O leitor Cristiano Souza, de
Petrópolis (RJ), em mensagem
datada de 21 de agosto,
publicada anteriormente
nesta revista, aludindo aos
Espíritos popularmente
chamados de pretos-velhos,
pergunta-nos:
1. Eles são benfeitores,
tentam nos ajudar à maneira
deles?
2. Não reencarnam nunca, já
estão em um plano espiritual
muito elevado? Se sim, por
que estão conectados a
vícios materiais daqui como
charutos, cachaças e etc.?
3. São Espíritos inferiores,
normais e zombeteiros que se
passam por “eles”? Por que
não há uma reencarnação para
eles no nosso mundo de
provas e expiações?
Antes de responder
objetivamente às perguntas
acima, reproduzimos um texto
colhido no livro “Diretrizes
de Segurança”, obra de
autoria dos confrades
Divaldo Franco e José Raul
Teixeira.
Ei-lo:
59. Por que é que,
comumente, não vemos
comunicações de
pretos-velhos ou de
caboclos, nas sessões
mediúnicas espíritas? Isso
se deve a algum tipo de
procedimento?
Raul – A expressão da
pergunta está bem a calhar.
Realmente, a maioria dos
participantes não vê os
Espíritos que se comunicam,
mas eles se comunicam.
O Espiritismo não tem
compromisso de destacar essa
ou aquela entidade, em
particular. Se as sessões
mediúnicas espíritas são
abertas para o atendimento
de todos os tipos de
espíritos, por que não
viriam os que ainda se
apresentam como
pretos-velhos ou novos,
brancos, amarelos,
vermelhos, índios, ou
caboclos, e esquimós?
O que ocorre é que tais
espíritos devem ajustar-se
às disciplinas sugeridas
pelo Espiritismo e só não as
atendem quando seus médiuns,
igualmente, não as acatam.
Muitos espíritos que se
mostram no Além como antigos
escravos africanos, ou como
indígenas, falam
normalmente, sem trejeitos,
embora as formas externas
dos perispíritos possam
manter as características
que eles desejam ou as quais
não lograram desfazer.
Talvez muitos esperassem que
esses desencarnados se
expressassem de forma
confusa, misturando a língua
portuguesa com outros sons,
expressando-se num dialeto
impenetrável, carecendo de
intérpretes especiais, que,
na maior parte das vezes,
fazem de conta que estão
entendendo tal mescla. Se o
espírito fala em nagô, que
seja nagô de verdade. Se se
apresenta falando guarani,
que seja o verdadeiro
guarani. Entretanto, não
sendo o idioma exato do seu
passado reencarnatório, por
que não falar o médium em
português, pois que capta o
pensamento da entidade e
reveste-o com palavras?
Não há, portanto,
preconceito nas sessões
espíritas. Entretanto,
procura-se manter o respeito
às entidades, à mediunidade
e à Doutrina Espírita,
buscando a coerência com a
verdade que já
identificamos.
(Diretrizes de Segurança,
pergunta 59.)
Dito isso, eis nossas
respostas, na ordem em que
as perguntas foram
propostas:
1. Muitos Espíritos que
assim se apresentam são
verdadeiros benfeitores que
procuram ajudar-nos a
trilhar a senda do bem. Há
os que preferem, na
comunicação mediúnica,
revestir uma aparência e uma
forma própria de expressão
pertinentes a uma anterior
encarnação em que tiveram
sucesso na luta contra as
imperfeições, as
dificuldades e as
vicissitudes. Isso não
significa que não tenham
tido outras experiências
reencarnatórias posteriores
àquela a que se afeiçoam.
2. Esses Espíritos
reencarnaram e reencarnarão
muitas vezes. Assim o exige
a lei do progresso. Quanto
aos que continuam vinculados
a determinados vícios, como
o tabagismo, tal fato
demonstra que têm ainda
muito a realizar na busca
da transformação moral, que
é o objetivo de todos nós,
encarnados ou desencarnados.
3. Entre os chamados
pretos-velhos há gradações
inúmeras, tal como se
verifica entre os Espíritos
em geral, seja qual for a
etnia em que adquiriram
experiência no processo
reencarnatório. É pela
conduta deles, pelas
palavras que ditam e pelos
sentimentos que irradiam que
podemos aquilatar quanto ao
seu grau evolutivo. Há
pretos-velhos que, usando
uma linguagem singela,
simples, humilde, transmitem
ensinamentos notáveis, como
já pudemos averiguar em mais
de uma oportunidade. Em
muitos casos, a simplicidade
com que falam, revelando um
sentimento de humildade
evidente, consegue tocar as
pessoas, mais até do que
certos discursos, muitas
vezes brilhantes mas em que
tal sentimento não é
perceptível.
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edições. |
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