Tempo de
renovação
“As estações
sucedem-se no
seu ritmo
imponente. O
Inverno é o sono
das coisas; a
Primavera é o
acordar; o dia
alterna com a
noite; ao
descanso
segue-se a
atividade; O
Espírito ascende
às regiões
superiores para
tornar a descer
e continuar com
forças novas a
tarefa
interrompida.” (Léon
Denis, O
Problema do Ser,
do Destino e da
Dor, capítulo
XVII.)
Estas palavras
de Léon Denis,
vistas de um
ângulo apenas,
mostram ciclos
evolutivos de
unidades em si
como se cada
coisa caminhasse
independentemente
umas das outras:
as estações do
ano, os dias e
noites, o nascer
e o renascer.
Há, todavia, que
se entender que
enquanto uns
descansam outros
trabalham, nessa
eterna sucessão
entre o fim e o
recomeço. Para
que o Inverno
durma seu sono,
a Terra trabalha
no seu movimento
de translação em
torno do Sol;
para que o dia
se faça, quem
trabalha
permanentemente
é o Sol; no
descanso da Alma
trabalham as
células do
corpo, refazendo
suas energias
para outras
atividades; o
Espírito, no
mundo
espiritual, é
o arquiteto de
sua moradia
futura, mas é
ele mesmo, quando encarnado,
que faz a
construção.
É
nestes ciclos
entre o bem e o
mal, a guerra e
a paz, o amor e
o ódio, entre o
nascer e o
renascer, que a
Alma se refaz e
progride,
desfazendo-se do
mal, da guerra,
do ódio, até não
mais renascer.
Mas ninguém
caminha
independente dos
outros. Sempre
estamos
acompanhados em
nossas lições e
tarefas. Ninguém
nasce sozinho,
ninguém sabe
tudo sozinho,
exceto Deus.
A Lei de
Sociedade nos
impõe a lei de
cooperação ou de
auxílio mútuo e
esta nos impõe a
obrigação de
respeitar o
direito dos
outros para que
se cumpra a Lei
Divina, que dá a
cada um segundo
suas obras. O
homem, portanto,
ao realizar sua
atividade, deve
ligar-se à ideia
de fraternidade
e do respeito ao
próximo, sem
egoísmo e
orgulho, que são
os sinais
vermelhos na
caminhada do
Espírito ou
sinal de
trânsito
interrompido
rumo à
libertação, como
disse André
Luiz.
Nós, encarnados,
estamos no
inverno para a
Alma, ou tempo
de renovação
para o Espírito.
Junho, julho e
agosto é tempo
de inverno no
Hemisfério Sul,
mas também é
tempo de
renovação para
outras
colheitas.
Neste fim de
milênio estamos
num ciclo
evolutivo da
Humanidade e num
tempo de
refazimento para
a nova jornada
como Mundo de
Regeneração. A
Natureza dá seus
passos, cabe a
cada Alma
acompanhá-la,
pelo menos, se
não quiser ficar
para trás.
A Natureza,
entretanto, não
dá saltos,
caminha
incessante e
imperceptível.
Também nós não
mudaremos de uma
hora para outra
em nosso
comportamento se
não revermos
os próprios
atos; nem o
Brasil será o
coração do mundo
se não se
extirparem de
seus caminhos as
gorduras
egoístas que
perturbam a
circulação do
bem e dos bens.
Está na hora de
reflexão mais
profunda para
cada Alma deste
mundo, encarnada
ou desencarnada,
se não quiser
passar pelas
consequências de
suas atitudes
reprováveis.
Quando Jesus
disse: “Dai a
César o que é de
Cesar, e a Deus
o que é de
Deus”,
certamente não
quis dizer que o
mundo de César
estava excluído
do mundo de
Deus. Ele propôs
que não
misturássemos
nossa intenção,
fugindo aos
compromissos
assumidos como
Espírito, mas
que burilássemos
nossa
inteligência no
exercício do
progresso
material e
aprimorássemos
nossa moral na
prática do bem.
Se religiosos
cegos dessa
realidade
espiritual
pensam que podem
ganhar o paraíso
pelo
arrependimento e
confissões, um
espírita, por
certo, sabe que
a lei de causa e
efeito existe
sempre, porquanto
a Sabedoria
divina se
encontra na
liberdade de
escolha que dá a
cada um, para
que cada qual
possa assumir
suas
responsabilidades. Deus
não castiga nem
premia. Sua lei
se aplica aos
que não se
arrependem e aos
que se
arrependem, aos
confessados ou
não, na medida
exata das
intenções que
realizam suas
obras.
Estamos no
inverno para a
Alma, ou tempo
de renovação
para o Espírito.
Aproveitemos
esta
oportunidade,
renovemo-nos,
revendo nosso
comportamento
egoísta e
orgulhoso, e
ajudemos a
renovar os
outros, a
família, os
amigos, a
Pátria, para que
na Primavera
tenhamos um
mundo melhor,
com flores o
tempo todo, para
alegrar a vida
de todos nós; e
para que
tenhamos perfume
permanente para
coroar a vitória
dos que têm a
paz na
consciência pelo
dever cumprido.