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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 435 -11 de Outubro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 


Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 1)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Quem pode, segundo Allan Kardec, ser considerado verdadeiro espírita?

Aquele que pode ser qualificado de espírita verdadeiro e sincero se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. É de Kardec esta conhecida frase: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas inclinações más.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII.)

B. É correto dizer que a obsessão pode ser considerada como choque de retorno da ação infeliz?

Sim. É exatamente assim que Manoel P. de Miranda conceitua a obsessão, advertindo-nos que cada ser humano conduz no imo a cruz para o sofrimento ou a transforma em instrumento de ascensão conforme se comporte durante o périplo terreno. A obsessão é geralmente a consequência da ação infeliz perpetrada contra alguém que enlouqueceu de dor e de revolta, necessitando, por isso, de tratamento adequado e urgente. (Tormentos da obsessão, prefácio.)

C. Que espécies de religiosos são atendidos pelo Nosocômio erguido por Eurípedes Barsanulfo?

Médiuns levianos, que desrespeitaram o mandato de que se fizeram portadores; divulgadores descompromissados com a responsabilidade do esclarecimento espiritual; servidores que malograram na execução de graves tarefas da beneficência; escritores equipados de instrumentos culturais que deveriam plasmar imagens dignificadoras e que descambaram para as discussões estéreis e as agressões injustificáveis; corações que se responsabilizaram pela edificação da honra em si mesmos, abraçando a fé renovadora, e delinquiram; mercenários da caridade bela e pura; agentes da simonia no Cristianismo restaurado – eis alguns dos Espíritos que ali se encontravam recolhidos, quando da elaboração da obra ora em estudo. (Obra citada, cap. 1 – Erro e punição.)

Texto para leitura

7. Características dos espíritas imperfeitos – Há Espíritos em que os laços da matéria são ainda muito tenazes para permitirem que eles se desprendam das coisas da Terra. Essa informação nos é dada por Allan Kardec, que acrescenta, sobre o assunto, as informações que seguem. A névoa que os envolve tira-lhes a visão do infinito, donde resulta não romperem facilmente com os seus pendores, nem com seus hábitos, não percebendo haja qualquer coisa melhor do que aquilo de que são dotados. Têm a crença nos Espíritos como um simples fato, mas que nada ou bem pouco lhes modifica as tendências instintivas. Numa palavra: não divisam mais do que um raio de luz, insuficiente a guiá-los e a lhes facultar uma vigorosa aspiração, capaz de lhes sobrepujar as inclinações. Atêm-se mais aos fenômenos do que à moral, que se lhes afigura cediça e monótona. Pedem aos Espíritos que incessantemente os iniciem nos novos mistérios, sem procurar saber se já se tornaram dignos de penetrar os arcanos do Criador. Esses são os espíritas imperfeitos, alguns dos quais ficam a meio caminho ou se afastam de seus irmãos em crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou então guardam as suas simpatias para os que lhes compartilham das fraquezas ou das prevenções. Contudo, a aceitação do princípio da doutrina é um primeiro passo que lhes tornará mais fácil o segundo, noutra existência. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII.)

8. Como reconhecer o verdadeiro espírita – Ainda segundo o codificador do Espiritismo, aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover; ao passo que outro apenas ouve sons. “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para dominar suas inclinações más.” (Obra citada, cap. XVII.)

9. É mais fácil amar do que semear dissabores – A obsessão campeia na Terra, em razão da inferioridade de alguns Espíritos que nela habitam. Mundo de provas e expiações, a Terra é também, como sabemos, bendita escola de recuperação e reeducação, onde se matriculam os calcetas e renitentes no mal, que crescerão no rumo da felicidade mediante o contributo das aflições que se lhes fazem indispensáveis. Ocorre que, alertados para o cumprimento dos deveres morais e espirituais que são parte do programa de crescimento interior de cada qual, somente alguns optam pelo comportamento saudável, o que constitui psicoterapia preventiva contra quaisquer aflições a que pudessem ser conduzidos. No entanto, aqueles que se tornam descuidados dos compromissos de autoiluminação e de paz enveredam pelas trilhas do abuso das faculdades orgânicas, emocionais e mentais, comprometendo-se lamentavelmente com as soberanas Leis da Vida através da agressão e do desrespeito aos irmãos de marcha evolutiva. Não é, pois, de estranhar que a inferioridade daqueles que sofrem injustiças e traições, enganos e perversidades, os arme com os instrumentos covardes da vingança e da perseguição quando desvestidos da indumentária carnal, para se vingarem daqueles que, por sua vez, foram causadores do seu sofrimento. Compreendessem a necessidade do amor e superariam as ocorrências nefastas, desculpando os seus adversários e dando-lhes ensejo para repararem o atentado praticado contra a Consciência Divina. A inteligência e o sentimento demonstram que é muito mais fácil amar, ser fiel, construir a paz, implantar o dever, realizar a própria e contribuir em favor da felicidade alheia, do que semear dissabor, cultivar amargura, distender o ódio e o ressentimento. Não obstante, o egoísmo e a crueldade, que ainda vigem nas criaturas humanas quase em geral, respondem pela conduta doentia, impulsionando-as para os desatinos e descalabros que se tornam responsáveis pela sua futura desdita. Negando-se aos sentimentos elevados, o ser transita pelos sítios tumultuados do desespero a que se entrega, quando poderia ascender aos planaltos da harmonia que o aguardam com plenitude. Enquanto permanece esse estado no comportamento humano, as obsessões se transformam em verdadeiro flagelo para todos aqueles que se deixem aprisionar nas suas amarras. (Tormentos da obsessão, prefácio.)

10. A obsessão e seus disfarces – A obsessão apresenta-se sob muitos disfarces, tornando-se cada vez mais grave na sociedade hodierna que teima em não a reconhecer, nem a considerar. Religiosos apegados a fanatismo injustificável descartam-na, acreditando-se credenciados a saná-la onde se manifeste, mediante o poder da fé e a autoridade que se atribuem. Acadêmicos vinculados ao cepticismo em torno da imortalidade do Espírito nas diversas áreas em que se movimentam, especialmente nas denominadas ciências da alma, recusam-se a aceitá-la, convertendo o ser humano a uma situação reducionista, materialista, que a morte consome, aniquilando-o. Arreligiosos, embriagados pela ilusão dos sentidos ou portadores de empáfia, afirmam-se imunes à enfermidade traiçoeira por indiferença aos elevados fenômenos, que se multiplicam, volumosos, e são desconsiderados. Multidões desinformadas da realidade da vida banqueteiam-se na irresponsabilidade, comprometendo-se lamentavelmente através de condutas esdrúxulas e imorais, gerando faturas calamidades para cada um dos seus membros. E mesmo incontável número de adeptos do Espiritismo, com profundos esclarecimentos e orientação, não poucas vezes opta pela leviandade e arrogância, comprometendo-se com a retaguarda onde ficam em expectativa aqueles que foram iludidos, defraudados, maltratados pela sua insensatez. (Tormentos da obsessão, prefácio.)

11. A obsessão é o choque de retorno da ação infeliz – A vida sempre convoca à reparação todo aquele que se compromete, perturbando-lhe os estatutos superiores. Ninguém que defraude a ordem deixará de sofrer a consequência da atitude irrefletida. Cada ser humano conduz no imo a cruz para o sofrimento ou a transforma em instrumento de ascensão conforme se comporte durante o périplo terreno. Os sofrimentos, que surpreendem os Espíritos após desvestirem-se da roupagem física, são decorrência natural dos seus próprios atos, assim como as alegrias e bênçãos que desfrutem. Não se trata, portanto, os primeiros, de punições severas impostas pela Divindade, mas de processo natural de reparação, nem as outras de concessão gratuita oferecidas aos privilegiados. O Amor vige em tudo, facultando aos equivocados os sublimes mecanismos para a reparação dos erros e a edificação no Bem, que se encontra ao alcance de todos. Podemos dizer, portanto, que a obsessão pode ser considerada como o choque de retorno da ação infeliz perpetrada contra alguém que enlouqueceu de dor e de revolta, necessitando de tratamento adequado e urgente. (Tormentos da obsessão, prefácio.)

12. O Nosocômio erguido por Eurípedes Barsanulfo e seu propósito – As manchetes sensacionalistas e estarrecedoras, apresentadas pelos periódicos da grande imprensa e o perturbador noticiário da mídia televisiva com espalhafato e pavor, revelando algumas expressões de sadomasoquismo dos seus divulgadores, na maneira de apresentar as tragédias e desgraças da atualidade, tanto quanto os comentários em torno da violência, gerando mais indignação e revolta do que propondo soluções, vêm-me despertando crescente sentimento de consternação pelas criaturas, acrescido do lamentável desconhecimento das variadas psicopatologias de que são vítimas, assim como das obsessões de que se fazem servas. Ao dizer tais palavras, Manoel P. de Miranda, autor desta obra, informa que, comentando com amigos dedicados aos estudos sociológicos, psicológicos e penalógicos em sua esfera de ação, aguardou oportunidade própria para auscultar nobre especialista nessas áreas, com o objetivo de se esclarecer e, ao mesmo tempo, ampliar informações e estudos junto aos leitores encarnados, igualmente dedicados às terapias preventiva e curadora dessa enfermidade epidêmica e ultriz que é a obsessão. Nesse estado de espírito, ele foi oportunamente convidado, por afeiçoado servidor, para um encontro íntimo com o venerável Dr. Bezerra de Menezes, cuja dedicação à Humanidade, na condição de desencarnado, se aproximava de um século de ininterrupto labor de caridade e iluminação da consciência terrestre. A reunião fora reservada para pequeno grupo de pesquisadores das terapêuticas próprias para a criminalidade e suas consequências entre os seres humanos reencarnados, havendo sido convidados apenas aqueles dedicados ao importante mister. O encontro ocorreu em uma área livre, reservada a tertúlias íntimas realizadas no Nosocômio erguido, entre 1930 e 1940, pelo eminente Eurípedes Barsanulfo (Espírito) com o objetivo de atender obsidiados que faliram nos compromissos terrestres e que desencarnaram sob o guante dos transtornos psíquicos dessa natureza. O missionário de Sacramento havia constatado ser expressivo o número de almas falidas nos compromissos relevantes, após haverem recebido as luzes do Consolador, e que retornavam à pátria espiritual em lamentável estado de desequilíbrio, sofrendo sem consolo na erraticidade inferior. (Obra citada, cap. 1 – Erro e punição.)

13. A quem o Nosocômio atende – Médiuns levianos, que desrespeitaram o mandato de que se fizeram portadores; divulgadores descompromissados com a responsabilidade do esclarecimento espiritual; servidores que malograram na execução de graves tarefas da beneficência; escritores equipados de instrumentos culturais que deveriam plasmar imagens dignificadoras e que descambaram para as discussões estéreis e as agressões injustificáveis; corações que se responsabilizaram pela edificação da honra em si mesmos, abraçando a fé renovadora, e delinquiram; mercenários da caridade bela e pura; agentes da simonia no Cristianismo restaurado – eles ali se encontravam recolhidos, muitos deles após haverem naufragado na experiência carnal, por não terem suportado as pressões dos Espíritos vingadores, inclementes perseguidores aos quais deveriam conquistar, ao invés de se lhes tornarem vítimas, extraviando-se da estrada do reto dever sob sua injunção perversa. (Obra citada, cap. 1 – Erro e punição.)

14. O encontro com Dr. Bezerra de Menezes – Normalmente, naquele Instituto de saúde espiritual se realizavam encontros esclarecedores, quando se analisavam as desditosas experiências dos seus pacientes. Vezes outras, candidatos à reencarnação com tarefas definidas na mediunidade estagiavam nos seus pavilhões, observando os companheiros que se iludiram e foram vencidos, ou escutando-os durante suas catarses significativas ao despertar da consciência, dando-se conta do prejuízo que causaram a si mesmos, assim como aos outros, que arrastaram na sua vertiginosa alucinação. Verdadeiro Hospital-Escola, constitui um brado enérgico de advertência para os viajores do carro orgânico, que se comprometeram com as atividades de enobrecimento e de amor. Foi ali, pois, em agradável recanto arborizado, em noite transparente e coroada de estrelas, clareada por diáfana e ignota luz, que o grupo integrado pelo autor desta obra e alguns colegas pôde ouvir o Apóstolo da caridade entretecendo considerações em torno do erro e da punição, que logo o segue. (Obra citada, cap. 1 – Erro e punição.) (Continua no próximo número.)

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita