Fé e equilíbrio
Momentos difíceis
verdadeiramente, estamos
observando. Nunca houve
tantas facilidades
materiais para os
homens. Conversando com
pessoas idosas, que nos
contam como era no seu
tempo, tudo com muito
esforço, buscar água
longe de casa,
carregando baldes; lavar
roupas em rios, luz de
lamparinas; viagens
demoradas, muitas vezes
a cavalo, levando dias,
o que hoje se faz em
poucas horas, tudo nos
mostra quanto o mundo
caminhou. Hoje,
alcançam-se novos
mundos.
Há poucos dias
noticiou-se nos meios de
comunicação que os
astronautas comeram,
pela primeira vez,
vegetais produzidos no
espaço, experiência
feita nas espaçonaves,
tendo em vista o projeto
de viagens
interplanetárias muito
longas e a lugares
distantes. Tudo nos
mostra o avanço
científico que caminha a
passos rápidos no
planeta. A impressão que
alguns sentem é que esse
caminhar está mais
acelerado nestes últimos
anos. É o processo de
transição da Terra, que
evolui gradativamente
para mundo de
regeneração.
Urge melhorar os
sentimentos. Um médico
amigo, clínico geral,
nos mostrou nesta semana
um parecer do conselho
de medicina de seu
estado, dizendo que o
médico generalista,
principalmente o que
atua na área da saúde
pública, não é obrigado
a refazer receitas de
medicamentos controlados
receitados por
psiquiatras ou outros
médicos. Nunca houve,
segundo se observa,
tanta receita
controlada. Esse médico
amigo nos disse que
metade das receitas a
serem refeitas, de uso
continuado de pacientes,
é receituário
controlado, a ponto de
preocupar sobremaneira
os médicos, que estão
questionando o fato.
Conversávamos sobre esse
assunto com amigos. A
pessoa fica três dias
sem dormir e quer
remédio para dormir. Um
filho morreu, acontece o
velório e a mãe não pode
chorar, nem afligir-se;
querem remédio para se
acalmar. O velhinho
dorme na frente da
televisão à tarde e à
noite não consegue
dormir; a família quer
dar remédio para dormir.
A criança não aprende na
escola, por falta de
educação, limites e
disciplina; querem dar
remédio para ficar
quieta.
Nesta semana em que
escrevemos, tivemos a
oportunidade de
conversar com uma avó
lúcida que está tentando
convencer a nora do erro
que esta vem cometendo,
e ainda não conseguiu.
Pasmem! A nora há um ano
está dando medicação
controlada, diz a avó,
para a neta dela, de
sete anos, uma menina
linda, com quem
conversamos por alguns
minutos. Quando
perguntamos o porquê da
medicação, pois não há
nada errado com a
criança para que isso se
dê, a avó nos disse algo
que nos mostra a
dificuldade da hora
presente. Tecnologia
avançada e sentimentos
atrasados! A mãe da
menina está fazendo isso
porque há um ano o
irmãozinho dela, de dois
anos de idade, morreu!
Que dificuldade as
pessoas estão tendo de
lidar com suas emoções!
É natural chorar. Há
momentos em que chorar
faz muito bem,
principalmente se há uma
causa justa para isso. O
problema nesse caso está
na mãe e não na criança.
Foi ela que não superou
a morte do filho e faz
uma transferência para a
criança. Nessa hora, a
fé em Deus e na
imortalidade da alma
ajuda na superação. Já
vimos uma criança de
oito anos, que
frequentava o centro
espírita com o avô,
consolar a avó de tal
modo com relação à morte
do seu pai, filho dela,
que ela começou a
frequentar o centro
espírita por causa do
equilíbrio e lucidez do
neto em relação ao
assunto. Foi consolada e
nunca mais deixou o
consolo do Espiritismo.
Na mesma semana, vimos
uma jovem mãe com o
filho de quatro anos,
uma criança linda e
calma.
Ela nos disse que deu
remédio controlado,
Neuleptil, para o
menino, até quatro meses
atrás, simplesmente
porque ele fazia o que
muita criança sem
limites e educação faz:
Jogava-se no chão do
shopping e fazia birra
quando não ganhava o que
queria! Isso se dava com
a mãe, que não sabia
ajudá-lo, porque ali
conosco era um doce!
Que se passa? É preciso
lidar com os sentimentos
de dor e de
contrariedade. Preciso é
ter uma religiosidade,
um elo de ligação com
Deus, a inteligência
suprema do universo, a
causa primária de todas
as coisas. Elevar o
pensamento em oração,
confiar, assentar a casa
sobre a rocha da fé
viva, ter a certeza de
que todo sofrimento é
degrau de subida para o
Espírito, quando aceito
com resignação e amor a
Deus. Cultivar
pensamentos retos,
elevados, para suportar
os momentos difíceis.
Lembramos aqui o sábio
Léon Denis, no livro de
que gostamos muito: “O
Problema do Ser, do
Destino e da Dor”. Diz
ele que o pensamento é
criador. Não atua
somente em roda de nós,
influenciando nossos
semelhantes para o bem
ou para o mal; atua
principalmente em nós;
gera nossas palavras,
nossas ações e, com ele,
construímos, dia a dia,
o edifício grandioso ou
miserável de nossa vida
presente ou futura.
Modelamos nossa alma e
seu invólucro com os
nossos pensamentos;
estes produzem formas,
imagens que se imprimem
na matéria sutil, de que
o corpo fluídico é
composto. Assim, pouco a
pouco, nosso ser
povoa-se de formas
frívolas ou austeras,
graciosas ou terríveis,
grosseiras ou sublimes;
a alma se enobrece,
embeleza ou cria uma
atmosfera de fealdade.
Segundo o ideal a que
visa, a chama interior
aviva-se ou
obscurece-se.
Como estamos alimentando
nossas emoções? Como
estão nossos
pensamentos? É
necessário e urgente
aumentarmos nossa fé,
amarmos mais, superarmos
as aflições com amor a
Deus. Esse culto à
medicação controlada tem
que ser suplantado pela
consolação e pela fé que
dão esperanças.
Conhecemos uma senhora
mineira maravilhosa.
Hoje está na faixa dos
75 anos de idade, mais
ou menos. A sua vida
toda foi quase de
insônia dormindo apenas
duas horas por noite.
Acorda bem, como se
tivesse dormido oito
horas seguidas. Não nos
lembramos de ela ter
feito uso de remédios
controlados por causa
disso. Passa a noite
fazendo roupinhas de
tricô e fornece para
todas as creches de sua
cidade. Aproveita bem o
seu tempo.
Devemos deixar bem claro
aqui que há casos e
casos! Reportamo-nos
nestas linhas que somos
contrários ao uso de
medicação controlada de
modo desnecessário, pois
há aqueles que são
necessários, isso é
claro! Reportamo-nos a
aprender a lidar com
nossas emoções e vencer
as adversidades com
nossa fé e nosso
esforço. Observamos que
há Espíritos encarnados
com muitas dificuldades
de esforço pessoal.
Aprendemos, passando
pelas experiências de
dor e superando-as, e
não reprimindo-as e as
represando!
Que se passa? -
repetimos. Elevemo-nos
em pensamentos. Cuidado
até com o que permitimos
entrar em nossa casa,
através da mídia, que
nos influencie de modo
negativo. Tenhamos Jesus
conosco. Tenhamos fé,
mantenhamos nosso
equilíbrio emocional,
ultrapassemos as horas
difíceis com sentimentos
elevados, pois o momento
nos pede isso. Confiemos
em Deus. Liguemo-nos à
nossa religião. Tudo
passa. As dores passam.
O Espírito encarnado
nasceu para se aprimorar
e um dia será feliz.
Pode sê-lo aqui mesmo.
“Onde está seu tesouro
aí está seu coração”,
disse Jesus. No velho
dito popular, sábio, “o
céu e o inferno estão
dentro de nós”.
Alimentemos nosso
Espírito com amor,
sejamos mais carinhosos
uns com os outros,
vençamos nosso egoísmo
primitivo e seremos mais
felizes, isso é certo!