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Elucidações de Emmanuel

Ano 9 - N° 445 - 20 de Dezembro de 2015

A Manjedoura


As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à Eterna Lição de Humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.

A Manjedoura foi o Caminho.

A Exemplificação era a Verdade.

O Calvário constituía a Vida.

Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida.

É por isso que, emaranhados no cipoal da ambição menos digna, os povos modernos, perdendo o roteiro da simplicidade cristã, desgarram-se da estrada que os conduziria à evolução definitiva, com o Evangelho do Senhor.

Sem ele, que constitui o transunto de todas as ciências espirituais, perderam-se as criaturas humanas, nos desfiladeiros escabrosos da impiedade.

Debalde, invoca-se o prestígio das religiões numerosas, que se afastaram da Religião Única, que é a Verdade ou a Exemplificação com o Cristo.

Com as doutrinas da Índia, mesmo no seio de suas filosofias mais avançadas, vemos os párias miseráveis morrendo de fome, à porta suntuosa dos pagodes de ouro das castas privilegiadas.

Com o budismo e com o xintoísmo, temos o Japão e a China mergulhados num oceano de metralha e de sangue.(1)

Com o Alcorão e com o Judaísmo, temos as nefandas disputas da Palestina.

Com o Catolicismo, que mais de perto deveria representar o pensamento evangélico, na civilização ocidental, vemos basílicas suntuosas e frias, onde já se extinguiram quase todas as luzes da fé. Aí dentro, com os requintes da ciência sem consciência e do raciocínio sem coração, assistimos às guerras absurdas da conquista pela força, identificamos o veneno das doutrinas extremistas e perversoras, verificamos a onda pesada de sangue fratricida, nas revoluções injustificáveis, e anotamos a revivescência das perseguições inquisitórias da Idade Média, com as mais sombrias perspectivas de destruição.

Um sopro de morte atira ao mundo atual supremo cartel de desafio.

Não obstante o progresso material, sente a alma humana que sinistros vaticínios lhe pesam sobre a fronte.

É que a tempestade de amargura na dolorosa transição do momento significa que o homem se mantém muito distante da Verdade e da Vida.

As lembranças do Natal, porém, na sua simplicidade, indicam à Terra o caminho da Manjedoura...

Sem ele, os povos do mundo não alcançarão as fontes regeneradoras da fraternidade e da paz.

Sem ele, tudo serão perturbação e sofrimento nas almas, presas no turbilhão das trevas angustiosas, porque essa estrada providencial para os corações humanos é ainda o Caminho Esquecido da Humildade.

(1) Este texto foi escrito no início da década de 1940, quando o mundo enfrentava mais um conflito bélico de grandes proporções: a 2ª Guerra Mundial.


Do livro Coletânea do Além, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier
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 Revista Semanal de Divulgação Espírita