ELSA ROSSI
elsarossikardec@gmail.com
Londres,
Inglaterra
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Conhecendo
culturas
com
respeito
e amor!
O seu
canto é
singelo,
usual em
seu
país, um
dialeto
africano,
mas que
mesmo
sem
sabermos
do que
se
tratava,
sentíamos
nele a
vibração
de amor
em cada
palavra.
A
musicalidade
do poema
tocava a
alma de
todos os
presentes
naquele
domingo,
no final
de uma
tarde
ensolarada
de
Londres.
O
assunto
da
palestra
chamara
a
atenção
dos
frequentadores
de
vários
grupos
de
Londres
e de
outras
cidades
mais
próximas.
Afinal,
ali
estaria
a
presidente
fundadora
da SEAKA
-
Sociedade
Espírita
Allan
Kardec
de
Angola.
Entre
vários
departamentos,
a SEAKA
tem a
Casa do
Caminho
André
Luiz. O
tema da
noite: A
PEDAGOGIA
DO AMOR,
CASA DO
CAMINHO.
Com seu
turbante
vistoso,
seu
porte
elegante,
a
africana
angolana
Dra.
Amélia
Carlos
Cazalma
iniciou
sua
apresentação
com a
música.
Todos
pegos de
surpresa,
sentiram-se
imersos
na
melodia,
que
introduzia
a
palestra
que ela,
Dra.
Amélia,
traria,
fazendo
de suas
palavras
um livro
aberto
de
emoções.
Recordei-me,
ao ver
as fotos
mostradas
na tela,
dos dias
em que
visitei
Angola,
em nome
do
Conselho
Espírita
Internacional,
no ano
de 2010.
A área
do
projeto
social
que
visitei
é de
422.000
m2. Fora
uma
semana
em que
cada dia
era uma
página
que eu
preenchia
com
inúmeras
experiências.
Os
slides
ali
apresentados
já
estavam
mais
atualizados
do que
eu
registrara
em minha
mente.
Fui
agraciada
em um
dos dias
no ano
de 2010
quando,
em
Angola,
com uma
apresentação
das
trabalhadoras,
uma
dança
com
várias
senhoras
e
senhoritas,
dança
típica
de
Angola,
dentro
da Casa
do
Caminho
André
Luiz.
Fecho os
olhos e,
mesmo
agora,
passados
cinco
anos,
posso
vê-las
dançando
no
avanço
de dois
passos,
voltando
um, numa
coreografia
africano-angolana
muito
linda,
calma,
num
colorido
dos
turbantes
e das
roupas
típicas.
Uma
música e
dança
saudáveis
que
falavam
da
história
desse
povo
que,
apesar
de
guerras
e
sofrimentos,
é um
povo que
zela
pela
família.
Amélia
enfatizou
muitas
vezes: o
povo
angolano
valoriza
a
amizade
e não
abandona
os
idosos.
Os
amigos
são mais
que
amigos,
são
irmãos
que
adentram
os lares
a
qualquer
hora e
são
bem-vindos.
Sempre o
lema
um por
todos e
todos
por um
é usado,
válido e
vivenciado.
Amélia
ilustrou
que,
quando
ainda
jovem,
passou
pela
desencarnação
do
esposo e
da
filhinha.
Os
amigos,
os
familiares
dividem
a dor,
assim
minimizando
o
sofrimento
de um,
por
todos, e
todos se
ajudando,
focando
naquele
que mais
precisa
no
momento.
Vivem o
Evangelho,
vivem a
moral do
Cristo.
Novamente,
em minha
memória,
voltaram
os
momentos
da
distribuição
do pão
feito e
assado
dentro
da
própria
Casa do
Caminho,
pelos
alunos
da
Panificação,
entre
outros
14
cursos
profissionalizantes.
Momentos
nos
quais
ajudei a
distribuir
os
pacotes
de pães
para
crianças,
e essas
não
paravam
de
chegar,
como que
brotavam
do chão
a cada
instante
que eu
me
virava
para
pegar
mais
pães do
cesto...
Lembrei-me
da
maternidade,
onde os
leitos
nunca
estão
vazios.
Lá
estivera
nosso
querido
Nestor
Masotti
(na
época,
Secretário
Geral do
Conselho
Espírita
Internacional)
em sua
visita,
em
companhia
de
Rogério
Bertoni,
em 2012,
quando
teve
oportunidade
de
presenciar
um bebê
no colo
da mãe
minutos
após
nascer.
As
grávidas
não
desejam
outro
atendimento
que não
seja o
da Casa
do
Caminho,
onde
recebem
passes,
orações
e canto.
Estatísticas
feitas
pela
médica
com as
pacientes
grávidas
mostram
as
ecografias
antes e
depois
do passe
e da
música.
Experiências
se
repetem,
para
depois
poderem
usar
esse
material
informativo,
científico,
na
valorização
da
prece,
do canto
e do
passe
espiritual.
Fico
sempre
maravilhada
ao ouvir
novamente
que a
Escola
Fundamental
utiliza
por lei
o
currículo
do
Ministério
de
Educação,
adicionado
de três
outros
obrigatórios
na
Escola
H.
Pestalozzi,
que
atende
em torno
de 1.300
crianças/dia:
Evangelização
e Moral,
Comunidade.
Assim,
ora eu
olhava
os
slides
que Dra.
Amélia
mostrava
na tela,
com o
salão já
repleto,
ora eu
fechava
os olhos
e
lembrava
os
momentos,
os dias,
em
Angola.
Realmente,
a
dimensão
física
deste
conglomerado
de
atendimento
ao povo
carente
da
região
de
Viana,
Kapalanga,
a
Leprosária
da Funda
e outros
afazeres
dos
trabalhadores
da SEAKA
e da
Casa do
Caminho,
totalmente
gratuitos
para a
população
carente,
nos
deixam a
certeza
de que
há
sempre o
que
fazer,
onde
quer que
seja,
seja
nestas
terras
ou
outras
terras
de
além-mar.
Elsa
Rossi,
escritora
e
palestrante
espírita
brasileira
radicada
em
Londres,
é membro
da
Comissão
Executiva
do
Conselho
Espírita
Internacional
(CEI).