JANE MARTINS
VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR
(Brasil)
|
|
Mentes brilhantes
“... Apresentaram-lhe,
então, criancinhas, a
fim de que ele as
tocasse...”
(Marcos,
cap. X: 13 a 16.)
Não nos cansamos de nos
reportar aos Espíritos
que estão chegando às
encarnações terrenas.
Quem quer que pare e
olhe, que tenha pequenas
crianças ante seus olhos
atentos, perceberá uma
grande diferença. Cada
geração revela as
conquistas já adquiridas
no passado e as
dificuldades que ainda
traz consigo. Qualquer
observador, mesmo o mais
humilde, nota que as
atuais crianças, mesmo
as de tenra idade,
revelam a característica
de inteligência da atual
geração. Comparam o
desenvolvimento dos
filhos mais velhos, dos
netos, dos sobrinhos e
são unânimes: a atual
geração revela uma
inteligência percebida
desde bebês.
Para se ter uma pálida
ideia, nossa pequena
sobrinha de três meses
dançava com a cabeça, os
olhos e a boca,
acompanhando o ritmo da
música que ouvia. Se o
corpo já tivesse
coordenação motora,
estaria dançando por
inteiro. Antigamente não
era assim, diziam os
avós. Demorava um mês
para abrir os olhos,
dizem outros. É notório
que a evolução se
processa, a inteligência
está chegando mais
intensa. É preciso
enxergar o fato e educar
melhor essas crianças
que chegam, para a
grande transformação do
amanhã.
A necessidade da
educação se faz presente
em todas as idades. A
criança e o jovem no
comportamento demonstram
o que estão aprendendo.
Os adultos estão
esquecidos, ou não
receberam para ensinar
ou não estão com
disposição de ensinar, o
que revela o egoísmo em
que ainda estamos
situados. Não nos
referimos aqui à
instrução, mas sim à
educação que as famílias
devem dar. A educação
moral, a arte de formar
caracteres, como disse
Kardec, de enxergar
erros e corrigir, de ver
acertos e estimulá-los.
Não importa a classe
social, pobre ou rico, é
preciso lembrar a beleza
do respeito ao próximo,
a assertiva de Jesus
quando disse: “tudo
aquilo que quereis que
vos façam fazei vós aos
outros”. O futuro da
humanidade pede isso. O
Espírito Camilo, no
livro Desafios da
Educação,
psicografado por Raul
Teixeira, comenta em seu
prefácio que desde a
aplicação dos processos
educacionais sobre o
espírito na sua fase
infantil até a madureza,
das interessantes
dúvidas ligadas ao
período de gestação
humana até as
preocupantes nuanças do
Movimento Espírita, tudo
isso procuramos situar
no universo da educação,
de modo a constatarmos,
com o Espírito da
Verdade, que somente a
educação poderá reformar
os homens.
Benditos são nossos
pais, nossa família. O
que teríamos sido sem
eles? Perscrutavam
nossas atitudes, viam
nosso
comportamento,corrigiam,
exemplificavam, davam
limites, amavam. Isso
precisa ser resgatado. A
criança de hoje, muito
inteligente, precisa ser
tocada por Jesus. É
preciso educá-las no
amor, no respeito,
levá-las a conhecer o
evangelho de Jesus desde
muito pequenas, quanto
mais cedo melhor.
Inteligência sem amor
gera destruição,
exacerba o orgulho e o
egoísmo, males que
precisam ser extirpados
da Terra, para que ela
seja o mundo de amor que
sonhamos.
Há que se ter um preparo
para enxergar essas
jovens inteligências
brilhantes que vêm e
precisam ser conduzidas
para o amor e o bem, a
fim de cumprir seu papel
de socorrer a humanidade
sofredora. O amor mudará
o planeta e a educação
para tal deve acontecer.
Ensinar o afeto, a
compaixão, o serviço no
bem. Os pais, que
costumam ter boa
vontade, nem sempre
sabem como agir
corretamente, diante das
inteligências que
observam, e algumas
escolas, por mais
preparadas, nem sempre
também, porque grande
parte dessas crianças
foge do padrão
costumeiro.
Há alguns dias recebemos
uma mãe muito
interessada em ajudar
seu filho de três anos,
porque achava que não
estava dando conta dele.
Uma mãe muito
inteligente, da
periferia da cidade, com
uma criança fantástica.
Um português impecável
para a idade, não comum
na periferia, onde, sem
desmerecer, mas, fruto
da realidade, as
crianças, mesmo em
escolas, em quarta série
do fundamental, costumam
falar “nós vai”, “nós
foi”. A mãe tinha sido
chamada à escolinha,
porque o menino é
difícil ali, desafia os
professores, quer saber
o porquê das coisas, só
obedece se entender, e
questiona tudo. A mãe
disse-nos que tinha
dificuldades em pôr-lhe
limites por essa razão,
porque achava que o
menino tinha problemas.
Vimos ali uma criança
brilhante. Manipulava
com perfeição! Daquele
tamanho minúsculo, era
difícil falar-lhe,
tamanha a educação com
que pedia as coisas e em
um português que muitos
adultos não falam.
Dissemos à mãe que
achávamos que ele podia
ser um superdotado e aí
precisaria de escola
muito boa, porque essas
crianças gostam do que é
difícil, de desafios.
Nessa conversa, a
criança subiu numa maca
e ficou de pé. A mãe,
desejando que descesse,
disse-lhe:–“Meu filho,
desce daí! Se você cair
e cortar algo, vou ter
que levá-lo ao hospital
para dar ponto!” E ele,
numa lógica que nos fez
rir e continuando a
fazer o que fazia,
porque venceu a mãe com
o argumento,disse-lhe:
–“Mas mãe, eu já estou
num hospital!”
Era uma unidade de saúde
e ele estava
praticamente certo. Não
precisaria ser levado a
lugar algum para ser
atendido; ali mesmo isso
seria feito.
A mãe o levou para
avaliação com psicóloga,
e ele a conquistou, e ao
centro de psicologia
infantil no primeiro
momento.Com 94
centímetros de altura,
ele olhou para a
psicóloga que acabava de
conhecer, atentamente.
Ela lhe perguntou: –“O
que foi?” E obteve dele
a resposta que a
cativou: –“Sua blusa
branca eu gostei muito,
mas sua calça preta eu
não gostei; dá para ver
a calcinha por baixo”.
–“Ah!”– disse ela.–“Está
transparente?”–“Está” –
disse ele, e completou:
–“E é ridículo!”
Isso não é comum na
periferia. Uma linguagem
assim. Algumas crianças
dessa idade nem conhecem
as cores, infelizmente,
e muitas nem sabem falar
direito. A criança está
sendo avaliada. Se for
comprovado que é
superdotada, será
encaminhada com bolsa de
estudos pelo centro de
psicologia para uma
escola de excelência.
Várias delas têm
interesse em ter alunos
assim e, graças a Deus,
esse centro de
psicologia infantil tem
convênio para isso, pois
muitas crianças
brilhantes ficaram
bloqueadas em escolas
que não as reconheceram.
A visão agora está
mudando. Houve uma
evolução. Essas crianças
começaram a ser vistas.
Neste momento da Terra,
em que observamos
Espíritos muito
inteligentes, preciso é
despertá-los para o
amor. Levá-los para uma
religião desde cedo. Os
pais espíritas têm
grande responsabilidade,
pois sabem muito bem
sobre reencarnação,
imortalidade da alma e
justiça divina.
Educar é socorrer com
antecipação. Eduquemos
nossas crianças e um dia
o amor brilhará no
mundo. Levemos nossas
crianças a amar Jesus e
seus ensinos e teremos
bons adolescentes e
ótimos adultos. Tenhamos
a capacidade de
exemplificar o bem, de
ser bons modelos para as
crianças que aí estão. A
mãe da criança que
mencionamos foi
orientada. Levará seu
filho desde cedo para
trabalhos voluntários e
para a sua religião,
pois a inteligência
precisa estar associada
ao amor.
Sempre é bom repetir e
entender: “Amemos
mais!”.