Já vimos nesta mesma seção
que os pronomes oblíquos
átonos – me, te, se, o, a,
lhe, nos, vos, se, os, as,
lhes – podem assumir na
frase três posições básicas
em relação ao verbo:
-
antes do
verbo (próclise).
Exemplo: A camisa me
serviu.
-
após o
verbo (ênclise).
Exemplo: Vendem-se
camisas.
-
no meio
do verbo, isto é,
intercalado (mesóclise).
Exemplo: Beijar-lhe-ei
a face mil vezes.
Quando a mesóclise é
obrigatória?
A norma gramatical é, quanto
a isso, bem clara:
– Se não existir na frase
partícula atrativa que
determine a próclise, a
mesóclise é obrigatória com
o futuro do presente
e o futuro do pretérito.
Exemplos: Forçá-lo-ei a
aceitar. Forçá-lo-ia a
aceitar.
*
Um leitor, em face disso,
pergunta-nos:
– Futuro do presente sabemos
o que é, mas futuro do
pretérito, que significa?
Tem fundamento a pergunta,
porque pretérito significa o
passado, o que passou, o
tempo verbal que exprime
ação passada ou anterior.
A expressão futuro do
pretérito, que designa
um tempo verbal, indica um
processo futuro, sim, mas a
partir de um referencial
passado.
Vejamos estes exemplos:
-
Hoje é
dia 15. No início do mês
eu lhe disse que no dia
12 ficaria noivo.
-
Minha
filha me prometeu no mês
passado que viajaria
para cá no próximo
feriado.
-
Começaria
tudo outra vez, se
preciso fosse, meu amor.
Nos três exemplos,
ficaria, viajaria
e começaria são
formas verbais do “futuro do
pretérito”, tanto quanto
ficarei, viajarei
e começarei pertencem
ao “futuro do presente”.
Utilizando um dos verbos
acima, eis um último
exemplo:
– Quando você vai começar o
novo livro?
– Começá-lo-ei ainda
hoje.