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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 9 - N° 449 - 24 de Janeiro de 2016

ANDRÉ RIBEIRO FERREIRA
andure@uol.com.br
Brasília, DF (Brasil)      

 

 
Antônio Villela: 

“Que as gerações vindouras não percam o foco da finalidade de uma
Casa Espírita”

O fundador do Centro Espírita André Luiz fala-nos sobre sua
história e a epopeia de fundar um centro espírita à época
de fundação de Brasília (DF)

Antônio Villela (foto) nasceu em Mangaratiba (RJ) e atualmente reside em Brasília (DF). Espírita desde 1945, participou  da mocidade espírita do Rio Janeiro em 1945 e logo em seguida fundou, com amigos, a União das Mocidades Espíritas do Distrito Federal (Rio de Janeiro à época), sediada nas instalações da Federação Espírita Brasileira. Atuou

no Pacto Áureo e fundou em Santíssimo (RJ) o Centro Espírita Apóstolo Estêvão, em 2 de janeiro de 1949, juntamente com o Educandário Paulo de Tarso, situado naquela localidade, que atendia gratuitamente os estudantes que ali se matriculavam nas séries iniciais até o quarto ano do ensino fundamental. Posteriormente participou da construção da sede definitiva do Centro Espírita Gregório Estêvão, na Pedra da Guaratiba (RJ), do qual foi eleito presidente por 3 anos.

Tendo sido transferido para o Distrito Federal em 8/6/1960, participou do início das atividades espíritas que se formavam na nova capital e, em seguida, fundou o Centro Espírita André Luiz, localizado no Guará (DF), após o que surgiram, com sua participação, outros centros espíritas em cidades satélites do Distrito Federal.

Na Capital federal participou também da fundação da Federação Espírita do Distrito Federal. Analista Judiciário do Superior Tribunal de Justiça, está hoje aposentado, após 47 anos de serviço, dedica-se hoje exclusivamente ao labor espírita.  

Como e quando foi fundado o Centro Espírita André Luiz?    

Suas atividades tiveram início em julho de 1960, na Candangolândia (DF), de forma interessante. Um companheiro do movimento umbandista se manifestou onde nos encontrávamos reunidos, num total de 50 irmãos, para discutir o estatuto para criação de uma instituição da umbanda. Após as votações, elegeram-me presidente e prontamente neguei-me a aceitar o cargo, por ser a minha convicção sempre kardecista. Após argumentações, por quase unanimidade aceitaram a minha colocação e alteramos a proposição para a criação de um centro espírita com bases kardecistas. Em seguida pedimos à espiritualidade um nome a ser definido para a instituição. Após a prece, cerca de 30 nomes foram colocados em uma caixa e o nome "André Luiz" foi o sorteado e acabamos criando o Centro Espírita André Luiz (CEAL) e para o serviço social da casa ficou determinado o nome "Serviço Social Francisco de Assis". Estavam presentes nessa reunião Maria Costa, Celso Xavier dos Santos, entre outros que já cumpriram a devida jornada. Em setembro de 1970  a sede do CEAL mudou-se para o Guará I (DF), num terreno de 2.400m2, comprado, não doado, onde as primeiras atividades funcionavam num barraco de madeira. 

Fale-nos sobre o ideal espírita nos trabalhadores das primeiras horas do movimento espírita em Brasília. 

Contando com a chegada da família Lettieri, na figura do companheiro Pedro Lettieri, que em 1961 integrou-se no movimento das atividades do CEAL, logo em seguida Sebastião Pereira Lopes, Romualdo Manoel Porto e tantos outros apresentaram-se com afinco, dedicando-se ao trabalho que se exercia na casa espírita naquele momento. 

Qual a proposta, o objetivo e o perfil do CEAL?  

Difundir, divulgar, exercer e exemplificar os preceitos da Doutrina Espírita sob os postulados de Kardec em toda sua dimensão e em qualquer lugar onde se leve o nome do Centro Espírita André Luiz.  

Como estava e como está organizado o CEAL? Quais as principais mudanças que ocorreram no decorrer do tempo? 

No início não foi fácil difundir a doutrina junto com as outras religiões que se alicerçavam em Brasília. Um pequeno número de simpatizantes e colaboradores foi a pedra fundamental para que se expandissem as atividades espíritas na capital. Tudo muito, muito simples, mas com amor. Hoje contamos em nossa casa com mais de 500 frequentadores diariamente, atendendo a todos, de diferentes regiões e religiões do Distrito Federal. 

Como vê a qualidade dos estudos espíritas no presente momento? 

Hoje vejo o estudo espírita sendo bem divulgado, porém trazendo alguns obstáculos, pela existência de diversos autores com ideias divergentes acerca dos ideais da codificação kardecista. 

Quais as principais dificuldades a superar? 

Manter a finalidade para a qual a nossa casa foi inspirada pela espiritualidade, dentro do objetivo fundamental a que é destinada, visto que hoje existem diversas nomenclaturas para os diversos tipos de religiões e fenômenos que se apresentam.         

Qual a importância dos centros espíritas?  

Reviver a essência do Cristianismo, que começou na Casa do Caminho pelo Cristo redivivo. 

O que, na sua percepção, precisa e pode melhorar na organização das instituições espíritas? 

Dentro do livro "Conduta Espirita" está descrito pelos nossos irmãos superiores o que deve ser feito e o que deve ser executado, hoje o menos é mais. 

Quais os planos em relação ao CEAL no futuro?  

Quanto ao futuro, esperamos que as gerações vindouras não percam o foco da finalidade de uma casa espírita, não esquecendo os preceitos da Doutrina Espírita. O objetivo é um só, e cabe a elas prosseguir na jornada do Cristo.      

Sua mensagem final aos nossos leitores. 

Seguindo o Evangelho, a doutrina na sua essência, que não seja mesclada para agradar àqueles que apresentem ideias mirabolantes, que divergem dos princípios doutrinários, que é um Espiritismo de amor, puro e simples, pleno de perdão e sabedoria.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita