Médiuns e
Mediunidade
Cairbar
Schutel
(Parte 14)
Damos sequência ao
estudo metódico e sequencial do livro
Médiuns e Mediunidade,
de autoria de
Cairbar Schutel,
publicado originalmente
em 1923 pela Casa
Editora O Clarim, de
Matão (SP). O estudo
basear-se-á na 7ª edição
da obra, publicada em
1977.
Questões preliminares
A. O que alimenta a
prática do
charlatanismo?
O interesse pessoal, o
amor ao ouro, às
glórias, ao poder. O
charlatanismo tem-se
aproveitado de todas as
verdades novas para
deturpar-lhes os fins,
em proveito dos
embusteiros que não
trepidam, a bem dos seus
interesses, em
menosprezar mesmo as
coisas mais sagradas,
sem se importarem nem um
pouco com a verdade.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
B. Em que consiste a
mediunidade receitista?
A mediunidade receitista
é uma faculdade como as
demais, suscetível de
desenvolvimento e
sujeita às mesmas regras
que devem orientar os
médiuns escreventes e
falantes. Os médiuns
receitistas diferem dos
médiuns curadores,
porque se limitam a
transmitir, pela palavra
ou pela escrita,
receitas ou fórmulas
medicinais para o
tratamento dos doentes.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
C. É verdade que todos
os fenômenos espíritas
são suscetíveis de
fraude ou de
mistificação?
Todos não, mas quase
todos são suscetíveis de
fraude, de mistificação,
desde o simples fenômeno
de escrita até às
manifestações físicas de
materializações, que são
as mais complexas. É por
isso que o exame crítico
e a análise racional são
recomendados pelos
Espíritos superiores,
visto que a Verdade
sempre aparece. Por mais
que queiram empaná-la,
subjugá-la, ela brilha,
aparece, e quando a
julgam morta, ela se
apresenta rediviva,
ressuscitada como Jesus
na Judeia depois da
Crucificação.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
Texto para leitura
233. A fotografia
espírita não pode ser
senão o resultado de um
fenômeno físico.
Podemos, pois, catalogar
esta faculdade no número
das de efeitos físicos.
É uma mediunidade
interessantíssima que
precisa ser cultivada em
todos os círculos
espíritas de estudo e
experimentação.
Conquanto pareçam raros
os médiuns fotógrafos,
são em maior número do
que se pensa. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVII
– Médiuns fotógrafos.)
234. A mediunidade
fotográfica se
desenvolve como as
demais, pelo exercício,
em dias e horas certas,
fazendo-se as
experiências sempre no
mesmo local. Os
trabalhos experimentais
se pedem fazer à luz do
dia, à luz elétrica com
lâmpada de luz intensa,
ou mesmo na obscuridade.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVII – Médiuns
fotógrafos.)
235. Temos feito
diversas experiências de
fotografia invisível,
com resultados
promissores. O nosso
sistema de operar
consiste no seguinte:
preparamos a máquina,
focalizamos o médium
sentado em frente da
objetiva; depois de
havermos preparado a
lâmpada de magnésio, que
colocamos sobre a câmara
escura, apagamos as
luzes, abrimos o chassis
e esperamos de 20 a 30
minutos conforme a ordem
do Espírito Guia. No
momento dado explodimos
o magnésio, fechamos o
chassis antes de fazer a
luz, e levamos a chapa
para o quarto escuro a
fim de ser revelada.
Estas experiências devem
ser feitas, no mínimo,
duas vezes por semana.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVII – Médiuns
fotógrafos.)
236. A revelação das
chapas pode ser feita
segundo a arte
fotográfica, com amidol,
hidroquinona ou metol. A
fotografia tirada na
obscuridade exige sempre
mais tempo na exposição
da chapa, e deve ser
revelada com
hidroquinona. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVII
– Médiuns fotógrafos.)
237. Quando se opera à
luz natural, deve-se
seguir o mesmo processo
que para as fotografias
ordinárias; os 20 ou 30
minutos de concentração
do médium, para que o
Espírito tenha tempo de
manipular os fluidos com
que deve se manifestar
na placa, devem ser
feitos com obturador
fechado, porque do
contrário inutilizará a
chapa. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVII
– Médiuns fotógrafos.)
238. Uma lição prática
da arte fotográfica que
pode ser dada por
qualquer amador, muito
auxiliará o
experimentador. Já
dissemos que é um
fenômeno interessante,
uma demonstração patente
da imortalidade,
devendo, por isso mesmo,
ser essa mediunidade
cultivada nos centros
espíritas. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVII
– Médiuns fotógrafos.)
239. O charlatanismo
tem-se aproveitado de
todas as verdades novas
para deturpar-lhes os
fins em proveito dos
embusteiros que não
trepidam, a bem dos seus
interesses, em
menosprezar mesmo as
coisas mais sagradas. O
amor ao ouro, às
glórias, ao domínio, tem
se colocado, em todos os
tempos, acima do amor a
Deus e ao próximo,
prejudicando
sobremaneira este
princípio básico da
Religião, da Ciência, da
Filosofia, da Arte.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
240. No círculo da
Religião, que deveria
constituir os liames de
ininterrupta
solidariedade do
Espírito humano,
abrangendo todas as
demais ramificações dos
conhecimentos da
Humanidade, vemos as
múltiplas chamadas
"religiões"
estabelecendo a
desunião, a discórdia, a
divisão da família
humana; "religiões" que
têm à sua frente homens
que se dizem eruditos,
de moral e da viva fé,
mas que outra coisa não
são que adoradores das
grandezas terrenas,
déspotas que trazem em
algema a alma do povo,
sonegando-lhe os
princípios básicos da
Verdade que já deveria
ter felicitado o nosso
mundo. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
241. A Lei Divina, até
hoje, permanece oculta
aos olhos das gentes,
como a luz abafada sob o
alqueire da má fé que
impera sob a ação
sacerdotal. O espírito
do Evangelho, sufocado
pela letra que mata não
tem acesso às
inteligências. Cada
"religião", sob a
direção de homens
astutos e interesseiros,
faz realçar o dogma, os
sacramentos, seus
próprios mandamentos, em
detrimento dos
Mandamentos Divinos.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
242. A ciência, a seu
turno, deixou há tempo
de ser uma escada
ascensional do progresso
do Espírito para
aparecer tal como se vê:
um bazar de
quinquilharias, onde a
mercancia é o objeto
dominante. Haja vista a
Medicina com os seus
múltiplos soros e
vacinas, xaropes e
elixires, fonte
corrosiva para a saúde
pública, e ao mesmo
tempo fonte de riqueza
para os seus
"sacerdotes".(Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
243. Esta justa
consideração que
lembramos, não atinge os
verdadeiros médicos, que
são, positivamente, em
número diminuto. Nem
tampouco queremos
menosprezar a
terapêutica alopata,
homeopata, ou a
dosimétrica, porque em
todas elas existe um
fundo de verdade,
prejudicado pelos abusos
da Medicina exploradora
e mercantil. Não pensem
os leitores, portanto,
que execramos a Medicina
em suas modalidades
físicas, para abraçá-la
em sua ação psíquica.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
244. Estão longe ainda
os tempos de adoção
geral da fluidoterapia,
dadas a deficiência
mediúnica e a
materialidade em que se
encontra a Humanidade.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
245. Os próprios
Espíritos Superiores
prescrevem medicamentos,
e é por esse motivo que
existem os médiuns
receitistas, diversidade
de médiuns de que nos
lembramos agora, depois
de havermos enumerado as
demais faculdades. Estes
diferem dos médiuns
curadores, porque se
limitam a transmitir,
pela palavra ou pela
escrita, fórmulas
medicinais para o
tratamento dos doentes.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
246. A mediunidade
receitista é uma
faculdade como as
demais, suscetível de
desenvolvimento e
sujeita às mesmas regras
que devem orientar os
médiuns escreventes e
falantes. Mas, dizíamos,
a ciência deturpada,
mercantilizada,
materializada em todas
as suas manifestações,
inutiliza, abate,
destrói todo o caráter
da sabedoria, mas aquela
sabedoria que vem do
Alto e que é uma das
asas que a Deus
conduzem. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
247. Como se poderia
livrar o Espiritismo da
fraude do interesse
pequenino, da
mistificação, se vemos a
mistificação e a fraude
açambarcando todas as
manifestações divinas? A
mistificação, o embuste,
tornou-se neste mundo
coisa tão natural que o
observador atento não
deveria estranhar
suceder o mesmo ao
Espiritismo, quer seja
em sua modalidade
doutrinária, quer em sua
manifestação positiva de
experimentação e
investigação, tal como o
é a parte chamada
prática desta Revelação.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXVIII –
Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
248. Como nem todos têm
olhos para ver o que se
passa no mundo e a nossa
obrigação, entregando
este livro à publicidade
é orientar os
experimentadores,
auxiliar o critério e o
discernimento dos
leitores, não
poderíamos, antes de lhe
pôr o ponto final,
desenvolver este
capítulo, do qual também
tratou o Espírito da
Verdade, na obra da
Codificação Kardecista,
intitulada: O Livro dos
Médiuns. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
249. Pelo estudo dos
livros espíritas, o
leitor compreenderá
melhor o que é o
Espiritismo, e o que são
mistificações e fraudes
espíritas, assim como se
preparará para
distinguir o médium
verdadeiro do falso, e o
médium desinteressado do
médium traficante. Jesus
manda reconhecer a
árvore pelo fruto,
acrescentando que os
frutos maus não podem
provir de árvore boa e
vice-versa. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
250. Tanto os médiuns
quanto os fenômenos
necessitam de estudo
consciencioso e
escrupuloso, que deve
ser feito com a máxima
calma, tolerância, boa
fé, sem ideias
preconcebidas nem
exigências descabidas. A
análise, fria, orienta
pela boa vontade de
encontrar e abraçar a
Verdade: esta é a que
deve prevalecer nos
meios de experimentação
e estudo. Não cessamos
de aconselhar aos
médiuns um verdadeiro
espírito de lealdade e
de sinceridade, notando
que a fraude, a
mistificação, mesmo com
o bom desejo de
salientar a Verdade,
prejudicam imensamente a
marcha triunfal do
Espiritismo. Jesus manda
reconhecer a árvore pelo
fruto, acrescentando que
os frutos maus não podem
provir de árvore boa e
vice-versa. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
251. Cumpre-nos,
entretanto, não deixar
passar a seguinte
consideração: quase
todos os fenômenos
espíritas são
suscetíveis de fraude,
de mistificação, desde o
simples fenômeno de
escrita até às
manifestações físicas de
materializações, que são
as mais complexas. Mas,
como a falsa medicina, a
medicina mercenária não
destrói a verdadeira
Medicina, assim também
os falsos fenômenos não
destroem os fatos já
constatados por todos os
cientistas do mundo, até
mesmo pelos que não
abraçam ainda a Teoria
Espírita. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
252. A Verdade sempre
aparece. Por mais que
queiram empaná-la,
subjugá-la, ela brilha,
aparece, e quando a
julgam morta, ela se
apresenta rediviva,
ressuscitada como Jesus
na Judeia depois da
Crucificação. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXVIII
– Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
253. Lembremo-nos das
palavras de Jesus aos
que lhe queriam seguir
as pegadas: “Buscai o
Reino de Deus e a sua
justiça, e tudo o mais
vos será dado por
acréscimo”. O Evangelho
é o fundamento sobre o
qual se assentam as
obras de Allan Kardec,
ou seja, a grande, a
incomparável filosofia
Espírita. Estudá-lo é
robustecer o critério e
obter auxílio do Alto
para o discernimento
perfeito da Verdade,
para o conhecimento e a
distinção entre os fatos
e as fraudes, as
verdadeiras
manifestações e as
mistificações. (Médiuns
e Mediunidade, cap.
XXVIII – Charlatanismo -
Mistificação - Fraudes
espíritas - Médiuns
interesseiros.)
(Continua no próximo
número.)