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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 445 - 20 de Dezembro de 2015

ELSA ROSSI
elsarossikardec@gmail.com

Londres, Inglaterra

 

 
 É quase Natal...


E Ele volta sempre. E O recebemos todas as vezes. Como é bom poder contar com Ele em nossas vidas!

É quase Natal...

Foi com esses pensamentos que abri os olhos aos primeiros ruídos da chuva logo pela manhãzinha aqui em Londres. As janelas das residências são especiais, denominadas “double glazing” (vidro duplo), onde existe o vácuo entre os dois vidros, fazendo com que não se perca o calor de dentro de casa em confronto com a baixa temperatura, menos de zero grau, lá fora. Por isso, se ouvimos o ruído da chuva, é porque realmente o vento faz com que ela dance pra lá e pra cá de encontro à parede de vidro. É sempre um espetáculo ver a chuva através das janelas, quando ainda noite, sob os abraços das luzes das ruas e dos faróis dos carros. Como diz meu filho, aquarelas que a chuva e as luzes proporcionam aos nossos olhos!

Sempre achei a chuva muito comportada aqui em Londres. Nada de estrondos, trovões. Estes só acontecem em raras oportunidades. Como não entendo da ciência da meteorologia, não arrisco comentários outros. O fato é que é quase Natal. Anoitece muito cedo, ampliando as possibilidades de se ver o colorido de centenas de luzes de Natal nas janelas e nas vitrines das lojas do meu bairro. Meu Deus! Quanta gente na rua! Num cartaz imenso luminoso, chamativo, lê-se ‘Black Friday’. Hoje, uma sexta-feira, aqui neste cantinho lindo desta cidade que me abriga, centenas de pessoas se acotovelam para conseguir o intento de comprar mais por menos… Alguns compram até o que não precisam, apenas para entrar na ‘onda’, no ‘embalo’ dessa psicosfera consumista que contamina mesmo.

No período de neve aqui no hemisfério norte, inventou-se a Black Friday, a “sexta-feira negra”, para dar mais reforço ao comércio, ao consumo. Associando-se ao Natal, quando muitos se eximem de ‘culpas’ dando presentes compensadores, soltam a ambição de comprar, de se autopresentear, ficando com a consciência liberta para os gastos, muitas vezes desnecessários. O acordar do cartão de crédito, trinta dias depois, dói na alma. Ai ai ai! o remorso de ter gasto além do planejado...

Mas, deixando o lado material à parte, fiquemos com o encanto que a alegria do Natal traz para muitos corações, muitas famílias. É um despertamento que leva casais sem filhos a abrigar crianças de orfanatos pelos dias festivos, tendo o gostinho do abraço infantil. Outros que fazem as já tão conhecidas campanhasː “Neste Natal, faça uma criança feliz” – aqui fica um ponto a ser pensado… “Faça acontecer um Natal no coração das crianças carentes, em todos os dias de suas vidas”.  E podemos fazer isso, podemos adicionar mais amor nos dias das crianças pobres, órfãs ou carentes de um abraço.

Se já temos Jesus em nossos corações, que ouçamos o seu ensino, de amar o próximo, fazer o bem, a quem quer que seja. Vem-me muito à mente a pintura que mostra Jesus lavando os pés dos apóstolos. E me vem, então, a imagem que retenho em minha retina espiritual: nosso abençoado Chico Xavier beijando a mão de todas as pessoas que lhe vinham ao encontro, ou que com ele cruzavam em suas peregrinações. Quando lhe perguntaram por que beijava as mãos das pessoas, Chico respondeuː “porque não posso me curvar para beijar-lhes os pés”.

Esta crônica poderia se alongar, mas a mensagem que quero deixar é meu desejo de um Feliz Natal para todos. Que recebamos Jesus, que nasce diariamente nas manjedouras de nossos corações, onde quer estejamos, no Brasil abençoado, ou em terras de além-mar.


Elsa Rossi, escritora e palestrante espírita brasileira radicada em Londres, é membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional (CEI). 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita