Em mensagem publicada na
seção de Cartas desta mesma
edição, Cleide Mamedia
pergunta-nos:
Gostaria de saber se seremos
cobrados ao desencarnar
pelos fracassos dos nossos
filhos. Será mostrado onde
falhamos?
A dúvida da leitora foi
tratada por Allan Kardec nas
questões 582 e 583 d´O
Livro dos Espíritos, a
principal obra da doutrina
espírita.
Eis o que ali se lê:
582. Pode-se considerar
como missão a paternidade?
“É, sem contestação
possível, uma verdadeira
missão. É ao mesmo tempo
grandíssimo dever e que
envolve, mais do que o pensa
o homem, a sua
responsabilidade quanto ao
futuro. Deus colocou o filho
sob a tutela dos pais, a fim
de que estes o dirijam pela
senda do bem, e lhes
facilitou a tarefa dando
àquele uma organização débil
e delicada, que o torna
propício a todas as
impressões. Muitos há, no
entanto, que mais cuidam de
aprumar as árvores do seu
jardim e de fazê-las dar
bons frutos em abundância,
do que de formar o caráter
de seu filho. Se este vier a
sucumbir por culpa deles,
suportarão os desgostos
resultantes dessa queda e
partilharão dos sofrimentos
do filho na vida futura,
por não terem feito o que
lhes estava ao alcance para
que ele avançasse na estrada
do bem.”
(Grifamos.)
583. São responsáveis os
pais pelo transviamento de
um filho que envereda pelo
caminho do mal, apesar dos
cuidados que lhe
dispensaram?
“Não; porém, quanto piores
forem as propensões do
filho, tanto mais pesada é a
tarefa e tanto maior o
mérito dos pais, se
conseguirem desviá-lo do mau
caminho.”
a) Se um filho se torna
homem de bem, não obstante a
negligência ou os maus
exemplos de seus pais, tiram
estes daí algum proveito?
“Deus é justo.”
Mais claro, impossível!
Corroborando o ensinamento,
Abel Gomes, em mensagem
psicografada pelo médium
Chico Xavier, constante do
livro Falando à Terra,
teceu as seguintes
considerações:
Volumosa percentagem dos
milhares de pessoas que
desencarnam, hora a hora, no
Planeta, permanece, por
vezes, muitos anos
consecutivos, ao lado de
parentes na consanguinidade,
porque é na experiência do
lar que deixamos maior
número de obrigações não
cumpridas.
(...)
É no seio da organização
doméstica que somos tentados
à disputa mais longa, ao
ciúme mais entranhado, à
rebeldia mais impermeável e
às aversões mais fundas.
Fácil será sempre desculpar
as ofensas do mundo vasto,
esquecer a maledicência dos
que nos não conhecem e
perdoar as pedras do
torvelinho social. Mas, em
casa, na comunhão com
aqueles cuja vida
partilhamos na sucessão dos
dias numerosos, a ciência do
amor espiritual é muito
difícil de aprender.
Em razão disto, depois da
morte, percebendo a
importância de nossa
harmonização em pensamento
com certas criaturas de
nosso séquito familiar,
voluntariamente nos
consagramos a retificar
atitudes errôneas,
adotadas o curso de nossas
tarefas interrompidas no
túmulo, auxiliando aquelas
por quem nutríamos
animadversão declarada, para
que não arremessem sobre nós
os raios da malquerença
destrutiva.
A sementeira de simpatia é
impositivo precípuo, a que
nossa paz se condiciona.
Todos os deveres cumpridos
no seio doméstico significam
ingresso no apostolado
pela redenção humana. Os
raros homens e mulheres que
se ausentam do mundo,
conservando uma consciência
tranquila para com os
parentes e afeiçoados,
penetram, de imediato, em
missões mais amplas no
auxílio à Humanidade.
Em se tratando, porém, de
Espíritos que, além de não
haverem cumprido os deveres
que lhes competem, junto à
família consanguínea, se
extraviaram, ainda, em
delitos deploráveis, esses,
quando acordam para o
arrependimento construtivo,
são aproveitados na
assistência laboriosa a
criminosos, junto aos quais
encontram caminho aberto a
valiosas intercessões.
(Falando à Terra,
Notícias, autoria de Abel
Gomes.)
(Grifamos.)
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