Antônio Villela:
“Que as gerações
vindouras
não percam o
foco da
finalidade de
uma
Casa
Espírita”
O
fundador do
Centro Espírita
André Luiz
fala-nos sobre
sua
história e a epopeia de
fundar um centro
espírita à época
de fundação de
Brasília (DF)
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Antônio Villela
(foto)
nasceu em
Mangaratiba (RJ)
e atualmente
reside em
Brasília (DF).
Espírita desde
1945,
participou da
mocidade
espírita do Rio
Janeiro em 1945
e logo em
seguida fundou,
com amigos, a
União das
Mocidades
Espíritas do
Distrito Federal
(Rio de Janeiro
à época),
sediada nas
instalações da
Federação
Espírita
Brasileira.
Atuou |
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no Pacto Áureo e
fundou em
Santíssimo (RJ)
o Centro
Espírita
Apóstolo Estêvão,
em 2 de janeiro
de 1949,
juntamente com o
Educandário
Paulo de Tarso,
situado naquela
localidade, que
atendia
gratuitamente os
estudantes que
ali se
matriculavam nas
séries iniciais
até o quarto ano
do ensino
fundamental.
Posteriormente
participou da
construção da
sede definitiva
do Centro
Espírita
Gregório Estêvão,
na Pedra da
Guaratiba (RJ),
do qual foi
eleito
presidente por 3
anos.
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Tendo sido
transferido para
o Distrito
Federal em
8/6/1960,
participou do
início das
atividades
espíritas que se
formavam na nova
capital e, em
seguida, fundou
o Centro
Espírita André
Luiz, localizado
no Guará (DF),
após o que
surgiram, com
sua
participação,
outros centros
espíritas em
cidades
satélites do
Distrito
Federal.
Na Capital
federal
participou
também da
fundação da
Federação
Espírita do
Distrito
Federal.
Analista
Judiciário do
Superior
Tribunal de
Justiça, está
hoje aposentado,
após 47 anos de
serviço,
dedica-se hoje
exclusivamente
ao labor
espírita.
Como e quando
foi fundado o
Centro Espírita
André Luiz?
Suas atividades
tiveram início
em julho de
1960, na
Candangolândia
(DF), de forma
interessante. Um
companheiro do
movimento
umbandista se
manifestou onde
nos
encontrávamos
reunidos, num
total de 50
irmãos, para
discutir o
estatuto para
criação de uma
instituição da
umbanda. Após as
votações,
elegeram-me
presidente e
prontamente
neguei-me a
aceitar o cargo,
por ser a minha
convicção sempre
kardecista. Após
argumentações,
por quase
unanimidade
aceitaram a
minha colocação
e alteramos a
proposição para
a criação de um
centro espírita
com bases
kardecistas. Em
seguida pedimos
à
espiritualidade
um nome a ser
definido para a
instituição.
Após a prece,
cerca de 30
nomes foram
colocados em uma
caixa e o nome
"André Luiz" foi
o sorteado e
acabamos criando
o Centro
Espírita André
Luiz (CEAL) e
para o serviço
social da casa
ficou
determinado o
nome "Serviço
Social Francisco
de Assis".
Estavam
presentes nessa
reunião Maria
Costa, Celso
Xavier dos
Santos, entre
outros que já
cumpriram a
devida jornada.
Em setembro de
1970 a sede do
CEAL mudou-se
para o Guará I
(DF), num
terreno de
2.400m2,
comprado, não
doado, onde as
primeiras
atividades
funcionavam num
barraco de
madeira.
Fale-nos sobre o
ideal espírita
nos
trabalhadores
das primeiras
horas do
movimento
espírita em
Brasília.
Contando com a
chegada da
família Lettieri,
na figura do
companheiro
Pedro Lettieri,
que em 1961
integrou-se no
movimento das
atividades do
CEAL, logo em
seguida
Sebastião
Pereira Lopes,
Romualdo Manoel
Porto e tantos
outros
apresentaram-se
com afinco,
dedicando-se ao
trabalho que se
exercia na casa
espírita naquele
momento.
Qual a proposta,
o objetivo e o
perfil do CEAL?
Difundir,
divulgar,
exercer e
exemplificar os
preceitos da
Doutrina
Espírita sob os
postulados de
Kardec em toda
sua dimensão e
em qualquer
lugar onde se
leve o nome do
Centro Espírita
André Luiz.
Como estava e
como está
organizado o
CEAL? Quais as
principais
mudanças que
ocorreram no
decorrer do
tempo?
No início não
foi fácil
difundir a
doutrina junto
com as outras
religiões que se
alicerçavam em
Brasília. Um
pequeno número
de simpatizantes
e colaboradores
foi a pedra
fundamental para
que se
expandissem as
atividades
espíritas na
capital. Tudo
muito, muito
simples, mas com
amor. Hoje
contamos em
nossa casa com
mais de 500
frequentadores
diariamente,
atendendo a
todos, de
diferentes
regiões e
religiões do
Distrito
Federal.
Como vê a
qualidade dos
estudos
espíritas no
presente
momento?
Hoje vejo o
estudo espírita
sendo bem
divulgado, porém
trazendo alguns
obstáculos, pela
existência de
diversos autores
com ideias
divergentes
acerca dos
ideais da
codificação
kardecista.
Quais as
principais
dificuldades a
superar?
Manter a
finalidade para
a qual a nossa
casa foi
inspirada pela
espiritualidade,
dentro do
objetivo
fundamental a
que é destinada,
visto que hoje
existem diversas
nomenclaturas
para os diversos
tipos de
religiões e
fenômenos que se
apresentam.
Qual a
importância dos
centros
espíritas?
Reviver a
essência do
Cristianismo,
que começou na
Casa do Caminho
pelo Cristo
redivivo.
O que, na sua
percepção,
precisa e pode
melhorar na
organização das
instituições
espíritas?
Dentro do livro
"Conduta
Espirita" está
descrito pelos
nossos irmãos
superiores o que
deve ser feito e
o que deve ser
executado, hoje
o menos é mais.
Quais os planos
em relação ao
CEAL no futuro?
Quanto ao
futuro,
esperamos que as
gerações
vindouras não
percam o foco da
finalidade de
uma casa
espírita, não
esquecendo os
preceitos da
Doutrina
Espírita. O
objetivo é um
só, e cabe a
elas prosseguir
na jornada do
Cristo.
Sua mensagem
final aos nossos
leitores.
Seguindo o
Evangelho, a
doutrina na sua
essência, que
não seja
mesclada para
agradar àqueles
que apresentem
ideias
mirabolantes,
que divergem dos
princípios
doutrinários,
que é um
Espiritismo de
amor, puro e
simples, pleno
de perdão e
sabedoria.