Como já foi dito nesta
seção, a correta pontuação
é, muitas vezes,
indispensável para a
compreensão do que o autor
de um texto quis realmente
dizer.
Eis três exemplos:
-
Os alunos
desistiram, logo o curso
foi um fracasso.
(Os alunos desistiram
logo, o curso foi um
fracasso.)
-
Maria não
subiu a bordo, adoeceu e
mandou seu filho.
(Maria não subiu, a
bordo adoeceu e mandou
seu filho.)
-
O soldado
voltou-se como um tigre,
ferido pelas costas.
(O soldado voltou-se,
como um tigre ferido
pelas costas.)
Nos três exemplos, a mudança
na colocação da vírgula
alterou por completo o
sentido dos textos. A
chamada análise sintática,
que muitos alunos tanto
deploram nas aulas de língua
portuguesa, evidencia com
clareza o que tal mudança
acarretou.
No exemplo 2, o autor da
frase quis dizer que "Maria
não subiu a bordo", e não
que, estando ali, adoeceu.
No exemplo 3, a frase
“ferido pelas costas”
refere-se ao soldado, e não
ao tigre.
As pessoas que escrevem
deveriam sempre reler, se
possível mais de uma vez, os
textos que produzem, para
que distorções como as
apresentadas não se
verifiquem.
*
Manoel Philomeno de Miranda
costuma usar em suas obras
palavras que habitualmente
não utilizamos. Plectro é
uma delas.
Que significa plectro?
Trata-se de um substantivo
que nos veio do grego
plêktron, 'coisa com que se
bate'.
Significa: varinha de
madeira, ouro ou marfim,
para fazer vibrar as cordas
da lira; espécie de unha de
marfim, de tartaruga, de
osso, de prata ou,
modernamente, de plástico,
com que se vibram as cordas
de certos instrumentos
(bandolim, cavaquinho,
guitarra, banjo etc.);
palheta; pedacinho da parte
dura, das penas de ganso ou
de corvo, ou de couro ou
plástico, montado em
pequenos dispositivos
chamados saltadores,
utilizado para fazer vibrar
as cordas do cravo; e,
figuradamente, inspiração
poética; poesia.