Médiuns e
Mediunidade
Cairbar
Schutel
(Parte 15)
Damos sequência ao
estudo metódico e sequencial do livro
Médiuns e Mediunidade,
de autoria de
Cairbar Schutel,
publicado originalmente
em 1923 pela Casa
Editora O Clarim, de
Matão (SP). O estudo
basear-se-á na 7ª edição
da obra, publicada em
1977. |
Questões preliminares
A. Quando começaram na
Terra as manifestações
dos chamados mortos?
A manifestação dos
"mortos" remonta a eras
que se perdem na noite
dos tempos. Desde que o
mundo existe, os
Espíritos nunca deixaram
de patentear aos homens
a sua imortalidade.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
B. Como os médiuns eram
chamados na Antiguidade?
Eram eles chamados de
profetas, sibilas,
pítias e já obedeciam
naquela época tão remota
a um regime especial.
Viviam nos templos, onde
se conservavam isolados
das gentes. Inúmeros
eram os videntes
espalhados por toda a
parte, e era crença
comum, naqueles tempos,
que bastava ao indivíduo
dormir num templo para
adquirir esse dom.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
C. Qual foi o grande
mérito da Codificação
dos ensinos espíritas?
Deve-se a ela o
surgimento da doutrina
espírita, porque, embora
o Espiritismo fosse tão
velho quanto o mundo, as
manifestações não haviam
sido organizadas,
sistematizadas, não
podendo, portanto,
aparecer no domínio
público os ensinos que
os Espíritos transmitiam
com o auxílio dos
médiuns. O aparecimento
franco, claro, do
Espiritismo data,
portanto, da Codificação
dos ensinos espíritas,
levada a efeito pelo
grande missionário
Hippolyte Léon Denizard
Rivail, que assinou seus
livros com o nome de
Allan Kardec, que ele
tivera em uma de suas
precedentes encarnações.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXX - A missão do
codificador.)
Texto para leitura
254. A crença na
aparição e manifestação
dos "mortos" remonta a
eras que se perdem na
noite dos tempos. Desde
que o mundo existe, os
Espíritos nunca deixaram
de patentear aos homens
a sua imortalidade.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
255. Se remontarmos à
época dos oráculos, tão
venerados pela filosofia
pagã, veremos o papel
saliente dos profetas
(médiuns) e das
manifestações dos
"mortos", como que
exaltando o sentimento e
a razão humana, para lhe
descortinar as
manifestações da Vida
eterna. Era tão grande a
influência da profecia
sobre os povos, que
estes mandavam construir
os templos sobre fendas
do solo, donde diziam
sair exalações que davam
o poder da inspiração
profética. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
256. Além do Templo de
Delfos, o mais célebre
de todos, pelas
portentosas
manifestações que
procediam dos seus
médiuns, destaca-se o de
Júpiter Amon, na Líbia;
o de Marte, na Trácia; o
de Vulcano, em
Heliópolis; o de
Esculápio, o de Ísis e
muitos outros de
importância religiosa
nos antigos tempos.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
257. Os médiuns tinham,
na Antiguidade, os nomes
de profeta, sibila,
pítia, e se purificavam
pelos sacrifícios,
obedientes a um regime
especial. Vivendo nesses
templos, onde se
conservavam isolados das
gentes, bebiam água
inspirada e antes de
subirem à tripeça
mascavam folhas de louro
colhidas perto da
nascente de Castália.
Inúmeros eram os
videntes espalhados por
toda a parte, e era
crença, naqueles tempos,
que bastava ao indivíduo
dormir num templo para
adquirir esse dom.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
258. O povo da China,
cuja cronologia remonta
a mais de 30 mil anos,
entregava-se à evocação
dos Espíritos dos
avoengos. Na Pérsia os
fenômenos espíritas
fizeram prosélitos. Em
Acaia chegava-se a ver
os Espíritos com o
auxílio de um espelho
que havia num poço no
Templo de Ceres. Os
historiadores dizem que
no Egito Antigo os
sacerdotes possuíam
poderes sobrenaturais:
"faziam prodígios,
invocavam os mortos".
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
259. A História está
repleta de fatos, que
outra coisa não são que
aparições e comunicações
espíritas vivificando o
sentimento religioso. O
Velho Testamento é um
repositório de fenômenos
interessantíssimos, que
lembram os costumes
israelitas, sua
história, sua vida
protegida sempre pelos
Espíritos dos "mortos".
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
260. Moisés, o grande
médium, libertador dos
judeus escravizados à
tirania do Egito,
vidente, audiente e
escrevente, vê Jeová na
sarça do Horeb e no
Sinai, onde escreve as
Tábuas da Lei, escuta
vozes no propiciatório
da Arca da Aliança e
produz maravilhas que a
nenhum homem ainda foi
dado fazer. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
261. Todas as grandes
personalidades da Antiga
Dispensação se
distinguiram pelas suas
faculdades mediúnicas.
José, sub-rei do Egito,
comunicava-se com
Espíritos, que lhe
apareciam "num copo
d’água" (copo mágico).
Esdras, com o auxílio do
Espírito reconstituiu a
Bíblia que se havia
perdido. Samuel,
Jeremias, Malaquias, Jó,
Isaías, Ezequiel,
Daniel, Oseias, Amós,
Jonas, Miqueias,
Sofonias, Naum – todos
mantinham relações com
os "mortos". (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
262. O rei Saul evocou o
Espírito de Samuel por
intermédio de uma
pitonisa de Endor. Joel,
tomado por um Espírito,
anunciou a multiplicação
dos dons mediúnicos e as
manifestações dos
Espíritos, com as
seguintes palavras: "E
há de ser que depois
derramarei o meu
Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e
vossas filhas
profetizarão; vossos
velhos sonharão; vossos
mancebos terão visões. E
também sobre os meus
servos e minhas servas
naqueles dias derramarei
o meu Espírito".
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
263. No Novo Testamento
são importantes as
manifestações e
aparições, sob o império
de Jesus, que, tendo
vindo dar cumprimento à
Lei e não revogá-la,
apareceu e se comunicou
com os seus discípulos,
depois da crucificação e
da "morte", mas não só
com os doze, como também
se manifestou a mais de
500 pessoas, segundo
afirmam os Evangelhos.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXIX -
Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
264. Entre os demais
povos e religiões, a
manifestação dos
Espíritos salienta-se
como luz a iluminar aos
homens a Terra
Prometida. Buda, Maomé,
Zoroastro e todos os
reformadores foram
dotados de faculdades
mediúnicas e se diziam
assistidos por
Espíritos. Sócrates
tinha o seu daimon,
Espírito tutelar, ou
gênio. Pitágoras
comunicava-se com as
Entidades do Espaço;
Lutero conversava com o
demônio (anjo). (Médiuns
e Mediunidade, cap. XXIX
- Manifestações dos
Espíritos através dos
séculos.)
265. Como dissemos, o
Espiritismo é tão velho
quanto o mundo, e ainda
mais porque, antes que o
mundo existisse já
existia o Espiritismo.
Acontece, porém, que as
manifestações não haviam
sido organizadas,
sistematizadas, não
podendo, portanto,
aparecer no domínio
público os ensinos que
os Espíritos transmitiam
com o auxílio dos
médiuns. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXX -
A missão do
codificador.)
266. O aparecimento
franco, claro, do
Espiritismo data da
Codificação dos Ensinos
Espíritas, e das suas
respectivas
manifestações positivas
pelo grande missionário
Hippolyte Léon Denizard
Rivail, que se
apresentou com o nome de
Allan Kardec, que tivera
em uma de suas
precedentes encarnações.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXX - A missão do
codificador.)
267. A missão da
Codificação Espírita
obedece precisamente à
ordem do Mestre dos
Mestres, lembrada no
cap. XIII do Evangelho
de Mateus: "Todo o
escriba instruído no
Reino dos Céus, é
semelhante a um pai de
família, que do seu
tesouro tira coisas
novas e velhas". O
trabalho de Allan Kardec
foi justamente este:
relembrar todos esses
fatos de ordem psíquica
registrados pela
História, ajuntar,
estudar, selecionar,
codificar os fenômenos
modernos; coligir
sistematicamente, de
maneira admirável, com
sublimado critério, os
ensinos transmitidos
pelos Espíritos;
enfeixá-los em livros e
oferecer à luz da
publicidade esse corpo
bem formado, para que
seja estudado por todos.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXX - A missão do
codificador.)
268. A obra de Allan
Kardec é inexcedível. De
fato, de todos os
Espíritos que têm vindo
à Terra, ele é o
verdadeiro mensageiro de
Jesus, sob cuja direção
agiu. No curto espaço de
tempo em que o Mestre
entregou sua obra à
meditação dos Espíritos
de boa vontade, pouco
mais de meio século,
pode-se dizer que o
Espiritismo avassalou o
mundo; os seus livros
estão traduzidos em
quase todas as línguas;
acrescendo ainda a nota
bem característica de
não ter caído de sua
Palavra um i, um til,
embora os sábios do
mundo todo se tivessem
reunido para lançá-la
por terra, e os
sacerdotes de todas as
Igrejas a combatessem
por todos os meios e
modos que a malícia
humana engendra.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXX - A missão do
codificador.)
269. Sem contar com
elemento algum da Terra,
sem apoio dos governos
ou dos poderosos, o
Espiritismo, acionado
tão somente pela Força
Divina, vai conquistando
almas, consolando
corações, enaltecendo
inteligências e
estreitando cada vez
mais as relações das
duas Humanidades, a
terrena e a espiritual.
(Médiuns e Mediunidade,
cap. XXX - A missão do
codificador.)
270. A missão da
Codificação é
inapreciável e
brevemente aparecerá o
complemento da Palavra,
porque o Espiritismo é a
Doutrina da Evolução, e,
na proporção da elevação
moral e científica dos
povos, novas verdades
virão enriquecer os
tesouros da
inteligência. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXX -
A missão do
codificador.)
271. O leitor encontrará
o Histórico da Missão
Kardecista no livro
Obras Póstumas, de Allan
Kardec, que recomendamos
à atenção de quem nos
lê. (Médiuns e
Mediunidade, cap. XXX -
A missão do
codificador.)
(Continua no próximo
número.)