Os extremos da luta pela
vida
A vida no atual estágio
evolutivo em que nos
encontramos no planeta
Terra apresenta extremos
interessantes que
devemos observar, parar
para refletir e
absorvermos as lições de
que necessitamos.
Vejamos um trecho da
reportagem contida na
revista VEJA,
edição 2445 de 30 de
setembro de 2015, página
91: O parto chega ao
fim. A mãe ainda não
pode acolher o filho nos
braços. O bebê é
carinhosamente levado a
um canto da sala e
cercado por médicos que
o examinam velozmente.
Os profissionais
registram uma queda
brusca de temperatura no
organismo da criança. A
pele fininha, com vasos
quase expostos, e a
escassa gordura do corpo
não armazenam o calor a
contento. O processo tem
de ser drasticamente
interrompido. O bebê é
envolto em um saco de
plástico fino, feito de
polietileno, para frear
a perda calórica.
Incapaz de respirar
sozinho, recebe suporte
de oxigênio por meio de
uma cânula que entra na
boca, passa pela
garganta e vai até os
pulmões. Ele é acomodado
sobre um colchão
térmico. A cabecinha é
protegida com uma touca
de lã. A mãe o vê sair.
Ele é levado para a UTI
do hospital, onde
permanecerá por no
mínimo dois meses, tempo
necessário para que os
órgãos amadureçam e se
fortaleçam com a ajuda
de aparelhos. O sistema
digestivo do corpinho
frágil não consegue
digerir alimentos,
tampouco o leite materno
é aceito com
naturalidade. As paredes
das artérias do cérebro
são tão finas que podem
se romper a qualquer
instante. Os rins têm
pouca capacidade de
filtrar o sangue.
Assim correm os
primeiros minutos da
vida de um bebê nascido
com 28 semanas de
gravidez, apenas 1 quilo
e 29 centímetros de
comprimento. Hoje, seis
a cada dez crianças com
medidas assim, tão
diminutas, conseguem
sobreviver sem nenhum
tipo de sequela.
Segundo uma médica
neonatologista de um
grande hospital da
cidade de São Paulo,
houve um espetacular
avanço nos recursos que
podem ser empregados
para proporcionar a
sobrevivência dessas
crianças prematuras e, o
que é muito importante,
sem sequelas para a vida
futura delas. Superarão
as dificuldades iniciais
do nascimento antecipado
e poderão ter um
desenvolvimento
absolutamente normal com
o transcorrer da idade.
Cirurgias já são
realizadas quando se
detecta problemas que
podem ser resolvidos com
a abertura do útero da
mãe antes do nascimento
da criança! Isso sem
contar as vacinas que
previnem doenças que
levavam ao óbito antes
do advento desse
recurso. E, se não
matavam, deixavam
sequelas graves, tais
como a paralisia
infantil, cujos adultos
dos dias de hoje expõem,
através de determinadas
limitações físicas, o
sinal desse mal que os
alcançou quando ainda na
infância.
Tudo isso para podermos
refletir na incoerência
brutal da luta para
salvar uma criança que
vem ao mundo antes do
tempo previsto e a
violência covarde do
crime do aborto que
invade o útero materno e
aniquila o ser indefeso
e inocente que nele se
desenvolve! Não existe
ainda vida como
pretendem justificar
inutilmente os
defensores do aborto?
Então, por que não se
deixa morrer aqueles que
vêm ao mundo antes de
cumprir o prazo que a
natureza precisa para
que sejam viáveis? Por
que tantos recursos para
a criança prematura e
por que tanta violência
através dos diversos
métodos para provocar o
aborto?
É o ser humano oscilando
entre o bem e o mal,
entre a luz e a sombra,
ao sabor de seu
livre-arbítrio, semeando
méritos ou dolorosas
colheitas de acordo com
as suas escolhas.
Ainda esses dias me
perguntaram no Centro
por que um casal que
deseja ardentemente ter
filhos e já empregou
todos os recursos
possíveis da medicina,
com exceção da
inseminação artificial
devido aos recursos
financeiros necessários
e que não possuem, não
conseguia realizar seu
sonho de acalentar nos
braços um filho tão
ansiosamente esperado,
enquanto mães abandonam
seus filhos mal acabam
de nascer? Por que Deus
permite a concepção
àquela que não deseja e
não auxilia àquela que
ardentemente assim busca
pela maternidade?
Embora seja contra a
utilizar a “bola de
cristal” de que muitos
espíritas se valem para
decifrar o presente
conjecturando sobre o
passado que
desconhecemos, respondi
que a questão que me foi
apresentada trazia a
resposta em si mesma. Se
a pessoa realmente não
tinha dúvidas sobre a
Justiça perfeita de Deus
e se a resposta não
estava em fatos atuais,
só poderia estar
localizada em pretéritas
existências, sem
mergulhar em hipóteses
que não temos o mínimo
conhecimento de causa
para elaborar.
Uma coisa, porém, é
certa: o ser humano
oscila como vegetação
frágil ao sabor dos
ventos de suas escolhas.
Uma ocasião investe toda
a sua capacidade para
salvar aquele que
retorna fisicamente
antecipado ao nosso
mundo. Outra hora assaca
com toda a violência de
que ainda é portador
contra as portas da
reencarnação,
bloqueando-as aos
necessitados desse
retorno que um dia
poderemos ser nós
mesmos. Para entender,
só Deus! E, para
corrigir, também. E como
corrige!