MARIA ANGELA
MIRANDA
mangela@sucessolondrina.com.br
Londrina, PR
(Brasil)
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Educação
religiosa:
função do Estado
ou da religião?
Quando
questionado
pelos judeus se
era lícito pagar
tributo a César
ou não, Cristo,
conhecendo a
intenção de seus
inquisidores,
respondeu:
“Dai a César o
que é de César e
a Deus o que é
de Deus”.
Cristo
aproveitava uma
circunstância
específica, de
forma clara e
prática,para
ministrar um
ensinamento que
podemos
estender, como
todos os
ensinamentos do
Cristo, como um
princípio geral.
Podemos
entendê-lo como
a obrigação do
cumprimento dos
deveres
contraídos para
com a família, a
sociedade, as
autoridades, bem
como para com os
indivíduos.
De acordo com a
Constituição e a
Lei de
Diretrizes e
Bases da
Educação
Nacional, são
permitidas aulas
de ensino
religioso desde
que não sejam
obrigatórias e
que a
instituição
assegure o
respeito à
diversidade de
credos e proíba
o proselitismo,
isto é, a
tentativa de
impor um dogma
ou converter
alguém. O Estado
é laico.
Laicidade
significa que o
Estado deve
proteger
amplamente a
liberdade
religiosa, tanto
em sua dimensão
pessoal como
social, e não
impor, por meio
de leis e
decretos,
nenhuma verdade
especificamente
religiosa ou
filosófica, mas
elaborar leis
com base nas
verdades morais
naturais. O
fundamento do
direito à
liberdade
religiosa
encontra-se na
dignidade da
pessoa humana.
Historicamente,
no Brasil, todas
as redes de
ensino públicas
ou privadas têm
dificuldades e
conflitos em
ministrar as
aulas de ensino
religioso, dada
a complexidade
do conteúdo e o
pluralismo
religioso. Uma
parcela dos
professores
insiste em
catequizar e
educar em sua fé
sem levar em
conta a
diversidade
religiosa de
seus alunos.
O ensino
religioso
deveria ser
estudado como
história das
religiões, do
ponto de vista
cultural, de sua
influência na
filosofia, na
arquitetura, na
medicina, no
comportamento,
na legislação,
nas artes. Fé
não se impõe,
mas se conquista
com base na
observação, no
estudo, no senso
crítico, no
conhecimento. A
razão é sua
maior
incentivadora, é
a maior
conquista da
consciência
livre.
Se formos
capazes de
ministrar o
ensino
religioso, como
qualquer área do
conhecimento, em
seu contexto
transdisciplinar,
sou favorável a
ele, pois assim
contribuiria
para a educação
em seu sentido
pleno. Caso
contrário,
devemos deixar
para as
religiões
cuidarem desta
disciplina.
Kardec afirma
que, se a
religião
“tivesse
acompanhado
sempre o
movimento
progressivo do
espírito humano,
não haveria
incrédulos,
porque está na
própria natureza
do homem a
necessidade de
crer, e ele
crerá desde que
se lhe dê o
pábulo
espiritual de
harmonia com as
suas
necessidades
espirituais”.