ELSA ROSSI
elsarossikardec@gmail.com
Londres,
Inglaterra
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Piquenique
por
entre
tumbas
londrinas
Quem já
não se
persignou
nos
velhos
tempos
de um
passado
que fica
na
memória
das
existências,
quando
cruzando
por um
cemitério?
Ou mesmo
deixando
de pisar
na
calçada
externa
que
circunda
o campo
santo?
Ou
mesmo,
não
chegando
nem
perto ao
entardecer?
Mas é
até
engraçado
de ver.
Na
Inglaterra,
como
também
na
Europa,
os
cemitérios
são
seculares,
ou até
milenares.
Volta e
meia se
descobrem,
graças
aos
arqueólogos,
locais
onde
foram
enterrados
nossos
antepassados
de
antepassados...
e
assim...
a
cultura
do país
não é
avessa a
cemitérios.
No verão
londrino,
é muito
comum as
pessoas
aproveitarem
o sol
nos
gramados,
mesmo
piqueniques,
ou mesmo
uma
leitura
de um
livro,
descansando
nos
bancos
de
madeiras
bem
tradicionais
deste
país nos
campos
dos
cemitérios.
Não há
absolutamente
nada de
fantasmagórico,
mesmo
porque a
maioria
acredita
que
quando
se
morre,
tudo se
acaba,
nada
resta.
Ninguém
volta
para
assustar
ninguém.
Portanto,
por
conta
disso,
os
cemitérios
são
também
parques,
locais
para se
cruzar
ao meio,
de um
lado a
outro
nos
bairros.
Coincidentemente
nesta
semana
em que
decido
escrever
sobre
isso,
deparei-me
com uma
capa de
CD de
música
que
mostra
um casal
fazendo
piquenique
dentro
de um
cemitério,
entre
lápides.
Em
Londres,
temos
uma
Sociedade
Espírita
com
estudos
semanais
que
funciona
nas
instalações
dos
Quakers.
Atrás do
edifício
existe
um
cemitério
dos
antigos
ministradores
da
filosofia
Quaker,
que eram
ali
enterrados.
Assim se
dá
também
nos
antigos
cemitérios
encostados
nas
Igrejas
Anglicanas.
Muito
interessante
esse
gramado
com
lápides
antigas
e bancos
de
madeira
tradicionais,
seculares,
mas que
ainda
são
fabricados,
tal e
qual os
do
passado.
Na
Inglaterra,
é
difícil
as
coisas
mudarem,
tudo é
muito
tradicional
e o
britânico
tem esse
orgulho
de ser
tradicional
mesmo!
Ali,
neste
espaço-jardim-cemitério
atrás
dos
Quakers,
quando
se fazem
os
eventos
beneficentes
para
ajudar a
manutenção
do Grupo
Espírita,
utiliza-se
o
graveyard
para
socialização,
descanso,
conversa,
absorver
o sol,
crianças
correm,
tudo com
respeito,
mas
praticamente
nem se
percebe
que se
está no
campo
santo,
não
fosse
pelas
tumbas,
algumas
com
musgo
esverdeado,
que dá
um toque
de arte
às
esculpidas
tumbas.
É como
se
descansássemos
numa
praça
interna,
só que
estamos
andando
em cima
de
antigos
túmulos.
A
propósito
disso,
em um
evento
com
Amélia
Cazalma,
dirigente
e
fundadora
da Casa
do
Caminho
André
Luiz,
Departamento
da
Sociedade
Espírita
Allan
Kardec
de
Angola -
SEAKA,
ela nos
disse
que
sempre
que
passa
por
cemitérios
em
Londres,
ou
qualquer
outra
cidade,
ou passa
pelas
igrejas
e por
museus,
procura
fazer
orações
para os
Espíritos
que ali
ainda se
encontram,
alguns
presos
aos seus
objetos
amados,
que são
visitados
pelo
público
em
galerias
e
antiquários.
Eles
merecem
nosso
respeito
e nossas
orações,
uma
prática
caritativa
que o
espírita
precisa
exercitar.
Então,
na
programação
de
viagens
e
passeios
na
Europa,
visitar
cemitério
faz
parte de
pacotes
turísticos,
como é o
caso do
Père-Lachaise
em
Paris,
onde o
túmulo
de Allan
Kardec
faz
parte da
visitação
turística
e é
destaque
na
planta
desse
cemitério,
por ser
um dos
mais
visitados.
Assim,
aqui e
acolá,
vamo-nos
entrosando
cada vez
mais nas
histórias
e
memórias
que
nossos
estudos
espíritas
esclarecem,
sobre
cemitérios,
Espíritos,
vida e
morte,
aqui na
Inglaterra
e em
todas as
terras
de
além-mar.
Elsa
Rossi,
escritora
e
palestrante
espírita
brasileira
radicada
em
Londres,
é membro
da
Comissão
Executiva
do
Conselho
Espírita
Internacional
(CEI).