Um leitor desta revista,
depois de explicar que
existe na Casa espírita que
frequenta uma acalorada
discussão em torno do
mecanismo do passe,
pergunta-nos:
-
O fluido magnético ou
vital transmitido pelo
chamado médium passista
é direcionado pela mente
ou pelas mãos de quem
administra o passe?
-
Para a eficácia do passe
magnético é necessário
que o médium passista
toque no paciente?
Já nos referimos ao assunto
em mais de uma oportunidade.
Quanto à primeira pergunta,
a resposta nos foi dada em
1861 na obra de Kardec “O
Livro dos Médiuns”, cap.
XIV, item 176:
176. Eis aqui as respostas
que nos deram os Espíritos
às perguntas que lhes
dirigimos sobre este
assunto:
1ª Podem considerar-se as
pessoas dotadas de força
magnética como formando uma
variedade de médiuns?
"Não há que duvidar."
2ª Entretanto, o médium é um
intermediário entre os
Espíritos e o homem; ora, o
magnetizador, haurindo em si
mesmo a força de que se
utiliza, não parece que seja
intermediário de nenhuma
potência estranha.
"É um erro; a força
magnética reside, sem
dúvida, no homem, mas é
aumentada pela ação dos
Espíritos que ele chama em
seu auxilio. Se magnetizas
com o propósito de curar,
por exemplo, e invocas um
bom Espírito que se
interessa por ti e pelo teu
doente, ele aumenta a tua
força e a tua vontade,
dirige o teu fluido e
lhe dá as qualidades
necessárias."
(Grifamos.)
Reforçando a ideia de que é
o Espírito o elemento
fundamental no mecanismo do
passe magnético,
José Herculano Pires
escreveu:
"O passe espírita é
simplesmente a imposição das
mãos, usada e ensinada por
Jesus, como se vê nos
Evangelhos. Origina-se das
práticas de cura do
Cristianismo Primitivo. Sua
fonte humana e divina são as
mãos de Jesus. O passe
espírita não comporta as
encenações e gesticulações
em que hoje o envolveram
alguns teóricos
improvisados, geralmente
ligados a antigas correntes
espiritualistas de origem
mágica ou feiticista. Todo o
poder e toda a eficácia do
passe espírita dependem
do Espírito e não da
matéria, da assistência
espiritual do médium
passista e não dele
mesmo. Os passes
padronizados e classificados
derivam de teorias e
práticas mesméricas,
magnéticas e hipnóticas de
um passado há muito
superado. Os Espíritos
realmente elevados não
aprovam nem ensinam essas
coisas, mas apenas a prece e
a imposição das mãos. Toda a
beleza espiritual do passe
espírita, que provém da fé
racional no poder
espiritual, desaparece ante
as ginásticas pretensiosas e
ridículas gesticulações”.
("Obsessão, o passe, a
doutrinação", editora
Paideia, págs. 35 a 37.)
(Grifamos.)
Fica, à vista dos textos
acima transcritos, mais do
que evidente que não são as
mãos do médium passista que
dão direção ao fluido
magnético ou vital, mas sim
o Espírito que com ele atua
no processo.
Quanto à segunda pergunta,
cremos que os textos
abaixo reproduzidos
respondem perfeitamente à
indagação do leitor:
99 – Como deve ser recebido
e dado o passe?
- O passe poderá obedecer à
fórmula que forneça maior
porcentagem de confiança,
não só a quem o dá, como a
quem o recebe. Devemos
esclarecer, todavia, que o
passe é a transmissão de uma
força psíquica e espiritual,
dispensando qualquer
contacto físico na sua
aplicação. (“O Consolador”,
de Emmanuel, obra
psicografada por Chico
Xavier, pergunta 99.)
(Grifamos.)
75. Há necessidade de o
médium tocar ou encostar as
mãos na pessoa que recebe o
passe?
Divaldo – Desde que se trata
de permuta de energias,
deve-se mesmo, por medida de
cautela e de zelo ao próprio
bom nome e ao do
Espiritismo, evitar tudo
aquilo que possa
comprometer, como toques
físicos, abraços, etc.
(“Diretrizes de Segurança”,
de autoria de Divaldo Franco
e J. Raul Teixeira, pergunta
75.)
(Grifamos.)
77. Os estalidos dos
dedos ajudam, de algum modo,
na aplicação dos passes?
Raul – Não. Tudo isso faz
parte dos hábitos
incorporados pelas pessoas
que passam a admitir que
seus trejeitos e tiques são
parte da tarefa dos passes
ou da mediunidade. Os
estalidos e outros
maneirismos com as mãos,
indicando força ou energia,
são perfeitamente
dispensáveis, devendo o
médium educar-se, procurando
aperfeiçoar suas
possibilidades de trabalho.
Nenhum estalo, nenhuma
fungação, nenhum
toque corporal ou
puxadas de dedos, de braços,
de cabelos, têm quaisquer
utilidades na prática
dos passes. Deveremos,
assim, evitá-los.
(“Diretrizes de Segurança”,
de autoria de Divaldo Franco
e J. Raul Teixeira, pergunta
77.)
(Grifamos.)
28. Qual o papel dos
centros vitais no
intercâmbio mediúnico?
Raul – Encontramos os
centros vitais como sendo
representações do corpo
psicossomático ou
perispírito, correspondendo
aos plexos no corpo físico.
São verdadeiras subestações
energéticas.
À proporção que encontramos
no mapa fisiológico do
indivíduo os diversos
entroncamentos nervosos, de
vasos, de veias, temos aí um
foco de expansão de energia.
O nosso centro coronário,
que é a porta que se abre
para o cosmo, é a “esponja”
que absorve o influxo de
energia e o distribui para o
centro cerebral, para o
centro laríngeo, e,
respectivamente, para outros
centros que se distribuem
com maior ou menor
intensidade, através do
corpo. Sabemos que tais
energias, antes de atingir o
corpo físico, abrigam-se no
corpo espiritual.
(...)
Porque as energias penetram
o centro coronário e são
distribuídas por essas
“linhas de força”, à
semelhança de qualquer
medicamento, elas vão
atingir as áreas carentes.
Se estivermos com uma
problemática cardíaca, por
exemplo, não haverá
necessidade de aplicarmos as
energias sobre o músculo
cardíaco, porque em
penetrando nossa intimidade
energética, aquele centro
lesado vai absorver a
quantidade, a parcela de
recursos fluídicos de que
necessita. Do mesmo modo, se
temos uma dor na ponta do pé
e tomamos um analgésico, que
vai para o estômago, a dor
na ponta do pé logo passa.
Então, o nosso cosmo
energético está, como diz a
Doutrina Espírita, ligado
célula por célula ao nosso
corpo somático. Por isso, os
centros de força do
perispírito têm seus
correspondentes materiais
nos plexos do corpo carnal,
ou, diríamos de melhor
maneira, os plexos do corpo
carnal são representantes
materiais, são a expressão
materializada dos fulcros
energéticos ou dos centros
de força, ou, ainda, dos
centros vitais do nosso
perispírito. (“Diretrizes de
Segurança”, de autoria de
Divaldo Franco e J. Raul
Teixeira, pergunta 28.)
(Grifamos.)
O presidente da Casa
conversou calmamente com a
enferma, infundindo-lhe
ânimo e explicando-lhe que
se tratava de uma trama
infeliz para afligi-la e
desestruturar o médium,
gerando ainda suspeição a
respeito da Casa. “Eis por
que – acrescentou o Sr.
Almiro – não tocamos em
nossos pacientes durante a
terapia bioenergética, a fim
de não apenas respeitarmos
as pessoas, como também,
mesmo inconscientemente, não
lhes despertarmos sensações
perturbadoras.” “A aplicação
da energia restauradora é
feita na aura e nos chacras,
de onde se irradia para os
diferentes núcleos e órgãos
físicos, assim como
áreas psíquicas.” (“Trilhas
da Libertação”, de Manoel P.
de Miranda, obra
psicografada por Divaldo
Franco: Escândalo e Paz, pp.
234 e 235.)
(Grifamos.)
À vista de explicações tão
claras, não há por que
adotar na Casa espírita
procedimentos que destoem
das orientações aqui
reproduzidas.
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