E
assim um dá
cento, outro
sessenta e outro
trinta por um
Não se trata do
bordão de um
leiloeiro, ou de
um operador da
bolsa de
valores. Esse é
o desfecho da
lição contida na
parábola do
semeador,
enunciada por
Jesus à beira do
mar, sentado em
uma barca, ante
muitas pessoas.
Suas palavras
encerram o mais
importante
alerta aos
aprendizes do
Evangelho, os
quais não
poderiam ser
mais bem
definidos. O
Mestre, na
ocasião, falou
para os que o
ouviam, mas,
também – num
descortino
milenar – para a
Humanidade do
futuro, quiçá
melhor preparada
para compreender
a sua mensagem.
Allan Kardec
comenta – em
O Evangelho
segundo o
Espiritismo,
capítulo XVII,
item 6 – que “a
parábola do
semeador
representa
perfeitamente as
diversas
maneiras pelas
quais podemos
aproveitar os
ensinamentos do
Evangelho.
Quantas pessoas
há, na verdade,
para as quais
elas não passam
de letra morta,
que à semelhança
das sementes
caídas nas
pedras,não
produzem nenhum
fruto!”
Na mesma página,
Kardec reafirma
que a lição
dessa parábola
pode ser
aplicada “às
diferentes
categorias de
espíritas”.
Assim, os que se
impressionam com
os fenômenos
materiais, sem
tirar deles
nenhuma
conclusão – como
a parte das
sementes que
caiu junto da
estrada e as
aves comeram –,
são os que ouvem
a palavra do
Reino e não a
entendem; os que
se deleitam com
as mensagens
espirituais e,
contudo,
permanecem
indiferentes
como antes –
como a semente
que caiu no
pedregulho e,
nascendo,
queimou-se ao
sol –, são os
que ouvem a
palavra,
acatam-na, mas
por pouco tempo,
refugando-a
frente às
tribulações; os
que aceitam os
conselhos, sem
assumi-los, e os
que aplicam aos
outros – como a
semente que caiu
entre os
espinhos e foi
sufocada –, são
os que ouvem a
palavra mas
permitem que as
tentações do
mundo as
neutralizem; e
os que vivenciam
os ensinamentos
doutrinários –
como a semente
que caiu em solo
fértil e deu
frutos –, são os
que ouvem a
palavra e a
entendem, e dão
frutos, “e assim
um dá cento, e
outro sessenta,
e outro trinta
por um”.
A reflexão que
se impõe a cada
um de nós, na
razão direta da
nossa
sinceridade,
numa
autocrítica, é
aquela que
indaga a que
categoria de
espíritas
pertencemos. A
propósito, vale
considerar a
afirmação de
Allan Kardec, na
introdução de
O Livro dos
Médiuns,
ao
constatar, na –
época – que “vem
progredindo
bastante o
Espiritismo,
desde alguns
anos, mas o seu
maior progresso
se verifica
depois que
entrou no rumo
filosófico,
porque despertou
a atenção de
pessoas
esclarecidas.
Hoje não é mais
uma diversão,
mas uma doutrina
de que não riem
os que zombavam
das mesas
girantes.
Esforçando-nos
por sustentá-lo
neste terreno,
estamos certos
de conquistar
adeptos mais
úteis do que
através de
manifestações
levianas. Temos
a prova disso
todos os dias,
pelo número de
adeptos
resultante da
simples leitura
de O Livro
dos Espíritos.
Deduz-se
que, hoje, não
deve ser
diferente.
De Kardec aos
nossos dias –
passados 158
anos –, uma
condição
delineia nossa
caminhada como
espíritas: o
estudo e a
prática do
Espiritismo.
“Espíritas,
amai-vos, eis o
primeiro
ensinamento;
instruí-vos, eis
o segundo”,
asseverou o
Espírito de
Verdade. Essa
assertiva
implica no
conhecimento da
Doutrina
Espírita em seus
aspectos e
consequências.
Se o estudo, a
rigor, se
constitui numa
tarefa fácil, o
amor se
apresenta como o
desafio mais
difícil.
Ganha
prevalência, na
atualidade, o
caráter ético da
Doutrina
Espírita, que
sobressai na
terceira parte
de O Livro
dos Espíritos,
de Allan
Kardec, em que
explana as Leis
Morais. “Ora, o
que preceitua
essa moral?” –
pergunta Allan
Kardec, em
Viagem Espírita
de 1862,
e responde –
“Amai-vos uns
aos outros;
perdoai os
vossos inimigos;
retribuí com o
bem o mal; não
tenhais ira, nem
rancor, nem
animosidade, nem
inveja, nem
ciúme, sede
severos para
convosco mesmos
e indulgentes
para com os
outros. Tais
devem ser os
sentimentos do
verdadeiro
espírita,
daquele que se
atém ao fundo e
não à forma, do
que coloca o
Espírito acima
da matéria. Este
pode ter
inimigos, mas
não é inimigo de
ninguém, pois
que não deseja o
mal a quem quer
que seja e, com
maiores razões,
não procura
fazer o mal a
ninguém”.
Será preciso
acrescentar mais
alguma coisa?