde, a
indelével marca
literária
espírita que
contribuiu para
construir minha
formação como
médium
psicógrafa e
autora, também
na área de
romances, da
autoria de
outros Espíritos
desencarnados,
tantos anos
depois.
Esta semana,
aproveitando as
férias, revi o
filme O
Libertino,
de direção de
Laurence Dunmore,
com Johnny Depp
protagonizando o
próprio Conde.
Interessou-me,
anos atrás,
adquirir o DVD,
que considerei
autêntica joia
cinematográfica
garimpada para a
minha
videoteca.Não
apenas por
admirar o ator
de indiscutível
expressão na
atualidade, mas,
principalmente,
porque se trata,
o conteúdo do
drama, da
história,
pode-se dizer,
laica de
Rochester, sem o
viés do que se
sabe dele,
Espírito
desencarnado,
nos meios
literários
espíritas e
espiritualistas.
Sabia,assim, por
essas mesmas
fontes
espíritas, e em
versão
adocicada, que
se tratava, o
personagem
ímpar, de figura
dissoluta nos
tempos em que
viveu na
Inglaterra, como
conselheiro do
rei Charles II.
Todavia, e se é
que a produção
do filme é
minimamente
verídica, não
imaginei que
essa dissolução
se estendesse
aos extremos com
que foram
exibidos, na
atuação
brilhante do
controverso ator
americano.
De fato, já no
início da
exibição, nos
surge o
personagem,
falando
diretamente ao
telespectador de
forma frontal,
acintosa,
pode-se dizer
que mesmo
amoral! A fala
inicial, de
fato, dá a
tônica do que se
vai assistir.
Ninguém, depois,
pode alegar não
ter gostado do
conteúdo do
filme por estar
desavisado, pois
o próprio Conde
de Rochester, na
abertura,
adverte: “Vocês
não vão gostar
de mim!...”
Passando-se à
análise
combinada do que
este O
Libertino
nos exibe, e
admitindo-se
certa cota de
veracidade na
maior parte do
que é ali
contado, que
bate com o que
sabemos de
Rochester nos
meios espíritas
– o talento
literário e
dramatúrgico
indiscutível,
suas
licenciosidades
e vivências em
meio a uma
sociedade
dissoluta, na
monarquia
inglesa do
século XVII, sua
paixão pela
atriz Lizzy
Barry, os
conflitos
matrimoniais e
as moléstias
múltiplas que o
levaram ao
desencarne aos
33 anos de
idade, por força
do seu gênero
dissoluto,
pode-se dizer
que amoral de
vida –
entende-se, com
maior clareza, a
missão do Conde
Rochester já
desencarnado,
ressurgindo
séculos depois
para narrar, com
o estilo
impetuoso
próprio do poeta
brilhante da
corte de Charles
II, a um mundo
ainda mergulhado
em enganos e
descaminhos, as
mazelas que se
sucedem,
inexoráveis, a
todos os que
ignoram, por
conveniência ou
ignorância do
Espírito, que
para cada
escolha e
atitude existe a
sua colheita
exata!
Seus romances
envolventes,
eletrizantes,
que sempre são
de molde a
prender o
leitor, de forma
hipnótica, de um
fôlego só, da
primeira à
última linha,
deixam claro o
ensinamento
central de
conhecimento de
todos, que há
milênios vêm
colhendo a sua
cota cármica de
aprendizado
difícil: causa e
efeito, lei do
retorno, bagagem
cármica,
expiação e
provações...
Para as boas,
quanto para as
más coisas que
realizamos, para
nós mesmos,
quanto para o
próximo, no
processo, sempre
haveremos de
arcar com as
devidas
consequências,
sem poder,
depois, reclamar
de injustiças do
julgamento
divino – pois a
verdade é que
nós mesmos
realizamos este
julgamento! A
ninguém mais
podemos
responsabilizar
pelas origens
dos eventos
diários que nos
colhem a cada
minuto, dos
maiores aos
menores em
importância!
Nos livros
Chanceler de
Ferro;Vingança
do Judeu;
Romance de Uma
Rainha;
Herculanum,
Faraó Merneptah...,em
quaisquer climas
e séculos onde o
autor tenha
vivido,
oferecendo a
partir dali o
seu testemunho
literário junto
ao grupo de
Espíritos que o
acompanham na
jornada
evolutiva, o que
se destaca com
ênfase é o
recado de que em
quaisquer
classes sociais
e lugares
diferentes do
mundo, em
idiomas e
culturas
múltiplas, as
lições humanas
se repetem em
essência.
Orgulho,
soberba,
arrogância,
ódio, energias
de frequências
espirituais
baixas, nutridas
por seres
incautos, sempre
revertem em
prejuízos
evolutivos
graves, logo ali
ou mais à
frente, enquanto
os que, apesar
dos sofrimentos
difíceis, já
desenvolveram em
si os padrões
existenciais
amorosos dos
exemplos
deixados por
Jesus e por
tantos outros
mestres em
trânsito
periódico pela
Terra sempre
contam com
reforços de
recursos
íntimos, e da
parte da
Providência, via
sintonia na Luz,
empenhados na
conquista do
progresso
espiritual deste
planeta, e tendo
suavizadas as
trajetórias
incessantes de
aprendizado com
o bônus
impagável dos
elos de amor!
Assistindo,
portanto, ao
filme de Johnny
Depp, vemos a
convergência de
versões da vida
deste Espírito
enérgico, mas
genial, J. W.
Rochester,
Espírito que, ao
que nos
aparenta, se
converteu
efetivamente a
uma visão mais
consciente da
própria
responsabilidade
espiritual em
seus últimos
momentos de vida
na matéria, sob
as vistas do
sacerdote que o
beneficiou com
as preces
finais, ao
término da
reencarnação
difícil,
corroído por
moléstias
graves!
Séculos mais
tarde nos
ressurge o Conde
das dimensões da
vida espiritual,
refeito e
reformulado,
para nos
presentear com
sua vultosa obra
literária, onde,
à parte a
polêmica
despertada pela
marca registrada
de seu estilo
até certo ponto
fantasioso,
demasiadamente
dramático,
colhem-se lições
preciosas para
todos os que o
leem,
reconhecendo em
suas narrativas
saturadas de
emoções
comoventes o
espelho dos
dilemas
evolutivos que a
todos nós
desafiam,
indistintamente,
ao longo dos
caminhos ricos
das lições úteis
que sempre nos
aguardarão no
porvir!