Vozes da morte
Antero de Quental
No mundo para vós ainda
impreciso,
Que a ciência da Terra
não pondera,
Eu via a morte, em forma
de quimera,
Como um anjo de dor,
vago e indeciso.
E murmurei: - “Ó morte,
eu bem quisera
Que me desses no nada um
paraíso!...
Por que, anjo na dor, se
faz preciso
Da tua espada que nos
dilacera?”
E ela disse: - “Sou a
própria vida errante,
Vida renovadora e
triunfante
Que tudo envolve em luz
resplandecente,
“Para que eu leve a alma
à glória eleita
De ser pura e sublime,
alva e perfeita,
É preciso lutar
eternamente!”
Do livro Lira Imortal,
obra mediúnica
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.
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