O capital dos
minutos
Scheilla
(Espírito)
No amanho da
terra, em toda
parte, surge a
erva daninha.
Aqui, chama-se
tiririca, além é
joio
imprestável,
mais adiante
guarda o nome de
escalracho(1)
destruidor. No
fundo, é sempre
mato inculto,
impedindo a
germinação da
boa semente e
consumindo a
vitalidade do
solo.
Extensos tratos
de gleba
proveitosa
permanecem
dominados por
essa relva
improdutiva e
renascente, onde
tanta árvore
generosa poderia
crescer e
produzir para a
alegria e
segurança de
todos.
Referimo-nos a
esse elemento
invasor para
lembrar o vosso
valioso capital
dos minutos.
Quanta
felicidade
poderemos
plantar com a
bênção de meia
hora?
Quanto estudo
nobre
investir-nos-á
na posse de
elevados
conhecimentos
com apenas
alguns instantes
de leitura e
reflexão?
Dez minutos na
conversação
digna ou na
visita
confortadora
podem operar a
renovação de
muitos destinos.
Um quarto de
hora na
assistência aos
enfermos ou no
trabalho
gratuito em
favor do próximo
consegue
prodígios na
vitória do bem.
Entretanto,
contra a
plantação de
semelhantes
recursos nas
leiras do tempo,
encontramos a
tiririca da
maledicência, o
joio do azedume
verbal e o
escalracho das
críticas ociosas
fantasiadas de
interesse pela
salvação
apressada dos
outros...
No fundo, porém,
é sempre a
conversa inútil
que aniquila as
mais nobres
oportunidades de
serviço e
progresso.
Não olvidemos o
capital dos
minutos, a
riqueza capaz de
comprar-nos a
sublimação para
a vida eterna,
se atendermos à
edificação da
verdadeira
fraternidade.
E
com os talentos
do amor e da fé,
procuremos
servir sem
repouso,
recordando a
afirmação do
Mestre Divino: -
Meu Pai trabalha
até hoje e eu
trabalho também.
(1)
Escalracho:
gramínea nociva
às searas;
agitação que o
navio produz na
água ao
movimentar-se.
Do livro Taça
de Luz, obra
mediúnica
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.