Vlamir
Orlando
Berti
Pereira:
“Deus
não quer nos
agradar
e sim
nos iluminar!”
Paulista de
Andradina, o
psiquiatra e
dirigente
espírita
fala-nos sobre a
importância dos
pensamentos em
nossa vida e diz
como melhorá-los
|
Vlamir
Orlando
Berti
Pereira
(foto),
espírita
desde 1982 e
atual presidente
do Grupo
Espírita A
Caminho da Luz,
em Cascavel
(PR), é natural
de Andradina
(SP),
mas reside em
Cascavel
desde 1986.
Médico
anestesiologista
desde 1985,
possui
pós-graduação
em MBA em
Gestão
de
Saúde
pelo Centro
Universitário
FAE,
e em
Psiquiatria pela
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|
Universidade
Positivo, ambas
situadas em Curitiba
(PR). Sua
experiência
na área da Psiquiatria
está presente na
entrevista
seguinte, que
ele gentilmente
nos concedeu: |
|
Por que mudar os
pensamentos?
Somos cercados
de hábitos.
Iluminados ou
não, precisam
ser conhecidos,
abordados e,
quando
for
necessário,
reformados. Para
que algo tome
forma, alguém
pensou antes.
Assim é com a
nossa harmonia e
paz interiores.
Em atuando nos
pensamentos, o
mecanismo de
ação será nas
causas,
melhorando muito
os efeitos.
Como fazer isso?
Um atleta que
conquistou
medalha de ouro
treinou muito
para isso.
Para que
possamos avançar
na escala
evolutiva, o
mesmo se aplica.
Em outras
palavras,
observar-nos.
Autoconhecimento,
que nos leva a
vibrar com as
belezas da vida.
A autodescoberta
encanta.
Educa. Traz paz
e luz.
Na prática,
como funciona?
Escolha novo
norte. Seja
realista com
você. Ouça-o.
Diagnostique
mágoas, ciúmes,
orgulho e todas
as heranças
primitivas (com
características
animalescas) que
carregamos. Não
minta para você
mesmo. Não
rumine o
passado!
Escolha uma
característica
por vez a
trabalhar.
Escolheu? Agora
negocie com sua
mente. Aos
poucos vá
substituindo-a
por algo bom,
útil e
verdadeiro. A
imagem de um
ente querido por
exemplo:
repita o nome
dele(a) várias
vezes, ocupando
assim aquele
espaço tóxico na
mente.
Os pensamentos
influem na saúde
e no equilíbrio
emocional,
psicológico e
espiritual? De
que forma?
Muito mais do
que imaginamos.
A
neuropsiquicoendocrinoimunologia
(esse nome bem
grande) é uma
realidade
incontestável. A
Ciência a aceita
sem medo. Em
recente jornada
de Psiquiatria,
foi um dos temas
abordados.
A harmonia
interna
equilibra nossos
hormônios,
fortalecendo a
imunidade,
consequentemente
sepultando
doenças várias.
A Psiquiatria
está avançando
nesse
campo. É
mergulhar nas
causas e não
somente nas
doenças.
Gostaria de
citar algo
marcante?
Eu me
uso como
“cobaia”, isto
é, observo-me a
cada minuto.
Quando passei a
dirigir o que
penso,
procurando
esquecer as intempéries,
aborrecimentos,
mágoas etc.,
a vida mudou.
Assim, se eu
mudei, todos o
podem
igualmente.
Interessante
lembrar que isso
é um continuo
trabalho. Assim,
ao atingirmos
uma meta, um
objetivo,
imediatamente
surge outro a
trabalhar. A
vida fica
adorável! Doce.
Muito agradável.
Envolvida em paz
plena.
Aprendemos a nos
amar.
Dos casos de
atendimento em
consultório, o
que mais lhe
chamou
a atenção?
Como ainda nos
conhecemos
pouco! Quase
nada. A busca
intensa por um
comprimido
“milagroso” que
nos faça
melhores. Isso
não é possível!
Eles ajudam,
sim, é verdade,
mas o grande
segredo é a
nossa
autodescoberta.
“Conhece-te a ti
mesmo.”
A viagem
interior. “Eu
posso e consigo.”
É evidente que a
ajuda
multidisciplinar
ao ser que sofre
tem muita
importância, mas,
se não houver
adesão, fica
comprometida.
Por que, como
seres humanos,
nos tornamos tão
vulneráveis às
sugestões
infelizes e às
influências que
nos cercam,
inclusive
espirituais?
Diria que
principalmente
espirituais. É
uma lei natural.
Veja
a questão 459 d´O
Livro dos
Espíritos.
Quão vulnerável
sou, eu que
determino. É
pura escolha,
opção, livre-arbítrio.
Não podemos nos
acomodar na
vulnerabilidade.
Sugestões
iluminadas, do
mais puro e
profundo amor,
também existem e
são intensas. Só
precisamos mudar
nossas “antenas”
e absorvê-las.
Qual o grande
segredo desse
equilíbrio que
tanto buscamos?
Exercícios.
Treinos.
Vigilância.
Mudança de
rotas.
Escolhermos
melhor, tal como
um produto que
compramos.
Buscarmos
qualidade.
Planejamento
estratégico de
nossas vidas,
semelhante a uma
empresa. Como
queremos chegar
no fim do ano?
Onde devemos
aprimorar?
Principalmente
repetindo, não
mintamos para
nós mesmos!
De sua
experiência e
lembranças, o
que mais lhe
salta ao
raciocínio?
Quanto mais
precoce essa
descoberta
iluminada,
melhor seremos.
A criança e o
amor pleno
a
elas mudará
tudo. Os pais têm
capital
importância
nisso. O papel
de educar é da
família, não do
Estado. Este tem
o dever de
ensinar. A
Psiquiatria
infantil deverá
crescer muito. É
a ciência
envolvendo e
sendo envolvida
pelo amor. Assim
não haverá
necessidade de
punirmos mais à
frente.
Suas palavras
finais.
Vou pedir
permissão e usar
as palavras de
Dr.
Bezerra de
Menezes:
“Tenhamos tento
e devemos
porfiar até o
fim”. Não fomos
os escolhidos
para sofrer em
detrimento de
outros que gozam
a vida. Há uma
harmonia
gigantesca neste
lindo Universo.
Tudo está
previsto. Deus
não quer nos
agradar e sim
nos iluminar!