A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 4
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. Podemos afirmar que o
Espiritismo é tão velho
quanto o mundo?
Sim. Em sua essência ele
é, realmente, tão velho
quanto o mundo e tem
sido a alma de todas as
crenças, o espírito de
todas as religiões que
têm embalado a
Humanidade. (A Vida
no Outro Mundo – Cap. IV
– A Revelação Espírita.)
B. Os fenômenos
espíritas estão
presentes nas páginas da
Bíblia?
Sim. Tanto no Novo
quanto no Antigo
Testamento. Neste último
deparamos com um grande
repositório de
documentos históricos e
de fenômenos
transcendentes de
previsões, sonhos,
revelações, profecias,
aparições e comunicações
de Espíritos, tal como
se produzem nos nossos
dias. Além do
resplendor do Sinai,
onde Moisés recebeu o
Decálogo, fato estupendo
que só pode ser
resolvido pela Teoria
Espírita, todos os
profetas maiores e
menores – Samuel,
Jeremias, Malaquias, Jó,
Isaías, Ezequiel, Daniel
– mantinham estreitas
relações com os
Espíritos de várias
categorias. Esdras, sob
o ditado de um Espírito,
reconstituiu a Bíblia
que se havia perdido.
Eram tão comuns entre os
israelitas as
comunicações com os
mortos, que até os reis
não levavam seus
exércitos a combater sem
consultarem,
primeiramente, os
profetas, como se deu
com o rei Saul, que
evocou o Espírito de
Samuel antes de entrar
em luta contra os
Filisteus. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. IV –
A Revelação Espírita.)
C. Que fenômenos
espíritas podem ser
destacados nos textos do
Novo Testamento?
No Novo Testamento, as
manifestações psíquicas
começaram com o anúncio
do nascimento de Jesus
Cristo, pelo
aparecimento do Anjo
Gabriel, e continuaram
sucessivamente desde o
presépio de Belém até às
contínuas aparições do
Nazareno, post mortem.
As páginas dos
Evangelhos realçam os
admiráveis fenômenos de
curas, levitações,
transportes,
materializações e
desmaterializações,
aparições que denotam
muito bem o plano
espírita traçado pelo
Mestre durante sua
passagem pelo mundo. A
transfiguração no Tabor,
com as aparições de
Moisés e Elias, é um
fato digno de nota e
estudo. Os "Atos dos
Apóstolos" e as
"Epístolas" são livros
de grande interesse
pelos fenômenos
psíquicos neles
registrados. (A Vida
no Outro Mundo – Cap. IV
– A Revelação Espírita.)
Texto para leitura
45. A Revelação Espírita
foi o grande
acontecimento do século
XIX. Em sua pujante
manifestação, ela
explica, esclarece,
anuncia de maneira
inteligente e racional
todas as revelações
passadas e prevê as
revelações do futuro.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
46. O Espiritismo parece
muito novo; entretanto,
em sua essência íntima é
tão velho quanto o
mundo. Tem sido a alma
de todas as crenças, o
espírito de todas as
religiões que têm
embalado a Humanidade.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
47. Desde tempos
imemoriais, desde épocas
remotíssimas da
História, a comunicação
com os Espíritos tem
sido praticada por
homens e mulheres,
grande parte dos quais
fazia dessa comunicação
sua especialidade. Todos
os livros sagrados
referem-se a aparições e
comunicações, quer com
Espíritos Superiores,
chamados pelos
sacerdotes como santos,
anjos ou arcanjos, quer
com "pecadores" que, do
outro lado do túmulo,
através do mediunismo,
vinham manifestar-se aos
seus conhecidos, amigos
e parentes que aqui
ficaram. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. IV –
A Revelação Espírita.)
48. Os Vedas, código
religioso aparecido
muito antes de Jesus
Cristo, afirma a
existência dos Espíritos
dos antepassados, que,
em estado visível,
acompanhavam certos
brâmanes, e acrescenta
que "os anacoretas e
cenobitas tinham a
faculdade de conversar
com os mortos". O povo
da China, cuja
cronologia marca mais de
30.000 anos, nunca
deixou de evocar os
Espíritos. O missionário
Huc fez referência a um
grande número de
experiências, que tinham
por fim a comunicação
dos vivos com os mortos.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
49. No Egito, os poderes
sacerdotais
facultavam-lhes as
relações com o Mundo
Espiritual, embora
naquele tempo as
práticas tivessem
caracteres misteriosos e
sobrenaturais. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
50. As evocações dos
mortos eram de tal modo
generalizadas na Grécia
que, pode-se afirmar,
constituíam crença de
todo o povo. Todos os
templos possuíam
mulheres, às quais davam
o qualificativo de
pitonisas (médiuns)
encarregadas dos
"oráculos" e de fazerem
aparecer Espíritos.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
51. A celebridade do
Templo de Delfos, onde
os Espíritos, pelos
lábios das pítias
proclamavam o "Deus
grego", iluminando os
mistérios da vida, as
existências passadas e
futuras, as relações da
alma com o corpo, são
verdades que aparecem
hoje à luz do
Espiritismo. Daí a
inscrição que se lia no
frontão desse Templo:
"Conhece-te a ti mesmo".
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
52. Em Roma, na Itália,
como na Grécia, as
sibilas evocavam os
mortos e interrogavam,
sem cessar, os
Espíritos, e nenhuma
empresa importante era
decidida sem que se
consultassem as
sacerdotisas. Os antigos
médiuns assim se
chamavam: pítias,
pitonisas, sibilas,
sacerdotisas e quase
todos apareciam ou se
destacavam entre as
mulheres. Viviam
isolados nos templos,
alguns bebiam água da
Fonte de Castália, que
diriam dar inspiração,
ou mascavam folha de
louro, que "provocava,
pelo seu aroma, a
concentração". (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
53. Além do Santuário de
Delfos, destacavam-se o
de Júpiter Amon, na
Líbia; o de Marte, na
Trácia; o de Vulcano, em
Heliópolis; o de
Esculápio; o de Isis, e
muitos outros. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
54. A Bíblia salienta os
poderes extraordinários
dos sacerdotes
faraônicos, e através
dessas páginas, se
desenrolam as cenas
espantosas que ocorreram
por ocasião da
libertação dos
israelitas, fenômenos
hoje catalogados e
explicados racionalmente
pelo Espiritismo. Ainda
no Velho Testamento,
grande repositório de
documentos históricos,
lemos a narração de
fenômenos transcendentes
de previsões, sonhos,
revelações, profecias,
aparições e comunicações
de Espíritos, tal como
se produzem nos nossos
dias. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. IV –
A Revelação Espírita.)
55. Além do resplendor
do Sinai, fato estupendo
que só pode ser
resolvido pela Teoria
Espírita; além das
manifestações que se
verificaram na vida de
José, filho de Jacó, a
quem os Espíritos se
mostravam no seu "corpo
mágico", todos os
profetas maiores e
menores – Samuel,
Jeremias, Malaquias, Jó,
Isaías, Ezequiel, Daniel
–, mantinham estreitas
relações com os
Espíritos de várias
categorias. Esdras, sob
o ditado de um Espírito,
reconstituiu a Bíblia
que se havia perdido;
Sansão, poderoso médium
de efeitos físicos,
abala as colunas de um
edifício onde se
efetuava um festim e
deita por terra os
convivas entregues às
mais detestáveis
bacanais. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. IV –
A Revelação Espírita.)
56. Eram tão comuns
entre os israelitas as
comunicações com os
mortos, que até os reis
não levavam seus
exércitos a combater sem
consultarem,
primeiramente, os
profetas. Acab, rei de
Israel, e Josafá, rei da
Judeia, nenhuma decisão
tomaram durante o seu
reinado sem a prévia
consulta aos Espíritos.
Saul evoca o Espírito de
Samuel antes de entrar
em luta contra os
Filisteus, e como este
não lhe respondesse "nem
por sonhos", nem por
outra mediunidade, vai a
Endor pedir à pitonisa a
manifestação daquele
Espírito. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. IV –
A Revelação Espírita.)
57. Joel, arrebatado
pela visão da nova
aurora que começa a
iluminar a Humanidade,
proclama a difusão do
Espírito sobre toda a
carne, sem excetuar
mancebos e velhos,
filhos e filhas, servos
e servas. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. IV –
A Revelação Espírita.)
58. No Novo Testamento,
as manifestações
psíquicas começaram com
o anúncio do nascimento
de Jesus Cristo, pelo
aparecimento do Anjo
Gabriel, e continuaram
sucessivamente desde o
presépio de Belém até às
contínuas aparições do
Nazareno, post mortem.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
59. Todas as páginas dos
Evangelhos realçam os
admiráveis fenômenos de
curas, levitações,
transportes,
materializações e
desmaterializações,
aparições que denotam
muito bem o plano
espírita traçado pelo
Mestre durante sua
passagem pelo mundo. A
transfiguração no Tabor,
com as aparições de
Moisés e Elias, é um
fato digno de nota e
estudo. Os "Atos dos
Apóstolos" e as
"Epístolas" são livros
de grande interesse
pelos fenômenos
psíquicos neles
registrados. (A Vida
no Outro Mundo – Cap. IV
– A Revelação Espírita.)
60. Os grandes
escritores sagrados em
todas as suas obras
relatam fatos de
natureza espírita, que
vêm em apoio à teoria
que propagamos. Santa
Tereza era portentosa
médium que vivia em
contínuas relações com
os Espíritos. Após a sua
desencarnação, ela
desenvolveu cinco
médiuns no Convento, com
quem se comunicava.
Santo Agostinho, o Padre
Manuel Bernardes e
outros salientam fatos
dignos de atenção, pela
insuspeição e seriedade
de suas narrações. E
seria estultícia negar
esses fenômenos só pelo
fato de não serem
compreendidos. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. IV – A Revelação
Espírita.)
61. A missão do
Espiritismo é,
justamente, reunir,
enumerar, catalogar
esses fatos dispersos em
todo o mundo como provas
demonstrativas da
Imortalidade. Ainda
mais: enquadrando esses
fenômenos em leis
eternas, explicando-os
de acordo com a razão, o
Espiritismo os
classifica como
manifestações da Vontade
de Deus, sob cujos
influxos o homem
compreenderá a sua
situação na Terra e o
futuro que lhe está
reservado. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. IV –
A Revelação Espírita.)
62. A Teoria Espírita
satisfaz a todas as
exigências da Ciência e
da Religião. A Grande
Revelação é a evolução
lógica da ideia
monoteísta proclamada no
Sinai como a primeira
etapa de um sistema
teogônico que se
desdobrou através do
Cristianismo e aparece
integralizado no
Espiritismo. (A Vida
no Outro Mundo – Cap. IV
– A Revelação Espírita.)
(Continua no próximo
número.)
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