A leitora Vera Castanho, em
mensagem publicada na seção
de Cartas desta mesma
edição, pede-nos opinião
sobre o que responder aos
que acusam Allan Kardec de
ter veiculado em sua obra
ideias racistas.
É muito simples o que
pensamos acerca do assunto.
Nada mais equivocado do que
associar Kardec e
Espiritismo ao racismo. Só
quem não conhece a doutrina
espírita pode ter
pensamentos assim. E mais
equivocado ainda é
confundir, nos livros de
Allan Kardec, as opiniões
pessoais emitidas pelo
Codificador com a própria
doutrina espírita.
Com efeito, não existe na
doutrina espírita nada que
nos faça supor a existência
de ideias ou propostas
racistas. Ao contrário.
Ensina o Espiritismo que os
Espíritos podem reencarnar
homens ou mulheres, negros
ou brancos, ricos ou pobres,
árabes ou judeus,
brasileiros ou argentinos, o
que mostra, inequivocamente,
que essas disputas
regionais, nacionalistas ou
de classes não passam de
bobagens.
Se o Espírito – como nos
revela o Espiritismo – pode
reencarnar num corpo de pele
negra, amarela ou branca,
isso demonstra que é uma
infantilidade incentivar ou
tentar vislumbrar nos textos
espíritas conteúdo racista.
No caso específico do livro
intitulado Obras Póstumas,
publicado em 1890, 21 anos
depois do falecimento de
Allan Kardec, todos sabemos
que contém ele textos que
não foram, nem poderiam ser,
incorporados à doutrina
espírita e devem ser
devidamente
contextualizados, ou seja, é
necessário levar em conta o
pensamento dominante na
época em que foram escritos
para termos deles uma melhor
compreensão.
Em setembro de 2010, a
Câmara de Educação Básica do
Conselho Nacional de
Educação aprovou, por
unanimidade, o parecer
15/2010 com orientações às
políticas públicas para uma
educação antirracista, no
qual se fez uma referência
ao livro Caçadas de
Pedrinho, de Monteiro
Lobato, igualmente tachado
de racista.
A reação de setores da
sociedade levou a Câmara de
Educação Básica a aprofundar
as bases do parecer, no
sentido de ressaltar a
importância da
contextualização crítica do
autor e da obra literária,
sobretudo nas novas edições
de livros produzidos em
outro contexto no qual pouco
se falava e se reconhecia a
existência do racismo e do
preconceito racial. O
Conselho Nacional de
Educação sabiamente entendeu
que, assim como é importante
o contexto histórico em que
se produziu a obra
literária, tão ou mais
importante é o contexto
histórico em que se produz a
leitura dessa obra.
Sobre o assunto, para melhor
compreensão do que
escrevemos, sugerimos à
leitora e aos demais
interessados que leiam os
textos seguintes:
1)
"É um equívoco associar
doutrina espírita e racismo"
-
editorial da edição 213
desta revista:
http://www.oconsolador.com.br/ano5/213/editorial.html
2)
“Racismo em Kardec?”
– artigo escrito por Paulo
Neto:
http://goo.gl/pBTsyV
|
Para
esclarecer
suas
dúvidas,
preencha
e
envie
o
formulário
abaixo. |
|
Sua
pergunta
será
respondida
em
uma
de
nossas
futuras
edições. |
|
|
|