Observe a seguinte frase:
– Iludiram os mestres os
alunos, com vários truques e
subterfúgios.
Quem iludiu a quem? Foram os
mestres ou foram os alunos?
Essa frase é um exemplo
típico de um vício de
linguagem chamado de
anfibologia ou ambiguidade,
que se dá quando a frase
admite mais de uma
interpretação.
Outros exemplos do mesmo
vício:
– Prefeito e Governador se
desentenderam por causa da
má administração de seu
governo.
– O menino viu o incêndio do
prédio em que estava.
Os vícios de linguagem, que
devem ser evitados por todas
as pessoas que primam pelo
bom uso do idioma pátrio,
são assim designados:
1. Barbarismo: desvio da
norma culta (nós foi;
rúbrica; oróscopo)
2. Arcaísmo: emprego de
palavras que já caíram de
uso (antanho)
3. Neologismo: uso de
palavras novas ainda não
incorporadas pelo idioma (telecomunicar)
4. Solecismo: erro de
sintaxe (sobrou muitas
bebidas; eu lhe vi na missa)
5. Anfibologia ou
ambiguidade: frase com
sentido dúbio (como os
exemplos acima citados)
6. Obscuridade: frase com
defeito de construção que a
torna incompreensível (Como
todo estrangeiro faz, porque
a eles não assiste, o
naturalista, não tendo aos
desfiles assistido,
queixou-se pelo fato)
7. Cacófato: junção de duas
ou mais palavras que produz
um som ruim ou desagradável
(Envie-me já o catálogo de
vendas)
8. Eco: dissonância causada
pelo uso sequencial de
palavras com terminações
iguais ou semelhantes (De
forma constante o declarante
fez-se participante e
integrante importante de...)
9. Hiato: efeito dissonante
causado por uma sequência de
vogais (Ou eu o ouço, ou não
sei o que faço)
10. Colisão: dissonância
produzida pelo uso na frase
de consoantes iguais ou
semelhantes (Pedro, pedreiro
português, pintava paisagens
pitorescas)
11. Pleonasmo: redundância
desnecessária de informação
(Há dois anos atrás ele se
casou).
O pleonasmo, quando tem por
finalidade reforçar uma
ideia, constitui uma figura
de linguagem. Se usado
desnecessariamente,
constitui vício.
São incluídos como
barbarismo todos os tipos de
estrangeirismo, ou seja, o
uso desnecessário de
palavras ou expressões de
outras línguas. Exemplo:
week-end, em vez de fim de
semana.