Técnicas de luta
para defesas
pessoais?
Cuidado!
Protejamos as
crianças contra
essas práticas
Há dois mil
anos, O Mestre
Maior ensinou:
Bem-aventurados
os mansos,
porque eles
possuirão a
Terra. (1)
Bem-aventurados
os pacíficos,
porque serão
chamados filhos
de Deus.
(2) Por
estas máximas,
Jesus
estabeleceu,
como lei, a
doçura, a
moderação, a
mansuetude, a
afabilidade e a
paciência. E,
por consequência,
condenou a
violência, a
cólera, e até
mesmo toda
expressão
descortês para
com os
semelhantes.
(3) A
violência
ensombra as
conquistas
sociológicas de
todos os
séculos. Brota
em todos os
níveis da
sociedade,
consubstanciando-se
em várias
amplitudes e
espectros de
cores
carregadas.
A mídia, de uma
forma geral, tem
noticiado que
muitos pais
ingleses estão
infligindo aos
filhos, muitos
dos quais com
menos de 5 anos
de idade, lutar
boxe tailandês.
A materialidade
dessa aberração
está em
documentário
produzido por
canal de
televisão
britânico,
mostrando o
circuito das
lutas
organizadas, em
que os
inscritos, para
esse fim, são
crianças com
idade a partir
de quatro anos
(inacreditável!).
Nesse proscênio,
incentiva-se o
MuayThai (boxe
tailandês),
tornando essa
prática cada vez
mais popular na
Europa,
atualmente com
centenas de
academias
estabelecidas.
Milhares de
adultos imaturos
pagam ingressos
para assistir às
crianças,
menores de dez
anos, lutando em
uma espécie de
gaiola de ferro.
Muitos pais
acreditam que
essa prática
pode incentivar
os filhos a
cuidar mais de
si mesmos quando
crescerem, e
creem que seus
filhinhos possam
conquistar o
título de
"campeão".
Porém, esses
pais
desnaturados
desrespeitam a
liberdade dos
filhos por não
saberem quais
são os reais
sonhos dessas
crianças,
projetando nelas
as suas
frustrações.
Pediatras,
psicólogos,
professores e
estudiosos
consideram muito
prejudicial,
para as crianças
e jovens, o
incentivo a
esportes
agressivos, pelo
efeito da
violência que
essas práticas
produzem, pois,
os golpes
violentos
fascinam as
mentes infantis,
principalmente,
porque são
desempenhados
por "heróis" de
filmes de ação,
vistos em
cinemas, ou
quando
televisados.
Alguns pais
“espíritas”
tentam
justificar o
encaminhamento
de seus filhos
para academias
de autodefesa, a
fim de
acalmá-las e
torná-las dóceis
(!?), relatam
que seus filhos
ficaram muito
mais “serenos”
depois das
técnicas do
tatame. Não
conseguimos
concordar. O
Espírito André
Luiz nos
recomenda
esquivar-nos
hábito de
menosprezar o
tempo com
defesas
pessoais, seja
qual for o
processo em que
se exprimam.
Pois o servidor
fiel da Doutrina
possui, na
consciência
tranquila, a
fortaleza
inatacável.
(4)
Desconhecem tais
pais que muitas
crianças e
jovens não têm
capacidade
crítica, não têm
noção do perigo
a que estão
sujeitos
aprendendo
técnicas
violentas de
autodefesa,
muitas vezes
desconhecem a
índole do seu
adversário, no
que pese à
postura de briga
"esportiva", se
aceitável, se
razoável ou se
absolutamente
criticável, a
eliminar de seus
hábitos.
Infelizmente o
que
identificamos,
de forma
generalizada, é
o distanciamento
de muitos pais,
para razoável
educação dos
filhos nesse
sentido. De
maneira geral,
alguns pais
transferem suas
responsabilidades
não só para as
arenas, tatames,
mas também para
os colégios ou
para o Governo,
enquanto eles é
que tinham que
dizer aos filhos
se isso ou
aquilo é
perigoso para
eles, ou não.
Uma legítima
educação é
aquela em que os
poderes
espirituais
regem a vida
social. Todavia,
o "homem
moderno" e que
se diz
"civilizado" se
envaidece com a
sua capacidade
de subjugar os
outros, de
mandar, de impor
medo, quando o
ideal seria
ensinar à sua
prole o respeito
humano e
submissão a
Deus. A
degradação moral
atual abriu as
comportas da
violência,
represada
debilmente pelas
barreiras
artificiais da
civilização.
Essa deformação
da mente e o
aviltamento da
consciência
embruteceram o
homem,
artificializado
pela violência
no seu método de
ação,
justificado pelo
seu valor
pessoal, para o
reconhecimento
do seu poder,
que,
imperiosamente,
o embriaga e o
tem levado a
excessos
perigosos.
A violência do
"homem
civilizado" tem
as suas raízes
profundas e
vigorosas na
selva. Um pai
que expõe seu
filho a esportes
violentos,
correndo o risco
de inutilizá-lo
para sempre, é
bem o homo
brutalis, que
cria as suas
próprias leis:
subjugar,
humilhar,
torturar, matar.
O seu valor está
sempre acima do
valor dos
outros. Além
disso, mister é
recordar que a
cumplicidade com
a violência, por
parte das
consciências
adultas, retarda
a evolução
coletiva e
rebaixa o
cúmplice a
posições
indignas.
Pessoas de mente
esclarecida
jamais
fomentarão
ideias desse
tipo em uma
criança ou
adolescente.
Os guantes da
brutalidade
continuam a
fermentar
competições
hediondas nas
novas estruturas
socioculturais.
A prova
histórica disso
está, hoje,
diante de nossos
olhos, na
eclosão de
violências em
todos os níveis
do mundo
contemporâneo,
sobretudo contra
jovens e
crianças. Nossa
esperança é a de
que essa
explosão seja a
catarse final
para que o homem
bruto desapareça
e possa ceder
lugar ao homem
de mansidão.
Estamos numa
conjuntura de
nova
antropofagia,
superestimada e
requintada pelas
técnicas de
lutas de arenas,
como se fossem
esportes de
modernas
concepções.
Hoje, na era
cibernética, os
instrumentos de
opressão,
tortura e
aniquilamento,
de que o homem
dispõe, atingem
o clímax em face
de seu máximo
aperfeiçoamento.
Atualmente,
educar é uma
tarefa
intrincada, é
problema de
solução nada
fácil, em face
das modificações
que a condição
infantil vem
sofrendo nas
últimas décadas.
Antigamente, a
pureza das
crianças era uma
realidade
mensurável. Sua
perspectiva não
ultrapassava os
simples livros
didáticos, um
único humilde
caderno e
brinquedos
baratos. Para
repreendê-las e
educá-las, às
vezes, bastava
um olhar firme
dos pais. Porém,
aquele
imaginário
infantil, de
quietude e sonho
ingênuo,
desmoronou sob o
impacto da era
da robótica.
Em nosso
diagnóstico,
concebemos que a
televisão e as
novas
tecnologias, ao
invadirem os
lares,
potencializaram,
nas crianças, o
despertar
antecipado para
uma realidade
nua e cruel, o
que equivale
afirmar que elas
foram arrancadas
do seu universo
de fantasia e
conduzidas para
a violência,
estimuladas,
também, pela
vaidade dos
pais. Destarte,
o período de
inocência e
tranquilidade
infantil foi
diminuindo. Cada
vez mais cedo, e
com maior
intensidade, as
inquietações da
adolescência
brotam
acrescidas pelos
múltiplos e
desencontrados
apelos das
revistas
pornográficas,
da mídia
eletrônica, das
drogas, do
consumismo
descontrolado,
do mau gosto
comportamental,
da vulgaridade
exibida, das
diversas
técnicas de
lutas de
autodefesa e
outras tantas
extravagâncias,
como reflexos
óbvios de pais
que vivem
iludidos,
estagnados e
desatualizados,
enclausurados em
seus afazeres
diários e que
nunca podem
permanecer à
frente da
educação dos
próprios filhos.
Seria possível
uma viagem
através do
"túnel do
tempo", a uma
volta aos
padrões
comportamentais
de 60 anos
atrás? Seria
desejável - e
essa é uma meta
a ser atingida a
longo prazo -
que as crianças
só recebessem
das pessoas que
as cercam e do
mundo que as
envolve,
mensagens boas e
construtivas, ao
invés de serem
bombardeadas,
dia e noite,
pela violência e
pela
sensualidade
desenfreada.
Para que isso
aconteça, cabe
aos pais,
principalmente,
a tarefa de
modificar essa
deseducação
constante por
que passam na
infância.
A regra áurea do
amor haverá de
prevalecer no
mundo regido
pela lógica da
violência. No
conjunto de
providências dos
Espíritos
Elevados, o
Espiritismo
assumirá seu
espaço,
definitivamente.
Isso equivale
afirmar que essa
posição sui
generis do
Espiritismo
permitirá
preparar a
criança atual
para uma
existência
normal e digna
no futuro, desde
que os espíritas
permaneçam
atentos. Jesus
prossegue o
modelo.
A tarefa que nos
cumpre realizar
é a da educação
das gerações
jovens pelo
exemplo de total
dignificação
humana sob as
bênçãos de Deus.
Nesse sentido,
os postulados
Espíritas são
antídotos para a
violência, posto
que aqueles que
os conhecem têm
consciência de
que não poderão
se eximir das
suas
responsabilidades
sociais, sabendo
que o futuro é
uma decorrência
do presente.
Referências
bibliográficas:
1. Mateus,
V: 4.
2. Mateus,
V: 9.
3. Kardec,
Allan. O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
Rio de Janeiro:
Ed FEB, 2001,
cap. IX.
4. Vieira,
Waldo.
Conduta Espírita,
ditado pelo
Espírito André
Luiz, Cap. 18,
Rio de Janeiro:
Ed. FEB, 1972.