ÉDO MARIANI
edo@edomariani.com.br
Matão, SP
(Brasil)
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O arrependimento
Em o livro O
Céu e o Inferno,
de autoria de
Allan Kardec,
capítulo VI,
tradução de João
Teixeira Doria,
edição da
Livraria Allan
Kardec Editora,
em comentário à
comunicação do
Espírito Jaques
Latour, Kardec
nos ensina: “O
arrependimento
acarreta o
pesar, o
remorso, o
sentimento
doloroso, que é
a transição do
mal para o bem,
da doença moral
para a saúde
moral. É para se
furtarem a isso
que os Espíritos
perversos se
revoltam contra
a voz da
consciência como
doentes que
repelem o
remédio que os
há de curar. E
assim procuram
iludir-se e
persistir no
mal”.
Assim aprendemos
que o
arrependimento é
o instrumento
necessário ao
principio da
reparação.
Representa para
os Espíritos a
colocação do pé
no primeiro
degrau da escada
bendita e
reparadora, mas
não basta por si
só: são
necessárias as
expiações,
porque, segundo
Jesus: “da lei
até o último
iota será
cumprido”. Isto
evidencia-nos
que a reparação
da falta é
imprescindível
ao Espírito para
libertar-se de
todo mal
praticado.
Arrepender-se,
segundo os
Espíritos
instrutores, é
muito doloroso e
requer muita
coragem e bom
ânimo para levar
a bom termo tão
bendito ensejo
iniciante de
novas
oportunidades de
recomeço no
cruento trabalho
de voltar ao
crescimento
espiritual.
Enquanto isso
não acontecer,
continua o
Espírito a
julgar-se sem
culpa e muitas
vezes maldizer a
providência
divina e sem
coragem para
assumir a devida
responsabilidade,
por se julgar
inocente. De
fato, se me
julgo sem culpa
por orgulho em
reconhecer que
errei, é natural
não ver o que
reparar.
É imprescindível
o
arrependimento,
que é o
reconhecimento
do erro
praticado para
se convencer da
necessidade de
reparar o mal.
Sem ele,
permanece o
Espírito errando
inconscientemente,
e por isso não
se julga
culpado.
É mais fácil
colocar a culpa
nos outros e
esconder-se
debaixo da
própria
ignorância.
Essa lição já é
bastante velha.
No tempo em que
João Batista
iniciava a sua
pregação no
deserto, com o
objetivo de
apresentar
publicamente a
Jesus, ele
convidava o povo
com plena
convicção de sua
atitude,
conclamando:
“Arrependei-vos,
porque é chegado
o reino dos
céus” (Mateus
cap. 3, versos
2).
Enquanto
encarnados temos
dificuldades e
muitas vezes nos
falta coragem
para enfrentar o
nosso orgulho na
admissão das
culpas, mas se a
conseguirmos,
estaremos desde
já dando o
primeiro passo
para o início da
caminhada pela
estrada da
reparação e
consequentemente
da evolução.
Vejamos o que
nos ensina
Ermance Dufaux
no capítulo 8 do
livro de sua
autoria:
‘Reforma Íntima
sem Martírio’:
“Digamos que o
arrependimento é
uma chave que
liberta a
consciência dos
grilhões do
orgulho.
Enquanto
peregrinamos no
erro sem querer
admiti-lo, temos
o orgulho a nos
‘defender’
através da
criação de
inúmeros
mecanismos para
‘aliviar’ nossas
falhas. Sem
arrepender-se, o
homem é um ser
que foge de si
mesmo em direção
aos pântanos da
ilusão, por onde
pode permanecer
milênios e
milênios...”
Portanto, vale
muito atentarmos
para esses
ensinamentos que
representam
reais
chamamentos para
iniciarmos,
desde já,
através do
arrependimento
de nossas faltas
e culpas, a
subida para a
“Frente e para o
Alto”, na feliz
expressão do
Professor
Leopoldo
Machado, de
saudosa
memória.