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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 9 - N° 442 - 29 de Novembro de 2015

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)

 

 
Vlamir Orlando Berti Pereira:

Deus não quer nos agradar
e sim nos iluminar!

Paulista de Andradina, o psiquiatra e dirigente espírita
fala-nos sobre a importância dos pensamentos em
nossa vida e diz como melhorá-los

Vlamir Orlando Berti Pereira (foto), espírita desde 1982 e atual presidente do Grupo Espírita A Caminho da Luz, em Cascavel (PR), é natural de Andradina (SP), mas reside em Cascavel desde 1986. Médico anestesiologista desde 1985, possui pós-graduação em MBA em Gestão de Saúde pelo Centro  Universitário  FAE, e  em Psiquiatria pela

Universidade Positivo, ambas situadas em Curitiba (PR). Sua experiência na área da Psiquiatria está presente na entrevista seguinte, que ele gentilmente nos concedeu: 

Por que mudar os pensamentos? 

Somos cercados de hábitos. Iluminados ou não, precisam ser conhecidos, abordados e, quando for necessário, reformados. Para que algo tome forma, alguém pensou antes. Assim é com a nossa harmonia e paz interiores. Em atuando nos pensamentos, o mecanismo de ação será nas causas, melhorando muito os efeitos. 

Como fazer isso? 

Um atleta que conquistou medalha de ouro treinou muito para isso. Para que possamos avançar na escala evolutiva, o mesmo se aplica. Em outras palavras, observar-nos. Autoconhecimento, que nos leva a vibrar com as belezas da vida. A autodescoberta encanta. Educa. Traz paz e luz. 

Na prática, como funciona? 

Escolha novo norte. Seja realista com você. Ouça-o. Diagnostique mágoas, ciúmes, orgulho e todas as heranças primitivas (com características animalescas) que carregamos. Não minta para você mesmo. Não rumine o passado!

Escolha uma característica por vez a trabalhar. Escolheu? Agora negocie com sua mente. Aos poucos vá substituindo-a por algo bom, útil e verdadeiro. A imagem de um ente querido por exemplo: repita o nome dele(a) várias vezes, ocupando assim aquele espaço tóxico na mente. 

Os pensamentos influem na saúde e no equilíbrio emocional, psicológico e espiritual? De que forma? 

Muito mais do que imaginamos. A neuropsiquicoendocrinoimunologia (esse nome bem grande) é uma realidade incontestável. A Ciência a aceita sem medo. Em recente jornada de Psiquiatria, foi um dos temas abordados. A harmonia interna equilibra nossos hormônios, fortalecendo a imunidade, consequentemente sepultando doenças várias. A Psiquiatria está avançando nesse campo. É mergulhar nas causas e não somente nas doenças. 

Gostaria de citar algo marcante? 

Eu me uso como “cobaia”, isto é, observo-me a cada minuto. Quando passei a dirigir o que penso, procurando esquecer as intempéries, aborrecimentos, mágoas etc., a vida mudou. Assim, se eu mudei, todos o podem igualmente. Interessante lembrar que isso é um continuo trabalho. Assim, ao atingirmos uma meta, um objetivo, imediatamente surge outro a trabalhar. A vida fica adorável! Doce. Muito agradável. Envolvida em paz plena. Aprendemos a nos amar. 

Dos casos de atendimento em consultório, o que mais lhe chamou a atenção? 

Como ainda nos conhecemos pouco! Quase nada. A busca intensa por um comprimido “milagroso” que nos faça melhores. Isso não é possível! Eles ajudam, sim, é verdade, mas o grande segredo é a nossa autodescoberta. “Conhece-te a ti mesmo.” A viagem interior. “Eu posso e consigo.

É evidente que a ajuda multidisciplinar ao ser que sofre tem muita importância, mas, se não houver adesão, fica comprometida. 

Por que, como seres humanos, nos tornamos tão vulneráveis às sugestões infelizes e às influências que nos cercam, inclusive espirituais? 

Diria que principalmente espirituais. É uma lei natural. Veja a questão 459 d´O Livro dos Espíritos. Quão vulnerável sou, eu que determino. É pura escolha, opção, livre-arbítrio. Não podemos nos acomodar na vulnerabilidade. Sugestões iluminadas, do mais puro e profundo amor, também existem e são intensas. Só precisamos mudar nossas “antenas” e absorvê-las. 

Qual o grande segredo desse equilíbrio que tanto buscamos? 

Exercícios. Treinos. Vigilância. Mudança de rotas. Escolhermos melhor, tal como um produto que compramos. Buscarmos qualidade. Planejamento estratégico de nossas vidas, semelhante a uma empresa. Como queremos chegar no fim do ano? Onde devemos aprimorar? Principalmente repetindo, não mintamos para nós mesmos! 

De sua experiência e lembranças, o que mais lhe salta ao raciocínio?

Quanto mais precoce essa descoberta iluminada, melhor seremos. A criança e o amor pleno a elas mudará tudo. Os pais têm capital importância nisso. O papel de educar é da família, não do Estado. Este tem o dever de ensinar. A Psiquiatria infantil deverá crescer muito. É a ciência envolvendo e sendo envolvida pelo amor. Assim não haverá necessidade de punirmos mais à frente. 

Suas palavras finais. 

Vou pedir permissão e usar as palavras de Dr. Bezerra de Menezes: “Tenhamos tento e devemos porfiar até o fim”. Não fomos os escolhidos para sofrer em detrimento de outros que gozam a vida. Há uma harmonia gigantesca neste lindo Universo. Tudo está previsto. Deus não quer nos agradar e sim nos iluminar! 


 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita